XXV

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Robert caminhava de um lado para o outro, estilhaços espalhados por toda a sala, ele não poderia estar mais irritado, o closet de Anne estava vazio, completamente sem nada, e ela lhe deixou apenas uma carta, uma maldita carta, que ele leu e releu por infinitas vezes.

Olá, querido. Eu e meu menino estamos indo embora, aproveite bem sua solidão, sabe, você errou ao pôr meu lado mãe a prova, Desmond seria mais esperto que você, aliás, ele sempre foi, melhor em tudo, não acha? Acabou o que tínhamos, algo que nem me atreveria a chamar de relação. Apenas saiba que meu menino é mais valioso que tudo, e jamais, o deixaria a mercê de seus caprichos.

Anne.

E ele poderia a enforcar pelo sarcasmo presente em casa sílaba, ele poderia a bater até fazê-la retirar o que disse sobre Desmond, mas rasgar aquele papel não foi o suficiente para suprir sua raiva.

“Finalmente você atendeu, seu inútil.” resmungou irritado para um de seus homens, que parecia sonolento do outro lado da linha. “Eu preciso de seus serviços, se prepare, eu pretendo pagar bem por esse favorzinho.” sorriu e desligou.

Ele encontraria Anne, e a faria o respeitar, porque ele era homem, e mulher nenhuma o desrespeitava ou o abandonava. Ele sempre daria a palavra final.

“Isso tudo é culpa daquele bastardo nojento!” berrou enfurecido “Por mais que ela não volte, aquele gay doente vai me pagar por isso! Ah! Ele vai, vadia.”

E bom, no meio de tantos sentimentos ruins estava a frustração.

Ele interviu para 'ajudar' Harry, ou era isso o que achava estar fazendo.

Não, na verdade ele não achava, ele só o fez por ser uma ótima forma de ferir o filho de Desmond, um pouco menos em sua conta bancária para ter esse prazer, não faria diferença.

Robert pagou os garotos para agredirem Harry naquele dia, o insultarem e o fazerem sentir-se um nada, eles disseram que tiveram sucesso e que pareceu casual, e ninguém desconfiaria que alguém os teria o mandado em um horário específico. Assim como combinaram.

E ele ficou satisfeito e até houve um pequeno brinde com um vinho de qualidade momentos depois. Por fim, não saiu como esperava, Harry não mudou seu jeito, tanto de se vestir ou de ser, e ele sabia, sabia pelas câmeras de segurança em sua própria casa, câmeras posicionadas apenas em um ponto específico da sala, já que Anne não permitiu em outros locais, porém, aquela era o suficiente.

Talvez estivesse se tornando uma obsessão, mas Harry o causava repulsa por motivos mais variados que sua opção sexual.

E um trecho importante prendeu a atenção do homem no instante em que releu em sua mente pela milésima vez, um trecho muito interessante:

“Meu menino é mais valioso que tudo

Little sweetheart (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora