Vendida Para o Dono Do Morro - Livro I

Capítulo XVII

"Da dor nasce o amor e do amor nasce a flor"
- Vendida para o dono do morro

Já se passaram alguns dias desde o ocorrido, eu fiquei lá em observação por conta da cirurgia, Robert ficou comigo o tempo inteiro só saia quando Roberta chegava para tomar banho e trocar de roupa. Hoje era minha alta e eu já estava ansiosa para ir embora, graças a Deus minha voz já tinha voltado e eu estava conseguindo andar sozinha

- Não esquece, você precisa tomar os remédios na hora correta e as vitaminas também - Cris disse sorrindo, Cristiane Guedes Silva, nos tornamos amigas, ela cuidou tão bem de mim nesse tempo que fiquei inconsciente

- Pode deixar! E te espero no complexo para tomar aquela coca gelada com churrasco - disse e ela sorriu, me despedi do doutor e da enfermeira que cuidou de mim e fui até o carro com Roberto, minha barriga já era visível e isso me causava um pouco de estranheza ainda - Como estão as coisas no morro? - perguntei quando entramos no carro

- Está tudo igual, eu vou ser pai de novo - falou na maior tranquilidade o que me deu um ciúmes, mas tudo bem

- Engravidou quem agora ? - disse sorrindo para não parecer o ódio que eu estava sentindo

- Tainá - falou na maior tranquilidade do mundo e eu fiquei com a cara lá no chão, não acredito que ela voltou

- Ela está morando com vocês? - perguntei por que se ela estiver não vou ficar lá

- Sim, mas não se preocupa ela não vai fazer nada com você - disse calmo, eu não acredito nisso, mas tudo bem. Demorou uns cinquenta minutos até o morro, eu estava ansiosa para ver meus afilhados, minha irmã e descansar um pouco. A parte que ninguém conta sobre a gestação é que pesa de mais, você se irrita fácil e dá uma fome, então eu estava irritada e com fome por que demoramos para chegar e quando chegamos eu tive que ver a cara de jumenta da Tainá, o que me reconforta é ver a cara de decepção dela ao me ver

- Achei que ela iria para sua irmã amor - olhei pro Roberto que estava com uma cara de "puta que pariu, mulher chata" mas não respondeu ela, apenas me levou até o quarto dele e colocou minhas coisas lá

- Vai dormir aqui, meu colchão está no chão, como as crianças estão dormindo no seu quarto e a Tainá no quarto que era da Camilla prefiro que fique perto de mim - disse deixando a malas no chão e vindo na minha direção e me dando um abraço - Independente que qualquer coisa, essa criança será muito amada aqui e você sabe disso, você é muito amada Jane - falou e me soltou - Precisamos de uma casa maior - disse sorrindo e saiu, eu fui deitar um pouco e ler já que Rane e Bento estavam na escola ainda, li por alguns minutos até chegar uma mensagem de um número desconhecido.

"Me perdoa! Eu estava fora de mim, saber que você estava com outro me deixou sem chão Jane. Soube que esta esperando um filho nosso, me deixa cuidar de você e me redimir por todo sofrimento que te fiz passar"

Olhei aquela mensagem e me deu um nojo, um sentimento de ódio eu respondi pra encerrar aquele ciclo

"Não! Quem tem que te perdoar é Deus, e sim eu estou esperando MINHA filha. Então some das nossas vidas. Adeus"

Bloqueei o número e o bloqueei de todas as minhas redes sociais, novo ciclo, novas atitudes, novas expectativas. Saí do quarto para Tomás um sol na piscina, coloquei um shorts e um top já que eu ainda estava bem marcada e dolorida para usar biquíni ou calcinha, passe protetor no rosto e fui mas antes de chegar na área externa da casa vi a jumenta sentada na sala, não parei só segui até a piscina entrei um pouco na água pra ver se o calor passava um pouco, depois de alguns minutos eu sai e me deitei na espreguiçadeira para tomar um sol, meu corpo implorava por vitamina D, e acabei dormindo um pouco.

- Jane ? - ouvi alguém me chamar mas o sono estava tão bom - Jane ? - abri os olhos na força do ódio e vi Rane, Beto e Bento parados na minha frente arrumados e tudo, olhei com uma cara de "vão aonde?" - Se arruma, nos vamos ao centro pra comprar o enxoval da sua bebe , falando nisso, já sabe o nome ? - ele me perguntou e eu fiquei durante alguns minutos pensando - Não precisa dizer agora, vamos só comprar algumas coisas, vai lá se trocar, antes de irmos quero que veja uma coisa - me levantei fui até a ducha e tirei o cloro do corpo já que eu tinha entrado na piscina , entrei e me troquei rapidinho não arrumei o cabelo só prendi ele, e saímos de casa - Espero que goste - ele disse enquanto estávamos no carro, descemos uma rua e fiquei me perguntando o que iríamos fazer na casa da Roberta, até ele parar uma casa antes da dela e pedir pra eu descer, tirou as crianças do carro e entramos na tal casa.
Ela era grande por fora, garagem para 2 carros, tinha uma ligação com a parte de trás onde tinha uma churrasqueira e uma pequena piscina, entrando pela porta que dá para a área externa é a cozinha e sala de jantar, tem uma bancada e a sala de estar do lado tem uma escada que leva para a parte doa quartos que são no total de 5, 4 no andar do meio e 1 no último andar

- Essa é a nossa casa agora - disse sorrindo, mas eu não entendi o por que "nossa"

- Roberto, você vai ser pai ... - ele não deixou eu terminar de falar

- A questão não é essa já é, a questão é que eu já te perdi diversas vezes, algumas por minha culpa, outras por culpa do destino. Eu sei que a Tainá está grávida, darei total apoio a ela enquanto estiver grávida mas não vou ficar com ela Jane, sendo que a pessoa que eu amo é você - olhei incrédula pra ele - Não me olha assim, você sabe disso, sabia que eu iria te amar sempre, independente de você estar ou não grávida. Eu comprei aqui pra gente, pra criarmos essa família doida que temos e que vai crescer cada dia mais - falou e me abraçou novamente

- Então esse seria nosso quarto? - olhei pra ele e o sorrio que ele estava só aumentou, então explicou como seria, que as meninas iam ter seus quartos e o Bento o quarto dele, se caso o bebê da Tainá for menino vai dormir junto com o Bento, precisávamos mobiliar tudo pra ontem então saímos da casa e deixamos as crianças com Roberta e fomos às compras. Tudo estava voltando ao seu eixo.