“Filho?” Anne chamou ao bater na porta do quarto de Harry antes de empurra-la, para prevenir qualquer coisa. “Louis acabou de se despedir de mim lá em baixo, e eu queria ter uma conversinha com você, meu amor.”
Harry estava saindo do banheiro logo após lavar o rosto, vestia uma calça confortável de moletom em tonalidade cinza. Ao ouvir sua mãe, quase voltara todo o caminho e trancou-se no banheiro devido a vergonha pelo que ele tinha certeza que estava por vir.
Anne estava sorrindo divertida, encostada na porta fechada e observando-o caminhar até a cama e sentar ali, e quando ele o fez, ela se aproximou, puxando um pequeno travesseiro e colocando em seu colo após sentar-se também. Alguns pouquíssimos centímetros de distância os separavam.
“Temos muitas coisas pra conversar, filho.”
Harry estava absurdamente envergonhado, suas bochechas em um forte tom escarlate. Sabia que Anne não havia visto exatamente tudo, porém, isso não tornava as coisas menos constrangedoras.
“Mamãe...”
“Olhe para mim, querido.” ela sutilmente levantou seu rosto e sorriu amorosa. “Não quero falar sobre o que eu vi, pelo menos, não agora. Aconteceu tantas coisas hoje, e nesses últimos dias que eu nem sei por onde começar.”
“Do que está falando?” Harry estava confuso, ela parecia triste, seus olhos diziam por si só e contrastavam com o sorriso que se abria em seus lábios.
O assunto parecia bem mais sério que o flagrante de momentos atrás, mentalmente, Harry agradeceu por se ver livre da tal conversa.
“Então vamos começar pelo início.” suspirou “Há alguns dias atrás eu dei entrada nos trametes do divórcio, já deve ter chegado a intimação, foi marcada uma reunião para semana que vem.”
Harry entendeu, porém, o fez de forma errada.
“Está arrependida? A senhora não me parece bem. Podemos voltar se for isso que––”
“Não, não. Me separar foi a decisão mais acertada que eu já tomei.” Harry se aproximou mais e se aconchegou contra os braços de Anne, silenciosamente, perguntando então, qual seria o problema. “Seu pai sempre foi assim como você, sempre foi bonita a forma como ele me colocava em primeiro lugar, e às vezes, confesso que até me aproveitava disso.” ela brincou, diminuindo a pequena tensão.
“Queria tanto ter o conhecido, mamãe... Talvez nossa vida fosse outra se ele não tivesse sido tirado de nós.”
“Sim.” Anne sorriu carinhosa, respirando profundamente antes de prosseguir. E como quem não quer nada, perguntou retoricamente “E se ele não estivesse morto? Digo, apenas uma suposição.”
“Não diga essas coisas, mamãe. É doloroso mas é a realidade.” Harry respondeu, um pesar em sua voz. “A senhora já me contou tanto sobre ele que sinto que eu o conheci, e eu agradeço, apesar de saber do quanto isso doía. Devemos aceitar que ele está no céu agora.”
Anne pensou em desistir, passou por sua cabeça deixar isso para outro momento, por ter medo da reação do menino, ou até mesmo para poupá-lo do possível sentimento de decepção e engano. Entretanto, ela não podia. Harry precisava saber tanto quanto ela precisava lhe contar. Tinha o direito.
“Querido, você lembra do que eu dizia quando você era apenas um garotinho?” Harry negou, se recordava de tanta coisa que não poderia afirmar com exatidão ao que ela referia-se. “Um ditado: O lobo sempre será o personagem ruim se vermos as coisas somente pelo ponto de vista da chapeuzinho vermelho.”
“Eu lembro, sempre devemos ouvir toda a história e cada pessoa antes de chegar a conclusão sobre qualquer coisa.” concluiu, orgulhoso por ainda recordar do dizer de sua mãe. Fazia uns bons anos que Anne não lhe dizia essas coisas, geralmente, vinham acompanhadas de histórias que ajudavam-no a entender, sempre fora uma criança que amava ouvir contos diversos.

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Little sweetheart (l.s)
Fanfic(▫Concluída) Honestamente, amizade e amor caminham lado a lado, afinal, uma não existe sem a outra. Louis ama Harry. Harry ama Louis. Como melhores amigos, apenas. No entanto, será que o sentimento é estrito apenas ao cômodo da amizade? É o que eles...