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Você quer babado?

Hello hello! Como prometido, aqui estou com mais um capítulo delicioso.

Vamos nessa viagem alucinante onde até a escritora está ficando ansiosa para escrever?



Voltei a olhar para o espelho.

Porque eu sentia que havia levado um soco na cara, e porque o que mais doia era meu coração?

Droga, eu disse meu nome.

-Você é burra! - Repito para mim mesma no espelho. Falar sozinha era um esporte que eu já era profissional. - Porque não manteve a boca fechada? Agora você precisa dar um jeito de sair dessa bosta que se enfiou.

Observo o teto se descascando e começo a pensar em como sair dali.

Eu estava no meio do nada, chamar um táxi agora não rolaria. Demoraria muito e eu não podia ficar mais tempo ali.

Poderia fazê-lo me levar embora. Posso dizer que meu ciclo adiantou-se e que estou com muita dor. Posso fazer um drama no estilo mulherzinha, e ele ainda não poderia falar qualquer coisa.

Assim, ganho carona, e a chance de enrolar ele por um tempo, até que ele desistisse e eu pudesse seguir minha vida.

Olho uma ultima vez no espelho. Meu batom está perfeito, meu cabelo em perfeito estado, mas dentro de mim, apenas uma coisa quer sair:

-Você transou com um homem casado. Mas a culpa não é sua.

Quando saio do banheiro, tudo que minha cabeça repete é: Vagabunda, vagabunda, vagabunda. Mas eu tento repelir de todas as maneiras, até o momento que o vejo na mesa ansioso, a minha espera. Quando seus olhos me identificam, um sorriso sedutor aparece em seus lábios.

Claro que ele era casado. Como ele poderia ser solteiro?

E eu fui a amante.

VAGABUNDA.

Quando não retribuo seu sorriso, o dele desaparece, e preocupação substitui.

-Aconteceu alguma coisa? - Faço a melhor cara de dor possível tocando meu ventre.

-Minhas regras vieram mais cedo dessa vez, e estou começando a ter cólicas fortes.

Sua reação, como de qualquer homem, é não ter uma reação.

-Comemos e eu levo você para casa...

-Na verdade, é melhor eu ir agora. Isso sempre piora. - Sorrio para seus olhos afiados, colocando minha bolsa em meu ombro e implorando mentalmente para que ele apenas faça o que estou pedindo.

-Mas está quase pronto, isso é tão urgen...

-Eu conheço meu corpo e minhas dores, por favor. - Sorrio novamente, tentando amenizar minha urgência.

Contrariado, ele vai até um dos atendentes e avisa sobre a mudança de planos, e quando volta a me olhar, seu pequeno sorriso está ali de novo.

Seguimos até o carro, e mantemos o silêncio durante toda a viagem.

Observo as pessoas na rua, o que elas deviam estar pensando? Como será a vida delas?

Pelo menos imagino que elas tenham emprego e não estavam sendo amantes de homens casados.

O céu começa a se fechar. Nuven escuras pintam o céu de cinza, e os postes de luz começam a se acender pela promessa de escuridão aparente.

Sinto-me como o céu. Interrompida por uma descoberta ruim, não deixando que o sol ilumine os pensamentos.

Just one more nightOnde histórias criam vida. Descubra agora