Capítulo XXXIV penúltimo

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Um ano depois


O que fazer quando seu mundo perfeito começa a cair ? Quando percebe que tudo que fez, todo esforço está se desfazendo como um castelo de areia feito a beira mar, mas essa onda que o derrubou acabou levando junto meu último fio de compaixão por aqueles que não merecem

- Jane precisamos recuar, ou não vai sobrar ninguém - Guilherme gritava no meio dos tiros

- Temos que defender o morro, vamos segurar por mais um tempo - falei olhando a guerra que estava acontecendo no meu morro, tudo isso por causa de Tainá, aquela maldita ama infernizar minha vida!

- Jane, estão atacando o alemão também, o que vamos fazer agora ?

- Vamos colocar ordem nisso - falei pegando o fuzil e descendo o morro, ninguém vai por medo no meu povo, com ódio no olhar cheguei na entrada e vi o olhar de vingança de Tainá junto com o dono da Pavuna uma antiga favela do Rio - Pede pros seus homens se retirarem, aqui não tem nada pra vocês - falei apontando o fuzil pra Tainá

- Ou então o que? - perguntou com sarcasmo e eu dei um tiro na perna dela e Guilherme acertou a cabeça do homem que estava ao seu lado, agora entendi o por que ele não manda mais em nada, simplesmente um fracassado!

- Mandei pra saírem do meu morro! - disse e ela deu a ordem de retirada, todos saíram e eu olhei bem pra cara dela e acertei um tiro bem no meio da testa - Nunca mais vai colocar medo e matar pessoas por pura diversão e vingança, tira eles daqui e queime o corpo - disse saindo. Minha cabeça não anda bem ultimamente, nesse ano que passou aconteceu tantas coisas que me fizeram ficar fria, sem motivo para ter piedade tanto com os de fora quanto os de dentro, a uns dois meses atrás na festa de aniversário da Luara alguns homens a mando da Tainá tentaram sequestrar minha filha e o pior é que tinha gente de dentro do Vidigal ajudando o que me deixou com um ódio, minha filha não pode ir a escola por que lembro do sequestro da Rane, o desespero já habita em mim a muito tempo isso é fato, mas ultimamente ele vem com mais força parecia que eu estava sentindo que essa invasão ia acontecer

- Você está bem ? - Guilherme perguntou entrando na sala onde eu estava de cabeça baixa só pensando no que faria agora

- Sim, tem noticias do alemão? - perguntei pra mudar o foco da conversa

- A ordem de retirada foi geral, estão todos bem - eu agradeci e pedi que ele me deixasse sozinha e fosse ajudar na retirada dos corpos e ele obedeceu, assim que ele fechou a porta minha pose de durona foi embora, eu só precisava das minhas filhas para aperta-las e sentir que agora tudo está bem.

Fui para casa, tomei um banho longo e me deitei um pouco, as meninas estavam dormindo quando eu cheguei mó quartinho junto com Ricardo e Daniel, a verdade esqueci de falar, Ricardo é o esposo de Dani, agora oficial no cartório e tudo, um amor de pessoa trata minhas bebês super bem e o melhor de tudo é que ele trata Dani muito bem o que me deixa feliz. Mauricio por sua vez surtou ao saber que o filho era nas palavras dele "um virado", depois do surto ele preferiu ficar de longe apenas observando, achei melhor assim, pelo menos não machuca mais ainda os meninos, fiquei alguns minutos pensando e acabei dormindo, estava muito cansada.

- Bom dia amor - Roberto diz quando atendo o telefone ainda com os olhos fechados

- Bom dia, por que me acordou? - perguntei meio rude, odeio que me acordem

- Peguei as meninas por que tá tendo churrasco aqui no meu pai, Daniel também veio com o marido só falta você paixão - ele é muito amorzinho, porém me acordou e eu tô brava com isso

- Roberto meu amor, você me acordou do único sono que tenho a semanas pra eu comer ? - ele sussurrou um sim e eu não briguei mais, ele estava apenas se preocupando comigo e isso era fofo de mais até pra ele - Vou me arrumar e já chego aí - desliguei e fui tomar um banho, me arrumei e fui pro alemão o que não demorou muito, chegando lá tinha uma galera conhecida já Mauro me deu um copo com cerveja e brindamos a mais uma vitória, estava terminando o copo quando beta me pede perdão com uma cara de choro e diz que tentou, mas que Roberto era muito galinha e estava com outra na casa, eu puta da vida entrei e fui até o quarto de visitas quando entrei perdi todo meu chão, na cama tinha algumas rosas e Luara estava deitada no meio delas com uma roupinha escrito "te amo, quer", Rane entra no quarto com um boque de flores vermelhas e brancas e um blusa também escrito a continuidade "casar comigo?", depois que peguei as flores Bento entra com uma caixinha e um anel lindo dentro, na blusa dele estava escrito "aceita ser minha mamãe?" eu já estava chorando quando disse sim e então Roberto entrou e me abraçou agradecendo por eu ter aceito, ali eu vi que o amava mais que tudo mesmo e que minha vida não seria completa sem ele, errar sim erramos, mas admitir o erro e ser melhor, poucos são os que fazem.

Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora