XXXV

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Várias sacolas de diversas lojas diferentes estavam organizadas no canto do quarto de Louis, enfileiradas de forma caprichada para não danificar o que havia dentro e que fora escolhido com muito amor.

Até passou pela sua cabeça levá-las até o chalé e organizar as coisas por lá, entretanto, assim como fizera da primeira vez, deveria primeiramente pedir a permissão de Anne para futuramente levar o filho dela em uma curta viagem de uma noite.

E era isso que estava pretendendo fazer ao bater na porta da residência algumas vezes, estava em seus planos ficar na companhia do garoto até de tarde, esperando assim, Anne voltar do trabalho ao fim do seu turno.

Porém, Anne voltou para casa mais cedo aquele dia, depois da conversa com Desmond simplesmente não tinha mais cabeça para continuar ali. E o simpático senhor, proprietário da biblioteca e também um velho amigo, a liberou sem questionar muito, apenas quis saber se ela estava bem o suficiente para chegar em casa sozinha.

Anne sorriu um pouco para Louis, logo caminhando para trás com o intuito de sair da porta e lhe dar espaço para entrar. Louis estranhou quando ela não o abraçou, como sempre fazia. Louis também estranhou sua expressão preocupada, e a testa franzida inconscientemente.

“Tia, tudo bem? Aconteceu alguma coisa?”

“Não, querido. Apenas um pouco de mal estar. Não se preocupe.” ela sorriu ao puxa-lo para um si de maneira carinhosa e acariciar seus cabelos castanhos. “Pode avisar para sua mãe que preciso falar com ela?” Louis assentiu ao desfazer o abraço. “Obrigada, meu amor. Bom, Harry está no quarto, deve estar dormindo. Se quiser subir, fique a vontade.”

“Tudo bem, mesmo?” Anne deu de ombros como dissesse que sim e que não era nada. “Certo. Tem um minuto? Antes de subir queria falar com a senhora.”

“Comigo? Hm, claro que tenho.”

Caminharam até o sofá, sentando-se juntos, um ao lado do outro. Louis observou a expressão serena e amorosa de Anne, era sua essência, embora também estivesse um tanto preocupada e inquieta –– apesar de disfarçar muito bem –– se ela não o contou, contaria para sua mãe e talvez Jay resolvesse lhe dizer algo.

Louis se ajeitou mais uma vez no acento antes de começar. “Sabe, eu e o Harry estamos muito felizes juntos.” sorriu verdadeiro.

“Meu filho está radiante, não para de me dizer o quanto o namorado dele é incrível.” Anne disse brincalhona, Louis corou. “Faço muito gosto de vocês dois, querido.”

“Obrigado. Queria lhe pedir algo, tia, na verdade, pedir sua permissão.”

“Permissão?”

“Aham.” ele respirou fundo algumas vezes. Assim como da primeira vez, estava nervoso, talvez um pouco menos. Entretanto, nervoso é nervoso, independente da intensidade. “Queria que a senhora me deixasse levar o Harry outra vez ao chalé, queria fazer algo... hm, especial, passar um tempo juntos e essas coisas. Prometo cuidar muito bem dele e o trazer sem nenhum arranhão.” fez uma pequena pausa para recuperar o fôlego, ele despejou as palavras anteriores como uma enxurrada, sem pausas para respirar. “Eu quis vir lhe pedir antes de falar com o Harold.”

Anne sorriu, talvez achando engraçado a forma como Louis realmente estava quase tremendo. Ela gostaria de permitir essa viagem, mas estava preocupada, talvez em outra ocasião. Não poderia expor Harry ao perigo dessa maneira.

Louis era um ótimo namorado para seu menino, e o respeito que ele tinha por ela era algo bonito de se ver.

“Querido...” ela começou, escolhendo suas melhores palavras. “Sabe que eu adoraria permitir que vocês fossem, confio muito em você, Louis. Porém, acho que seria mais conveniente deixarem isso para outro momento.”

Little sweetheart (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora