Capítulo Vinte e Um: Mentiras

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[peço a compreensão de todos e sem xingamentos contra o autor no fim do capitulo, okay? tá, pode xingar um pouquinho sim. Aliás, #JáDeuDiego]

Vitória.

Sai de casa com passos apressados, queria ir na cafeteria onde Theo trabalhava e explicar toda história para ele. O que não demorou, assim que ele me olhou e viu meu rosto, fez sinal para mim esperar. Dez minutos depois, se sentou à minha frente, com a mesma bebida de ontem. Sorri, agradecida. Era tudo que eu precisava para encerrar o processo de calmaria que precisava. A bebida doce e quente logo se alojou no meu corpo, de uma maneira aconchegante surreal. Respirei fundo antes de contar tudo. Comecei sobre a foto, terminei na demissão de Will. Ele parecia entender tudo e no fim, não me perguntou nada. Pareceu entender a ideia. Tirei uma foto da gente brindando as canecas, sem mostrar nossos rostos e postei no story do insta, com o nome do local.

-- Você socou ele mesmo? -- Ele perguntou, mexendo no guardanapo.

-- Soquei. -- Nem eu acreditava nas palavras que saia da minha boca.

-- Pra você socar alguém, ele realmente passou dos limites. -- Ele deu de ombros, como se não precisasse saber mais do contei ora ele. Bebeu um longo gole do seu chocolate quente. -- Meu turno acaba em 20 minutos... -- Ele começou. -- Acho que você precisa de um volta.

Quando ele disse isso, não imaginei que se tratava de uma volta no Mustang Conversível 1967 dele. Quando olhei pro carro, não acreditei. Todo revestido em couro branco (que ele me contou ser sintético) vermelho com o teto preto e pneus com faixa branca. Me senti nos anos 70s só de subir no carro. Entrando ainda mais no clima retrô, ele ligou o rádio e a música "Put Your Head On My Shoulder" começou a tocar. Ri alto vendo Theo dublar a canção com muita expressão. Ele abriu o teto e começamos a dar voltas na cidade. Ele tinha um Rayban Aviador espelhado e ficou incrível nele, que dirigia como se fosse um dos motoqueiros dos anos 60s. Estar com ele era leve.

Paramos numa sorveteria qualquer e fomos nos servir. Quando nos sentamos, peguei meu celular e vi mensagens da Ana.

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NaClara 🐤🌻

Já que tu saiu com o Theo, aceitei o convite de Diego para ver um filme. Volto antes das 23h.

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Suspirei pesadamente. Não queria que ela saísse a sós com ele. Bufei pelas paranóias que minha cabeça dela realmente gostar de Diego e não ser tudo ideia que o coiso do Will havia colocado na cabeça dela.

-- Ei -- Chamou Theo, notando meu stress. -- Que te passas, hã? -- Perguntou, com um sotaque espanhol.

-- De onde veio esse sotaque, menino? -- ri fraco, tentando aliviar o clima.

-- Eu já morei no México. -- Respondeu, sem demora. -- Más, que te passas, señorita?

-- Diego. -- resmunguei, mas birrenta do que realmente queria.

-- Que que Diego te fez, menina? -- Ele continuou com o sotaque estranho, querendo me distrair.

-- Saiu com NaClara.

-- Ah... -- Ele sorriu, brincalhão. -- Chica NaClaraCosta no puedes salir sen ti?

-- Ahora voltamos a lo México, Théo? -- imitei o sotaque, fugindo das perguntas.

-- Falando sério, agora. -- Ele riu, balançando a cabeça. -- Quem é esse Diego?

Dei de ombros enquanto caçava foto dele no celular. Só não esperava que a reação dele fosse aquela. Seus olhos se arregalaram e ele logo tratou de olhar o instagram todo do rapaz, terminou seu sorvete numa rapidez de outro mundo e se levantou, pegando a chave do carro. Ele parecia em estado extremo de alerta, como se estivéssemos sendo perseguido.

-- Sabe onde Ana foi??? -- Sua voz estava instável de nervosismo.

-- Theo o qu...

-- Sabe ou não?? -- Ele interrompeu minha fala e eu fiz que não.

Ele bufou e entrou no carro esperando que eu faça o mesmo. Entrei sem entender nada e logo me adiantei:

-- Mas o que que houve menino??

-- O nome desse cara nem é Diego, para início de conversa. -- Theo começou, apertando o volante com força. -- O nome dele é Leonardo. Leonardo Vasbatille. -- Ele disse num tom ironico enquanto fazia uma curva numa velocidade maior do que o permitido. Seus olhos cor de cobre brilhavam como se estivessem em chamas. -- Ele é carioca. Cresceu e viveu lá praticamente a vidinha toda. Seu pai é dono de uma rede de mercado que comercializa as verduras do meu pai. Leonardo foi acusado de inúmeros abusos contra mulheres enquanto ainda menor de idade. Hoje ele tem o que? -- Ele contou nos dedos. -- Ele tem 28. Foi preso por 3 meses por sequestrar uma menina que estudava com ele, mas o pai dele tirou ele de lá. Houve boatos que ele tinha morrido, porém parece que veio pra São Paulo com uma nova identidade.

-- Theo... -- Minha voz estava trêmula. -- Nós temos que achar a Ana.

-- Nós vamos achar a Ana, Vi, eu não vou deixar que nada aconteça com ela.

Ele parecia confiante para alguém de 19 anos. Respirei fundo tentando manter a calma e não chorar sabendo da possibilidade de Ana estar no mesmo carro que um criminoso, sem fazer ideia do risco que corria.

Ana&VitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora