Escuridão - Livro 3 - Trilogia do Assassino

Capítulo 4 - Sente Muito Pelo Que?

DREW ENCONTROU Zoey e algumas outras garotas do lado de fora da sala do professor Ortega. Robbie estava ao seu lado. Drew lançou alguns olhares para as garotas ao lado de Zoey para ver se as reconhecia de algum lugar, mas nada lhe veio à mente.

— Vejo que fez algumas amigas — disse Drew, sorrindo de modo simpático para elas.

— Essas são Marnie — apontou para a garota de cabelos negros. — Chloe — apontou a garota de cabelos castanhos e em seguida para a de cabelos loiros platinados. — E esta é Rachel.

— É um prazer te conhecer — disse Chloe.

— Como vai? — Disse Marnie.

— Oi — disse Rachel.

Drew acenou com a cabeça para elas. Zoey enganchou seu braço aos dos dois rapazes e os seis começaram a andar para fora do prédio principal.

— Espero que não se importe, mas as chamei para almoçar conosco — disse Zoey, sorrindo para Drew de modo gentil.

— De jeito nenhum. Amigas da Zoey são minhas amigas, também — respondeu Drew lançando às garotas seu melhor sorriso.

Assim que saíram pelas portas do prédio os gritos de horror começaram. Acima deles uma janela se partiu e algo caiu no chão fazendo um barulho muito estranho. Era como ouvir galhos se partindo, mas eram ossos. Era como se um tronco de árvore tivesse caído, bem na sua frente, deixando-o salpicado de algo espesso.

Drew olhou para a frente e viu alguém que amava. James Parker estava caído no chão, os membros de seu corpo estavam retorcidos em ângulos estranhos. Tinha um corte na garganta que ia de uma orelha a outra, de onde ainda pingava sangue e tinha um outro ferimento no peito. Seus olhos estavam arregalados e vidrados, olhando para o céu claro.

Ao seu lado Zoey e as outras garotas soltaram gritos de terror. Drew correu para a frente, ignorando todos os olhares que lhe seguiam e escorregou até ficar de joelhos ao lado do amigo. Procurou por sua pulsação, mas não encontrou nada. Um policial estava ali perto, lançando olhares para o corpo e em seguida para a multidão que só fazia crescer. Em questão de segundos Esther e Henry tinham aparecido.

Drew sentiu uma forte pontada na cabeça que o fez cambalear para trás, as mãos coladas às têmporas. Segurou um grito de dor quando a dor aumentou um pouco mais. Lançou um olhar para James, ali caído. Se abaixou e fechou os olhos de seu amigo. Que merda era aquela? Que droga tinha acontecido? James tinha se jogado lá de cima? Não, aqueles ferimentos não eram causados pela queda. Tinha sido assassinado.

Mais uma dor aguda encheu-o de agonia e levou de novo as mãos à cabeça para tentar amenizar a dor.

Assassinado, a palavra flutuou em sua mente. Era sua a voz que a dizia e um eco pareceu responder a ela. Outras palavras voltaram a sua mente. Massacre. Recente. Amigos. Sua cabeça parecia a ponto de explodir. Seus olhos ardiam e tudo em que ele conseguia pensar naquele momento era que queria que aquela dor dos infernos parasse.

— Drew, respire — disse Zoey, ajoelhando-se ao seu lado. Segurou a cabeça dele em suas mãos. Robbie também estava ao lado dele, agora. As amigas de Zoey tinham se aproximado, mas não muito. Estavam afastadas do corpo de James. — Só respire. Vamos, você consegue...

— Zo, o que estava acontecendo? Estou confuso... o James... não pode me deixar de fora... — mas Drew não conseguiu pensar em mais nada. Apenas fechou os olhos e deixou que a dor o submergisse.

* * *

ACORDOU COM um sobressalto, algumas mãos o seguraram no lugar. Drew não conseguia abrir os olhos e tudo o que lembrava era que James estava morto. A cabeça estava latejando. Os olhos se abriram aos poucos, por conta de toda a luz que vinha do quarto onde estava deitado. As mãos que o seguravam eram de Robbie e Maxwell Heines, um daqueles agentes do FBI que ainda pareciam continuar ali. Seus olhos se acostumaram aos poucos com a claridade. Drew se viu deitado em seu quarto no Utica Keys e viu que estava cheio de gente, incluindo os outros agentes do FBI e seus amigos.