Oi, eu vim deixar esse presentinho final pra vocês. Tá curto, rápido, podia ter sido melhor escrito, eu sei. Mas é só pra não passar em branco. Eu tenho ideias sobre Ana Lua e Davi Sol a muito tempo, de verdade, e talvez um dia eu solte elas aqui. Aqui tá só uma palhinha do que pensei pra historia. Feliz natal pra tu. Boa leitura
xx
Ana.
"Oi, Noel. O meu nome é Ana Lua. Eu tenho 14 anos, eu amo jogar futebol, mas ano passado eu sofri um acidente saindo da escola, e pelo estado péssimo da minha perna, hoje não estou mais com ela. Davi me chama de pirata. Eu já estou melhor agora, mas eu ainda não posso jogar futebol. Meu sonho é poder jogar novamente, então, de natal, eu gostaria de uma perna novinha, pra mim poder ganhar uma copa do mundo e ter um autografo da Marta. Ah, se a perna não der, eu aceito um par de chuteiras novas. Um dia eu estarei boa o bastante pra jogar."
Meus olhos encheram de lagrimas, meu coração apertou no peito e eu só me sentei no chão e me permiti chorar. Ano passado, em novembro, um motorista bêbado acertou Ana Lua saindo da escola, de bicicleta. Infelizmente a fratura foi feia demais e ela teve que pernas a perna esquerda. Não era a perna dominante, então as vezes no quintal de casa ela joga alguns pênaltis com Davi. A prótese que ela tinha não era boa para praticar esportes, porque estávamos esperando ela se acostumar com aquela, conseguir andar e tudo mais. Ela ainda usava as muletas e as vezes, a cadeira de rodas quando se sentia cansada. Vitória entrou no quarto.-- Amor, o que houve? -- Ela perguntou, se abaixando ao meu lado. Nem respondi, só estendi a cartinha feita a mão e cheia de adesivos para ela. Ela se sentou ao meu lado e começou a ler. No fim, os olhos estavam úmidos como os meus. -- E o Davi? -- A voz falhou de leve.
-- Eu ainda não li. -- Avisei, pegando a outra cartinha. -- Ele pediu um piano, mas disse que se pudesse, pediria a perna nova da Ana. -- Não aguentei, encolhi meu corpo e comecei a chorar de verdade. A inocência dos meus filhos era motivo de chorar.Ana Lua.
Eu estava ansiosa para esse natal, talvez Papai Noel tivesse atendido meu pedido e arrumasse um jeito de eu poder jogar futebol novamente. Eu já estava pronta para a festa, usando minha camiseta azul clara nova, e uma bermuda qualquer. Davi usava uma camiseta lisa, branca, e uma bermuda simples. Seus all star ja estavam devidamente amarrado, ele veio até mim, os cachos ainda meio molhados, se abaixou e logo começou a me ajudar a por meu tenis.-- Tá ansiosa? -- Ele me perguntou, distraído com os cadarços.
-- O que você acha? -- Sorri para ele.
-- Eu acho que se eu pudesse, eu te dava a minha perna. -- Ele me olhou, sincero, sorrindo e mostrando que já havia terminado. -- Vem, vamos descer, eu ouvi a mamãe falar com o Tiago e acho que ganhamos uma tartaruga.
Ri e logo me levantei para acompanhá-lo. Assim que cheguei lá embaixo, minhas mães beijaram o topo da minha cabeça. Tiago realmente tinha trazido uma pequena tartaruga para nós, e eu e Davi resolvemos chamar ela de Joana D'Arc. A festa foi longa, até, curtimos com muita música e comida até uma e pouco da manhã. Então, fomos dormir. Meu coração estava disparado em ansiedade. Assim que fechei os olhos e cai no sono, comecei a sonhar.
Lá estava eu, num grande estádio, o narrador falava em inglês e eu usava um uniforme do Brasil. Todas as pessoas gritavam meu nome, luzes fortes e muito barulho. Entrei aos poucos no estádio. Uma garota veio até mim. A reconheci de imediato e parei onde estava. Os fios dourados, os olhos cor de âmbar, as covinhas ao sorrir. Lorena, da turma do A, estava na minha frente, sorrindo e usando uma camiseta igual a minha. Veio a passos lentos até mim, se colocou na ponta dos pés para alcançar meu rosto e deu um leve beijo na minha bochecha. Suspirei, meu crush por ela vinha de tanto tempo atrás.
-- Boa sorte no jogo, Lua. -- Ela sussurrou a próxima parte no meu ouvido. -- Faz um gol por mim.Minha animação aumentou. Entrei em campo, o técnico da equipe era Marta, e ela me cumprimentou com um sorriso. Era tão real, tão vivo, eu sentia o cheiro da grama recém cortada. Jogamos contra o Real Madrid. No outro time, reconheci as meninas do outro time da escola. Sentado ao lado de Lorena estavam Davi e minhas mães. Todos lá para me ver, me assistir. O comentarista falou algo sobre disputarmos o melhor do mundo. Empatamos no final do segundo tempo, 2x2. Prorrogação. 2x2. Iriamos pros pênaltis.
-- Quem bate? -- Marta perguntou e todos os olhos foram para mim.
-- Ela nem sabe jogar. -- Disse uma voz atrás de mim. Dennis, do time masculino. -- Nem uma perna ela tem, como vai chutar pro gol?
De repente o tempo fechou no jogo, as leves gotas começaram a cair e eu me desequilibrei. Cai no chão, sentindo o chão então ficar duro. Asfalto. O que? Cadê a grama recém cortada? Todo o lugar ficou escuro. Sumiram os holofotes, os relâmpagos, o estádio. Eu não conseguia me levantar, minha perna agora havia sumido. Me sentei. A chuva cada vez mais forte. De repente, vindo da direita, som de motor. Quando olhei, era tarde demais. A cena começou em câmera lenta. O barulho dos freios, o pneu derrapando, os faróis fortes. Então alguém me chamou ao longe. Reconheci a voz, que ficava cada vez mais alto. Antes do carro bater em mim, Davi me acordou pulando na minha cama.
-- É NATAL! -- Ele berrou pra mim, sorrindo e já saindo do quarto para descer as escadas.
Me levantei, descalça mesmo e fui descer. Ele já havia acordada as nossas mães e estávamos todos na sala, vendo os presentes embaixo da arvore. Davi abria animado seus novos legos e um teclado novo. Tinha duas embalagens com meu nome. Uma pequena e outra, grande. Me sentei no chão ansiosa. Comecei pela menor. Chuteiras. Acho que fiz uma carinha de tristeza, porque ouvi mamãe dizer:
-- Vai, NaLua, abre o outro. -- Seus olhinhos de jabuticaba fez sinal para o outro. Os olhos cor de planeta estavam tão ansiosa quanto ela.
Puxei a outra caixa, começando a tirar o embrulho lentamente. Meus olhos começaram a umedecer assim que notei o que era. Uma prótese específica para jogar futebol, para atacante, pra ser mais especifica.-- Já fomos na escola, eles disseram que você vai poder voltar a treinar, filha. -- O sorriso largo da minha mãe loira encheu meu coração.
-- Droga. -- Davi cruzou os braços. -- Agora você não é mais pirata.-- Argg! -- Fiz um gancho com o dedo. -- Agora eu sou um pirata com perna de... -- Olhei a embalagem. -- Eu não faço ideia o material, mas arggg! -- Rimos, juntos.
Olhei de novo meu presente de natal. Abracei minhas mães e em silêncio, fiz um pedido: Papai Noel, onde quer que você esteja, eu farei um gol por você.xx
Por favor, se gostou, vem ler minhas outras duas historias: Forelsket e C o l e g a s. Vocês vão gostas.
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Ana&Vitória
Fanfiction"Éramos mais que Anavitória. Éramos Ana&Vitória. Éramos dois corações." 25/11/2017: #163. 05/03/2022: #13, em anavitoria. 22/03/2022: #2, em anavitoria