Escuridão - Livro 3 - Trilogia do Assassino

Capítulo 2 - The Frugal Bookworm

ZOEY BACKER ligou o carro que tinha trazido da garagem dos pais em Broken Arrow. Tinha visto a agente da UAC entrar no prédio assim que saíra do elevador perguntando se Natalie estava em casa. Zoey tinha dito que sim e saído do caminho da mulher sem fazer muitas perguntas.

Seguindo em direção à universidade, a garota sabia que estava alterando o rumo de vida que tinha planejado para si. Sonhara em cursar arquitetura e focar em designer de interiores. Já tinha decidido aquilo a uns dois meses e tinha demorado para conseguir a autorização para a transferência de sua matrícula para Tulsa. As coisas estavam tão confusas com os amigos agora que Drew não se lembrava de nada do que tinha acontecido e acreditava veemente que todos tinham se mudado para longe. O pior de tudo era que não podiam contar nada, ou corriam o risco de que ele tivesse mais complicações por tentar forçar as memórias a voltar. Tinham recebido ordens médicas bem específicas quanto a isso.

Entrou pelos portões abertos do estacionamento da universidade e parou o carro ao lado de um Porsche preto. Sim, era um Porsche. Aquele pessoal tinha dinheiro, mas Zoey não se sentia acanhada ou coisa parecida, só parecia mais determinada que antes. Verificou a maquiagem, e o estado dos cabelos e sorriu ao ver que continuava tão linda quanto antes. Abriu a porta e saiu para o ar fresco de setembro. Seguiu o fluxo de alunos que iam para todos os lados, o prédio da coordenação ficava do outro lado do campus, seria uma bela caminhada e com aqueles sapatos... bem, toda mulher tinha de fazer sacrifícios.

O campus era lindo, com jardins bem cuidados e árvores frondosas. A arquitetura dos prédios em si era perfeita, com uma coisa ou outra que ela teria feito diferente se tivesse projetado o lugar. O lugar todo tinha um ar meio vitoriano e ela gostou daquilo, era algo com que se podia trabalhar e quando fosse mais velha talvez construísse uma casa com aquele perfil.

— Cuidado! — Gritou alguém a sua frente.

Estava tão concentrada nos prédios que não tinha percebido um corredor vindo em sua direção, antes que ele já estivesse em cima dela, jogando-a ao chão, mas virando o próprio corpo a tempo de cair por baixo dela e Zoey não ter de enfrentar o pior da queda.

— Qual é o seu problema, idiota? — Zoey gritou, olhando para o rosto do rapaz a centímetros do seu. Olhos verdes salpicados de pontinhos dourados a encararam de volta e por um momento ela perdeu o fôlego. Eram lindos olhos e o dono deles também não era de se jogar fora. Os braços do rapaz estavam em volta dela impossibilitando-a de se mover. — Me solte! — Disse Zoey quando conseguiu recuperar a própria voz.

— Foi você quem ficou no caminho! Não me culpe por você não ter prestado atenção nessa maldita calçada — disse o rapaz, ríspido, com cabelos castanho-claros pingando de suor, rosto fino, porém cheio de ângulos. Era muito mais alto e largo que ela e vestia uma camiseta cinza e uma bermuda preta de corredor.

Era bem bonito para alguém que tinha acabado de atropelar uma recém-chegada e ainda por cima jogar toda a culpa disso na cara dela!

— Não foi eu quem acabou de atropelar uma pessoa! Preste mais atenção quando andar por aí, babaca — disse Zoey, e com um sorriso zombeteiro deu as costas ao idiota e começou a andar de novo. — Por que os homens têm que ser tão idiotas as vezes? Será que não existe nenhum deles que tenha um pingo de educação? Do que adianta o idiota ser bonito se não tem nenhum tipo de educação? Imbecil.

— Ei! — Chamou o rapaz, Zoey suspirou e deu meia volta, os olhos semicerrados. — Me desculpe. Eu devia ter prestado mais atenção para onde ia. Mas, não é como se fosse também estivesse prestando.

— Tá bem. Me desculpe. Desculpas aceitas. Preciso ir ou vou chegar atrasada na reunião com o reitor.

— Espere, tem algumas folhas em seu cabelo — disse o rapaz, antes que Zoey pudesse afastá-lo, as mãos dele já estavam em seu cabeça, desembaraçando e tirando folhas e pedaços de galhos com uma gentileza que ela não tinha achado capaz até então. — Pronto.