Capítulo XI

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“A vida é uma caixa de surpresas, boas e ruins

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“A vida é uma caixa de surpresas, boas e ruins. Cabe a nós saber lidar com cada uma!"
- Vendida para o dono do morro

 
Acordei no outro dia sozinha na cama , Toni já tinha saído e as crianças estavam do lado de fora junto com Ana brincando então resolvi tomar um banho já que ontem eu capotei. Saindo do banho escutei o telefone tocar mas Ana atendeu rapidamente e desligou quando me viu chegando.
 
— Quem era ? – perguntei e ela desconversou disse que era cobrança, não insisti e pedi pra que ela arrumasse as crianças que eu levaria elas para sair hoje, ela hesitou mas foi o que eu achei muito estranho já que ela nunca me tratou assim. Depois de ter arrumado as crianças peguei a chave do carro e depois de prender todos nas cadeirinhas saímos.
 
— Não pode sair patroa – um dos meninos disse quando eu já estava na saída do morro
 
— E de quem veio essa ordem ? – perguntei já meio nervosa e ele só soltou um “do chefe” eu só olhei com raiva  dei o  retorno com o carro e fui em direção ao “escritório” de Toni, desci do carro e deixei as crianças assistindo já que não ia demorar — Quem você acha que é pra barrar minha saída ? — entrei com tudo sem nem bater e o que eu vi me destruiu, não dei tempo dele se explicar nem dele ter reação, dei meia volta entrei no carro e acelerei até a entrada do morro novamente e o mesmo menino me parou e com a pouca paciência que eu estava só mandei ele sair da minha frente ou eu passaria por cima dele e o menino com medo saiu. Dirigi sem rumo até que de longe avistei o mar e decidi parar na praia para observar um pouco e colocar as ideias no lugar, tirei as crianças do carro e desliguei o celular não queria que ninguém me incomoda-se e passei a tarde ali com meus filhos. Já estava anoitecendo quando decidi voltar pro morro, querendo ou não os gêmeos precisam do pai também então peguei ele e fui em direção ao carro pensando no que faria daqui em diante, eu disse sim e ele me traiu no dia seguinte, imagina mais a frente!
Coloquei as crianças no carro e segui em direção ao morro novamente, ainda com o celular desligado por que não queria conversar com ninguém. Cheguei na entrada com os vidros abertos e nem parei para cumprimentar ninguém apenas subi até minha casa, coloquei o carro na garagem, tirei as crianças e entrei e de imediato veio o grito
 
— Você é louca ? – Toni falou agarrando os gêmeos como se eu fosse machucar eles — Eles são meus filhos, não seus!  Então nunca mais os pegue sem minha autorização escutou? – olhei pra ele incrédula, como ele foi capaz de jogar na minha cara gritando isso?
 
— Primeiro abaixa o tom pra falar comigo,  eu sai sim com as crianças para a praia! Não levei eles pro abate não. E eu fui te avisar, mas sua cabeça estava em outro lugar ou se esqueceu? – disse pegando Rane e levando ela para meu quarto, assim que entrei tranquei a porta e fui dar banho nela com o choro entalado, troquei ela e a coloquei para dormir e fui tomar o meu banho, aí sim eu desabei. Eu passei por tanta coisa nesses anos, a perda da minha mãe, a perda da minha irmã,  minha venda, abusos psicológicos de Geraldo,  a dor de saber que Rane estava morta depois a invasão, a dor de saber que minha irmã estava viva e sendo prostituta do seu próprio pai e agora isso! Eu não aguento mais estou prestes a desistir de tudo, eu estou exausta!
 
Sai do banho e coloquei uma roupa larga por conta do valor que estava fazendo, peguei meu celular e finalmente liguei e tinha diversas chamadas do Toni, da Roberta, do Mauro e até do Roberto também além de algumas mensagens, uma em específico chamou minha atenção era uma foto minha com as crianças na praia e tinha uma arma apontada para a minha cabeça e em baixo tinha uma mensagem  - “se afaste da minha família ou eu vou matar a sua" olhei por mais alguns instantes aquela foto e encaminhei um print para o Toni , não demorou muito ele veio bater na minha porta mas não abri, estou machucada e não é o momento certo para conversar , eu só quero deitar e dormir se eu conseguir.
 
Senti alguém pular em mim e abri os olhos no susto, não sei como eu dormi, só sei que dormi e não foi pouco no quarto estava Mari e Matheus junto com Rane pulando na cama em cima de mim eu sorri vendo a cena mas não durou muito, olhei para a porta e lá estava ele olhando a bagunça em cima de mim com um sorriso no rosto que também não demorou muito para sumir quando viu que eu não estava de graça com ele.
 
— Precisamos conversar – olhei pra cara dele com uma raiva que não cabia em mim e neguei com a cabeça, me levantei e fui em direção a porta para entrar no banheiro que fica do lado e ele me puxou para perto e falou firme — Não estou pedindo Jane, eu estou mandando! Nos vamos conversar –  falou me soltando e chamando as crianças para tomar café, olhei pra ele e fui no banheiro para lavar o rosto, me troquei e caminhei até a cozinha, mas antes de chegar o telefone da sala tocou e eu fui atender
 
— Alô? – a pessoa do outro lado estava com a respiração ofegante
 
— Gostaria de falar com o Toni – a voz era de mulher
 
— Aqui é a esposa dele, quem gostaria? – perguntei rude, um chifre já não perdoou,  agora dois
 
— Fala pra ele que é a mãe dos filhos dele – eu fiquei em choque, como assim? Toni da cozinha olhou pra mim e perguntou quem era e eu só sussurrei “a mãe das crianças “ o que já foi o suficiente para ele vir até o telefone e desligar ele
 
— Não quero que atenda mais esse telefone, agora vem, você precisa me ouvir – falou me puxando pelo braço até o quarto dele e trancando a porta — A história é longa, mas a Melissa não morreu quando as crianças nasceram, ela foi embora e eu falei para todos que ela tinha morrido – quanto mais ele falava mais eu ficava em choque, ele me usou esse tempo todo, mentiu pra mim, me traiu e me manipulou para esquecer ela ! — Eu te amo Jane! Não menti pra você em relação a isso – olhei pra ele triste , esperei ele terminar e saí do quarto dele e fui pro meu chorar igual a uma adolescente que se ilude com o primeiro amor.
 

Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora