Capítulo 37 - O Sol

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— ELE ESTEVE nos enganando esse tempo todo! — Gritou Sarah Davis andando de um lado para o outro no apartamento enquanto cerrava os dentes. — Como fomos tão cegas a esse ponto? — Aquela pergunta não era dirigida para ninguém em particular.

Porém, Natalie respondeu. — Pensamos que ele fosse confiável. Sempre esteve próximo quando o assassino ligava ou contactava alguém. Ele sabia que não iríamos desconfiar dele se Drew o considerasse confiável.

— Merda! — Exclamou Ashley segurando a garrafa d'água com as mãos trêmulas. — Ele podia ter matado nós duas durante a noite…

— A questão é: por quê não matou? — Perguntou Zoey observando a tela do computador de Sarah com olhos analíticos e perspicazes.

O silêncio se prolongou durante vários minutos, com Sarah pensando em como encontraria Drew. Não conseguira localizar o carro que sequestrara Drew pela câmera de segurança do estacionamento da Universidade de Tulsa. E sem um carro que pudesse seguir a partir dali só lhes restavam as teorias. Elas precisavam pensar em todos os motivos que levariam Robbie Cormack a sequestrar Drew e assassinar pessoas. Ele tinha de ter um motivo… Ou era apenas maluco? Como Laurel e Patrícia?

Os olhos de Sarah se arregalaram. Era isso, não era? Sarah Davis voltou a se sentar no sofá. Seus dedos se movendo de forma rápida e constante sobre o teclado do notebook. Suas amigas se amontoaram ao seu redor.

— Sarah — chamou Natty, temerosa. — O que você está pensando?

— Pense comigo, ruiva — disse Sarah de forma um pouco ríspida. — Robbie atacou os amigos de Drew. Divulgou o vídeo de sexo do pai dele com aquela enfermeira para conseguir destruir o casamento de Alyson e John. Aproveitando-se da fraqueza familiar, Robbie assassinou Alyson e isso destruiu ainda mais a família de Drew e era exatamente isso que Robbie queria. Drew nunca foi o alvo primário da atenção dele.

— Mas é claro! — Gritou Zoey, batendo na testa como se aquele gesto fizesse com que sua mente pensasse mais depressa. — De uma forma ou de outra Robbie focava sempre na família de Drew e nas pessoas que importavam para ele… Mas ele nunca chegou a tocar em Clare, não é?

— Tudo que Robbie queria — disse Ashley — era destruir as pessoas que tinham feito ele sofrer e causar o máximo de dor no caminho. Ele confrontou John e…

— … o matou — completou Sarah. Sua cabeça zumbia com as imagens que corriam pela tela, mudava de câmera para câmera tentando encontrar a que melhor mostrava o carro estacionado. — E agora, ele sequestrou Drew por que sabe que ela vai atrás dele onde tudo começou. Não no hospital, mas…

Os olhos de Natalie se arregalaram. — Eles estão na escola. Onde aconteceu o Primeiro Massacre de Broken Arrow. A nossa escola.

— Exatamente — disse Sarah se afastando da tela do computador com olhos arregalados e tensos. A imagem nebulosa e ampliada de uma câmera de segurança do estacionamento da Broken Arrow High School mostrava um Honda Civic estacionado, com o número da placa ampliada e melhorada. Em uma outra janela de pesquisa Sarah havia invadido a central de registros de automóveis de Tulsa e jogou o número da placa na área de pesquisa.

— Robbie alugou o carro. Vamos.

As quatro garotas saíram do apartamento de Sarah, duas delas armadas com facas de cozinha e as outras duas com pistolas semiautomáticas. Esperavam não ter de matar ninguém e por isso mandaram uma mensagem para Esther Trant no momento em que já estavam fora de Tulsa rumo à Broken Arrow.

***

ESTHER TRANT praguejou ao não encontrar sinal das garotas em nenhum dos dois apartamentos. Pensara que as quatro tivessem o bom senso de esperar por ajuda policial e os policiais que deixara tomando conta do prédio não as tinham visto sair. As garotas driblaram seus homens com eficiência. Sarah Davis deixou apenas uma mensagem curta em seu celular avisando que o assassino estava em Broken Arrow. Na escola de ensino médio.

Escuridão - Livro 3 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora