Capítulo 20 - Seu Pior Pesadelo

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MARNIE DUSHANES tinha acabado de sair do hospital em uma visita a Zoey. Tinha descido os elevadores até o estacionamento subterrâneo onde estacionara seu carro mais cedo. Zoey estava bem melhor do que quando a tinha visto pela última vez. Dylan não saia do quarto dela, insistindo em lhe fazer companhia mesmo quando ela estava dormindo. Marnie achou aquele gesto bem fofo. Ela por outro lado era uma garota que não se apegava a coisas daquele tipo, nunca sentira uma paixão ardente por nenhum garoto daquela universidade, nem mesmo no ensino médio. Tudo que conseguia vez ou outra era uma transa rápida, pois ninguém parecia se ligar muito a ela, a não ser Chloe e Rachel. As três eram inseparáveis.

Marnie andava depressa em direção ao seu carro — um Prius preto —, estacionado um pouco longe demais do elevador. Da próxima vez em que fosse visitar Zoey estacionaria bem mais perto. As botas de salto alto dela eram o único som no local a não ser por um carro ou outro que entrava ou saia. O celular em sua bolsa começou a tocar. Ela parou onde estava, suspirou e tirou o aparelho de dentro da bolsa. Número restrito.

Alguma cobrança, talvez? Suspirando de novo, Marnie atendeu, se dirigindo ao seu carro.

— Marnie falando — disse ela.

Um chiado estranho tomou conta da outra linha, então uma voz obviamente masculina, porém chiada se fez ouvir. — Olá, Marnie.

— Desculpe, não consigo ouvir direito, a ligação está horrível...

Você vai morrer hoje, Marnie — disse a voz, baixa, porém audível.

Os olhos da garota se arregalaram e logo depois seus lábios se repuxaram em um sorriso. — Há-há-há. Muito engraçado, Reed. Deixe de ser otário e vá dormir — disse Marnie, alcançando seu carro e abrindo a porta.

Eu não sou Reed.

— Ah, não? Então quem é você? — Marnie fechou a porta do carro.

Seu pior pesadelo.

Um movimento no banco de trás chamou a atenção dela para o retrovisor. Então, arregalando os olhos Marnie Dushanes percebeu que estava perdida. Um rosto mascarado e sorridente a encarava. A mão dela voou para a maçaneta da porta tentando voltar a abrir a porta, mas a mão enluvada do Palhaço segurou seu rabo de cavalo e puxou-a para trás, encostando sua cabeça no encosto do banco. O brilho de uma lâmina a fez se contorcer e gritar. Com um grito agudo e cheio de dor, Marnie sentiu seu pulmão ser dilacerado por trás. O facão penetrou pelo banco e atravessou seu corpo. O assassino fez mais dois movimentos, cortando o outro pulmão e o estômago. A cabeça de Marnie pendeu para um lado, encostando no vidro da porta. Os olhos ficaram sem vida, dos lábios escorria um filete de sangue, que desaparecia por dentro do decote de sua blusa.

* * *

NA MANHÃ do dia seguinte uma senhora de idade estacionou seu carro ao lado do Prius preto. A mulher saiu de seu carro, deu a volta e abriu a porta de trás para que sua netinha doente saísse. Ao passar pelo Prius, a senhora viu uma poça vermelha se formando no chão, próximo à porta do motorista. A idosa pediu a sua neta para que esperasse onde estava e foi até a porta do Prius, mantendo distância da poça vermelha. Lá dentro ela viu o corpo ensanguentado de uma garota de não mais que 20 anos. A mulher mais velha gritou. Agarrou sua neta e correu o mais rápido que pôde em direção à recepção, passando pelos elevadores. Informou à recepcionista que tinha encontrado um corpo no estacionamento dentro de um Prius preto.

* * *

NATALIE MORGAN não conseguia ficar parada. Estava nervosa e com medo... como contaria aquilo a Zoey? Não havia jeito de ser gentil. A morte de uma amiga era difícil de superar, Natty sabia disso mais do que ninguém. Drew estava lá fora conversando com algum jornalista idiota. Dylan Mitchell estava sentado ao lado da cabeceira da cama de Zoey. Tinha ficado ali a noite toda, insistindo em permanecer por ali para o caso dela precisar de alguma coisa. Rachel e Chloe tinham ido para casa juntas depois de receberem a noticia da morte de Marnie.

Escuridão - Livro 3 - Trilogia do AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora