Capítulo Trinta e Dois: Ao Som de Rihanna

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Vitória

-- Galera, vamo todo mundo praquela baile que tem duas ruas daqui, vamos comemorar a peça, e a prisão do Leonardo! -- Theo anunciou, com toda galera do teatro e Ana, que foi convidada para entrar ali no camarim. Ele chamava qualquer lugar que tinha música pra dançar de baile.

Nem eu sabia que a prisão tinha sido anunciada, mas ele pegou 15 anos de prisão. Logo corri e abracei minha pequena, sujando a camiseta branca dela com a tinta da minha roupa, mas ela não pareceu se importar. Eu e Theo agradecemos todos que vieram, já que nós dois tínhamos organizado todo o show, ajudado todo mundo e feito aquilo acontecer. Pedimos para eles já irem já frente, enquanto eu e ele íamos tomar um banho. Eu fui primeiro, a tinta era fácil de sair, porque era fácil de dissolver. Theo e Ana ficaram conversando. Quando sai, 10 minutos depois, de roupa limpa, entreguei para Ana uma outra camiseta branca que eu tinha levado, por precaução.

-- Mas gente, cadê esse menino?

-- Ele disse que teve um imprevisto, alguém ligou para ele. -- Ana deu de ombros, sorria mais agora do que antes. -- Deixou as chaves comigo e disse que podíamos ir no carro dele que já já ele aparecia lá.

Dei de ombros, fomos até o carro. Ana se prontificou para ser motorista e parecia admirada com o carro, ela sempre teve uma queda por tudo que era antigo.

-- Vocês arrasaram. -- Ela disse, assim que o carro começou a andar -- Vei, não creio que tô dirigindo esse carro. -- Ela riu, sem esconder a empolgação.

-- Tu gostou mesmo?? -- perguntou, com medo da reação dela ao beijo.

-- Sim, Theo me explicou tudo, me falou que a dança na verdade era uma maneira poética de contar sobre sexo -- ela começou. -- E realmente é, a dança tem vários pontos onde indica desejo. E o beijo no fim só enfatiza isso. Eu amei o significado, Vi, vocês arrasaram. E eu não sabia que você dançava. -- Ela riu.

-- Ah, NaClara, eu num danço não. -- Ri, colocando a mão na coxa dela e sentindo o corpo dela reagir de maneira negativa. Fingi que só fui tirar um fio solto do jeans rasgado.

-- Theo me falou sobre o beijo. -- Ela riu, de novo. -- Eu tinha ficado com um ciúme idiota porque a moça da cafeteria disse que eram namorados e já viram vocês se beijando, mas ele me explicou que foi porque...

-- Não encaixava. -- Disse, junto dela. Completei sozinha: -- Eu e Theo não encaixa, tipo, tivemos que ensaiar a cena do beijo sem o salto pra conseguir achar um jeito que encaixe. As primeiras vezes que fizemos no final da coreografia, batemos narizes, testas, queixo, ficamos com roxos até. -- Ri, lembrando da primeira vez que nossas testas bateram tão fortes que ele se desequilibrou e a gente caiu no jardim da casa dele.

-- Deve ter sido engraçado. -- Ela riu, segurando o volante com as duas mãos, e então eu vi a empolgação dela.

-- Quer por os óculos espelhados dele para se sentir mais nos anos 60s? -- Brinquei e Ana realmente colocou eles quando paramos no sinal.

-- Me lembre de te comprar uma jaqueta de couro. -- Gargalhei alto com a pose de bad boy que ela fez ao meu lado.

Quando chegamos no lugar, estava cheio. Não lotado, mas bastante movimentando. Avisei Ana sobre o zelo do Theo com o carro e deixamos o carro num estacionamento pago, entreguei 10 reais para um moço do estacionamento ficar de olho no carro. Eu e Ana então fomos entrar.

A música tocava alta e era alguma batida gostosa de ouvir dançar, daquelas perfeitas pra dançar em casais e corpos dançavam juntos por todo o canto. Nós logo encontramos Thomas, o menino que puxou o "ViTheo" mais cedo.

Ana&VitóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora