Um pequeno garoto saltitava brilhando em animação pelas ruas de sua cidade acompanhada de sua mamãe. Ela o havia prometido um presente de oito anos bem especial, pois não poderiam dar uma festa. Na realidade, Harry nem se importava, tê-la ao seu lado em companhia de seu amigo Louis já era mais que o suficiente, somando ao bolo de chocolate que só a tia Jay sabe fazer.
Harry andava até sem interesse analisando as prateleiras de carrinhos e brinquedos que garotos da sua idade iriam adorar, no entanto, o menino estava visivelmemte entediado.
“Querido, que tal esse?” Anne perguntou ao filho, lhe mostrando um pequeno carro vermelho que podia se mover por controle remoto. Harry negou. “Tudo bem, me diga então, o que você quer, mocinho?”
O menino pôs o pequeno dedo indicador sobre seus lábios ao pensar, ele estava fielmente concentrado na árdua tarefa de analisar todas as opções antes de decidir o que iria querer. Sentiu poder escolher qualquer coisa e, para uma criança, era uma sensação semelhante ao de ter o mundo ao alcance de suas pequenas mãos. Fora uma cena adorável e Anne sorriu largo ao ver os olhinhos de seu filho brilharem.
“Mamãe, ontem eu vi Rose usando uma coroa de flores na escola, e eu achei muito bonita, você poderia me comprar uma também?” pediu animado, seu sorriso de covinhas amolecendo-a ao que suspirou carinhosamente.
Anne, como uma boa mãe observadora, sempre notou esse inclinamento do filho por coisas mais femininas, ela o ama independente de tudo. Porém Robert, seu marido, nunca foi tão flexível.
“Rose é uma menina, meu amor, meninas usam coisas de meninas e–” Harry a interrompeu.
“Meninos usam coisas de meninos” bufou ao completar a frase que sua mãe lhe dizia quando queria pegar algo bonito de sua prima Gemma “Mas mamãe, eu quero tanto.”
O garotinho não costumava fazer birra em lojas ou dar escândalos quando não conseguia o que queria, pelo contrário. Harry apenas se sentou em um banco que estava ao seu lado e Anne se abaixou, se pondo entre suas pernas. Ele estava tristonho, mas ainda esticou suas mãos, passeando-as pelos fios da mais velha, acariciando e olhando-a com grandes olhos pidões e um pequeno bico nos lábios.
“Tudo bem, é o seu aniversário e eu não me acho no direito de te negar alguma coisa.” sua voz saindo suave enquanto ela depositava pequenas cócegas sobre a barriga do seu menino “Me prometa algo, sim?” Harry assentiu repetidas vezes, ele prometeria qualquer coisa para ter suas tiaras bonitas. Anne suspirou, assumindo uma pose séria e preocupada “Seu papai Robert, ele–”
“Robert não é meu pai, meu papai é um anjo agora. ”
“Sim, sim, desculpe meu amor, mas Robert cuida de nós e eu ficaria feliz se pudesse o ter como pai, seu papai está no céu e o outro está aqui na terra com você.” sorriu.
“Robert não gosta de mim.”
Anne sabia que não iria adiantar forçar seu filho a aceitá-lo dessa forma, embora o respeito já fosse o suficiente. Harry nunca gostou de Robert, e fim. Entretanto, nunca o desrespeitou, o homem era intimidante demais para o dar coragem para tal ato.
“Mamãe quer pedir a você que não use e nem toque no nome do seu presente especial na frente do Rob, pode fazer isso?”
“Por que?”
“Só faça, você consegue?” Harry concordou, desconfiado, entretanto não seria tão difícil, Robert quase nunca estava em casa devido ao seu trabalho e suas viagens por conta da empresa. “Agora vamos comprar a tiara mais bonita para o meu príncipe mais bonito!”
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“Olhe Tommo, mamãe me comprou essas coroas de flores, não são incríveis?” murmurou, espalhando algumas pela sua cama. A verdade é que Anne comprou várias para o filho e a alegria dele, com toda a certeza, compensou.
Louis, um ano mais velho, sorriu perante a alegria do amigo, estranhou um pouco, mas optou por não comentar, já estava acostumado com Harry gostando desse tipo de coisa e até o defendia na escola dos garotos mais velhos que queriam fazer piada do assunto. Tomlinson esbanjava seu orgulho ao pôr as mãos na cintura, olhar no fundo dos olhos dos garotos ruins e dizer que o importante é que Harry é feliz e ninguém tem nada haver com isso.
Ele sorriu, sempre o defenderia, se tornou quase instintivo.
Sua atenção agora presa no menino animado que tentava lhe mostrar todas as tiaras, as covinhas estavam ali deixando tudo ainda mais encantador.
“São lindas, Hazz!” Louis aponta para uma que havia flores roxas escuras, traçadas e postas sobre fios que simulavam galhos.
O menino Styles a pegou com ternura e entregou para Louis, que sorriu de imediato ao tê-la em mãos. “Então chegue mais perto.”
Louis usou de demasiado cuidado para não prender de mal jeito nos fios revoltos e acabar machucando-o. Ficou lindo, sinceramente. A cor em contraste com sua pele alva, em complemento ao sorriso de covinhas e olhos verdes “Ficou melhor em você do que naquela chata da Rose.”
Harry deu uma risadinha, suas bochechas corando como sempre acontecia quando recebia um elogio.
“Mamãe lhe trouxe bolo de chocolate, eu iria por meu presente dentro...” Louis divagou ao tempo que Harry arregalava os olhos, e se alguém o comesse? Não era justo ficar sem presente e–– “Calma! Eu não fiz isso.” Sorriu tirando uma caixinha de dentro do bolso “Pensei em algo especial, eu não sei, algo para sempre lembrarmos dessa amizade e comprei isso. Mamãe disse que seria perfeito.” Seus olhos azuis brilhando em expectativa enquanto estende o presente.
Um Harry mais aliviado pegou a caixa e abriu, ciente que independente do que fosse, ele iria amar, porque tudo o que ganhava de Louis nunca era um presente qualquer, –– até da vez que Louis lhe deu a folha de uma árvore que ele achou em formato de coração na rua, Harry a guardou até ela se desintegrar, o que lhe rendeu algumas lágrimas e Louis dizendo que ela nem era tão bonita assim –– e se deparou com um cordão, delicado e muito bonito, onde havia um L e um H entrelaçados, e algumas pequenas pedras brilhantes estavam ao redor.
“Eu amei” foi o que ele disse depois de alguns minutos, estava tão encantado que nem percebeu o amigo soltar um pequeno suspiro de alívio.
“Tenho um também” Sorriu puxando o cordão idêntico ao de Harry para fora da camisa “Assim temos algo igual, e você, hm– eu quero que ande sempre com isso, para lembrar de mim sempre.”
“Obrigada, Tommo.” sussurrou com timidez.
“Sabe que não precisa agradecer.”
“Você sempre vai estar aqui, não vai?”
“Prometo nunca ir embora.” concluiu, virando para o amigo, apertando suas bochechas gordas e beijando seu nariz com carinho “Não saberia viver longe ou sem você, Harold.”
Harry estava radiante, era seu melhor aniversário do mundo porque Louis estava ao seu lado, sorrindo para ele e apertando sua mão. Eles se encaminharam juntos para o andar de baixo pois Jay os chamou.
“E eu não preciso de um cordão para me lembrar do meu melhor amigo sempre, –– exceto quando eu durmo, claro, mas eu realmente amei o seu presente” se aproximou, sussurrando como se fosse lhe confidenciar um segredo. “Foi o meu melhor presente, mas não conte nada para ninguém, Lolo, eles podem ficar tristes.”
Louis sorriu ao que Harry apontou discretamente para Anne e Jay, virou para ele novamente e gesticulou um “Shh” desconfiado.
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Little sweetheart (l.s)
Fiksi Penggemar(▫Concluída) Honestamente, amizade e amor caminham lado a lado, afinal, uma não existe sem a outra. Louis ama Harry. Harry ama Louis. Como melhores amigos, apenas. No entanto, será que o sentimento é estrito apenas ao cômodo da amizade? É o que eles...