Capítulo XII

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“O mal do ser humano é se adaptar para viver a vida de outra pessoa, invés de se reinventar e viver para si mesmo" Vendida para o dono do morro

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“O mal do ser humano é se adaptar para viver a vida de outra pessoa, invés de se reinventar e viver para si mesmo"
Vendida para o dono do morro

 
Depois de mergulhar em lágrimas de ódio, me levantei e me recompus e fui até a sala para assistir um pouco já que as crianças estavam brincando do lado de fora já que ainda não tinha dado o horário da escola.
 
— Conseguimos finalizar a adoção de mais quatro das crianças resgatadas – Toni entrou sorrindo com a notícia e eu apenas concordei e me levantei para voltar ao meu quarto mas antes que eu virasse o corredor o telefone toca novamente e eu como estava do lado atendi — Alô?
 
— Poderia passar para o Toni? Ontem liguei mas desligaram na minha cara – olhei pra Toni e entreguei o telefone
 
— Alô? – a expressão dele mudou totalmente em questão de minutos – O que você quer agora ? Não basta ter acabado com minha sanidade e me deixando com duas crianças sozinho ? – ele riu de alguma coisa que ela falou e desligou — Eu falei que não quero que atenda esse inferno! – disse jogando o telefone no chão quebrando o mesmo e saindo sem falar mais nada
A tarde passou rapidamente, as crianças tinham ido a escola e logo estariam em casa então deixei meu livro de lado e fui pra cozinha preparar algo pra gente lanchar quando eles chegassem. Estava terminando de bater o suco de maracujá quando Ana chega só com Rane
 
— Cadê Mariana e Matheus? – ela me olhou com uma cara de “deu merda !”
 
— Estão com o Toni lá na praça – olhei pra ela triste por que Toni estaria se desfazendo da Rane? Então deixei tudo do jeito que estava e pedi pra Ana alimentar ela que eu já voltava, ela até tentou me impedir mas eu saí na força do ódio, quando estava chegando na praça que Ana falou vi Toni com uma mulher e com as crianças então meu ódio subiu mais ainda, fui bufando até onde ele estava e quando me viu ficou branco, as crianças estavam desconfortáveis e quando me viram gritaram um mamãe o que deixou a tal mulher bem irritada pela cara que ela fez.
 
— Quando adotamos a Rane não era para existir distinção!  Não imagina o quão triste ela ficou de não chegar com o pai e os irmãos em casa – falei olhando com ódio para Toni que ainda estava sem reação — E você, o que quer com meus filhos ? – perguntei rude, não me importava mais o que Toni fazia porém envolver as crianças é ir longe de mais
 
— Não querida, seus filhos não. Até por que quem colocou eles no mundo foi eu! – olhei para Toni aguardando alguma reação para me defender mas ele só sabia olhar com cara de incrédulo então apenas falei para as crianças que era para elas ficarem com o pai que eu ia “ali” e já voltava, mesmo sabendo que eu não iria voltar.
Saí dali e fui direto para casa, arrumei as malas peguei as roupas de Rane e liguei para Beta perguntando se eu poderia ficar com eles um tempo e sem me fazer perguntas ela aceitou, peguei Rane e entrei no carro e dirigi até um pouco depois da entrada do morro e de lá pedi um táxi até o alemão, não queria ter que ver ele para devolver o carro e assim que o táxi chegou eu liguei para um dos meninos e disse para vir buscar o carro e que a chave estava dentro e assim eu fui para o meu verdadeiro lar. Chegando no alemão o taxista não subiu até o topo comigo, mas como eu já esperava pedi pro Vini descer para levar minhas malas, a minha surpresa é que quem estava lá era Beto e não o Vini
 
— O que ele fez com você? – perguntou tirando as malas do taxi e passando para o carro dele
 
— Nada, do me traiu e me usou – disse com a voz meio falha e ele me abraçou e disse que tudo ficaria bem. Coloquei Rane no banco de trás e fui no da frente, estávamos indo pra casa do Mauro e não da Roberta o que achei estranho mas não questionei
 
— Vai ficar comigo e com meu pai, aqui vocês vão ficar mais confortáveis e seguras também – disse descendo do carro e indo até o porta malas tirar as coisas, eu desci peguei Rane e entrei já que ele disse que não queria ajuda. Assim que entrei, Nayto e Roberta sorriram e vieram me abraçar
 
— Deus que barriga imensa! Tem certeza que são apenas dois ? – disse sorrindo e ela me olhou com uma cara de não brinca com isso!
 
— Gente que bagunça é essa? Meu filho tá tentando dormir! – Camilla disse vindo com Bento no colo e na hora que me viu um ponto de interrogação apareceu em sua testa e antes que ela pudesse perguntar qualquer coisa Roberto entrou com duas malas, nesse momento a cara dela foi de confusa para raivosa, mas não disse nada apenas para falarmos mais baixo pois seu filho queria dormir e saiu para um dos quartos novamente.
 
— Gente aqui não mudou nada! – disse pegando uma foto que estava em cima da mesa de centro que era do chá de bebê da Beta onde estavam todos inclusive eu e Rane
 
— Seu quarto está do mesmo jeito – Roberto falou e Beta disse que era só colocar uma cama de solteiro, eu discordei e disse que a de casal era o suficiente pra mim e para Rane e ela sorriu concordando, pedi licença e fui até o quarto para dar banho em Rane e colocar ela para cochilar já que ela está acostumada a dormir depois da escola, depois que ela dormiu fui até a sala explicar o que estava acontecendo e Beta ficou em choque, nem eu imaginava que ele seria capaz de fazer o que fez mas enfim. Depois de horas conversando finalmente peguei meu celular e tinha exatas 78 ligações e 237 mensagens perguntando onde eu estava e eu apenas abri e mandei um “se divirta com a mãe dos seus filhos e com a puta que estava com você, não me procure mais!” e bloqueei o número dele, não ia mais me submeter aos jogos dele e nem as manipulações, eu cansei.
 

Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora