Capítulo XIV

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“Amar é sofrer, amar é saber deixar ir, amar é sorrir, amar é viver intensamente cada instante como se fosse o último

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“Amar é sofrer, amar é saber deixar ir, amar é sorrir, amar é viver intensamente cada instante como se fosse o último... Amar é saber desistir!”
—Vendida para o dono do morro
 

Estava lendo no quarto quando escuto uma gritaria na parte da frente da casa, me levanto para ver o que estava acontecendo e sinto uma tontura muito grande o que me faz voltar a sentar na cama enquanto tudo volta ao normal. Me levanto, agora mais devagar e ando até a porta de entrada para ver o por que da gritaria e antes que eu abra a porta escuto um tiro e tudo fica em silêncio, ainda estática na porta pelo susto, não sei se saio ou se volto ao quarto como se nada tivesse acontecido. Não tive tempo para pensar muito já que a porta estava na minha frente se abriu com tudo e Roberto entrou bufando, logo atrás veio Mauro em silêncio e quando eu olhei para o portão vi Toni, meu coração acelerou e meu corpo esquentou mas a cara dele continuava a mesma, de ódio.
 
— Faz suas malas, você vem comigo agora – ele gritou ainda do portão eu neguei com a cabeça e ele gritou mais uma vez, só que agora reforçando que era apenas as minhas malas, não as e Rane então olhei pra ele com raiva e apenas fechei a porta e fui falar com Mauro
 
— Ele não pode me levar , certo? – perguntei e Mauro apenas abaixou a cabeça — Ele não quer que eu leve a Rane! Eu não posso deixar ela sozinha de novo – falei já chorando de desespero
 
— Ele tem direito sobre você Jane – Mauro falou abaixando a cabeça e respirando fundo — O negócio que Geraldo tinha de comercializar mulheres para os traficantes de alto escalão era “legalizado", quando votamos a grande parte dos donos de morro e líder de máfia aceitaram, então ele tendo o contrato eu não posso te defender e nem te deixar ficar aqui... Eu tentei – ele falou socando a mesa para liberar o ódio que ele estava sentindo e tentou me acalmar dizendo que ia tentar me ajudar, mas eu teria que ir com Toni e deixar a Rane com eles, que Nayto iria cuidar dela. Eu apenas chorei e fui pegar minhas coisas, enquanto arrumava a mala só pensava no inferno que seria sentir saudade da minha pequena e das pessoas que eu amo, e a pior parte é que eu disse que o amava, eu jurei amor ao homem que agora quer meu fim!
 
Sai do quarto sem esboçar mais nenhum sentimento, deu apenas um “tchau" para Nayto que tinha acabado de chegar e para Mauro que já me esperava na porta, entreguei minhas malas ao Toni e entrei no carro sem dizer uma palavra sequer, ele ainda discutiu com Mauro e disse que “Lei é Lei" e que o que era dele ninguém tomava, entrou no carro batendo a porta e saiu do Alemão com um ódio que era palpável
 
— Você realmente achou Jane que eu não ia ir atrás de você?  Você achou que seria fácil? – gritou apertando minha perna com tanta força que ficou a marca da sua mão certinha, olhei pra ele e continuei calada o que causou mais ódio ainda nele — Você é dissimulada,  você quer que eu acredite no seu personagem, mas aqui não! Aqui você não engana mais ouviu? – gritou mais alto e eu me assustei, nunca tinha visto o Toni daquela forma ele parecia estar virado e seus olhos estavam vermelhos de mais — Se assustou sua vagabunda, acha que é bom? Você sofrer igual um filho da puta enquanto a vadia por quem está sofrendo esta sentando em outro? – olhou pra mim esperando uma resposta porém eu me mantive quieta e ele gritou novamente — Me responde agora ! – eu neguei com a cabeça e ele continuou — Acha que é justo seus filhos perguntarem todos os dias onde está a puta da mãe deles e eu disser que ela está viajando mas já volta ? – olhou pra mim e acelerou mais ainda o carro, pelo caminho não estávamos indo para o morro ele está pegando o caminho para outro lugar — Você é uma maldita ! Eu só queria te matar agora e te jogar nessa estrada, não sabe como estou. Mas não vou fazer isso com você amorzinho – olhei pra ele e sua feição estava diferente de quando saímos do morro e agora sim estava me dando medo – Você gosta de brincar com os sentimentos dos outros não é... Então vamos ver se aguenta ser torturada assim como fez comigo – disse virando bruscamente em uma estrada de terra e seguindo ela até o final onde tinha uma casa abandonada bem acabada — Legal ne, esse é seu novo lar. Espero que curta a estadia – disse descendo do carro e pegando a mala que estava no porta malas e quando eu fui abrir a porta do carro ele empurrou com tudo e trancou o carro por com o sistema de segurança e simplesmente me deixou ali enquanto entrava na casa para fazer sei lá o que, não demorou muito ele voltou ainda com a cara de psicopata, destrancou o carro e puxou meu braço com tanta força que parecia que iria deslocar a qualquer momento e me arrastou com toda a força do mundo para dentro da casa e quando entramos me tacou no chão e o baque fez com que eu batesse a cabeça e apagasse.
 
POV TONI
 
Depois que Melissa voltou tudo ficou confuso pra mim, ela veio me visitar e acabou rolando e depois ela não parava de me ligar e de ligar na minha casa e isso estava me deixando maluco. Quando Ana me ligou e disse que ela estava na praça com os meninos e não queria deixar eles subirem resolvi que estava na hora de enfrentar isso , então deixei ela ver as crianças e fiquei um tempo com eles lá, porém Jane provavelmente não gostou de ter mandado Rane sozinha para casa e veio atrás de mim e viu Melissa, e aí que a merda começou.
 
Depois que Jane foi embora, Melissa ficou para cuidar das crianças e eu só sentia ódio de mim e ódio da Melissa, só que com o tempo comecei a sentir ódio de Jane, ela provavelmente estava dando pro “homem que ela ama" e isso me enche de ódio, eu cheirei, fumei e bebi até não aguentar mais e decidi que ia ir buscar ela, eu a comprei! Ela é minha e de mais ninguém. Então planejei tudo, não ia deixar ela no morro, eu ia fazer ela sofrer e aí sim ela sentiria o que eu senti, a dor de ser um nada.

Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora