Capítulo XXII

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"A caminhada e longa, os desafios são grandes mas a vitória e a paz no final fazem tudo valer a pena!"
- Vendida para o Dono do Morro


"Hoje presenciamos mais uma fatalidade em São Paulo, um atentado terrorista que matou mais de 59 pessoas entre jovens e idosos, em um voo que fazia ponte aérea São Paulo / Rio de Janeiro. Foi encontrado por uma aeromoça, uma mochila com explosivos dentro, porém antes do piloto fazer um pouso de emergência o avião explodiu. Deixamos aqui nossos sentimentos as famílias e que a justiça encontre os responsáveis"


Desliguei a televisão e olhei para a cama onde Rane dormia tranquila depois de termos andado o centro todo atrás de moveis e de um novo celular pois tinha a certeza que o meu antigo estava com algum rastreio, depois de alguns minutos admirando serenidade da minha pequena resolvi tomar um banho longo por que eu merecia depois de tantas emoções.
Sai do banho e coloquei uma roupa confortável e resolvo ligar para Toni e avisar que estamos bem


- Pronto?


- Por gentileza o Toni - disse com educação, que não foi recíproca


- Quem gostaria de falar com meu marido? - que vontade de responder a altura


- Diga que é a Mãe dele - a mulher do outro lado implorou desculpas e disse que não sabia que tinha sogra, eu só ri por dentro mas não segurei muito quando ela foi dar o celular pra ele dizendo que era a "mãe" dele e ele soltou um "ta falando com espírito agora garota? Sai da minha casa pora"


- Quem é? não é minha mãe, por que no inferno não tem celular - disse rude


- Pode não ser a sua, mas é a da sua filha - disse e ele ficou mudo


- Graças a Deus vocês estão vivas - como assim?


- Explica por que eu deveria estar morta? - perguntei irônica e ele parecia estar nervoso do outro lado


-Você não viu as notícias né- perguntou preocupado e eu disse que vi sim, um atentado com um avião que fazia ponte São Paulo/ Rio, mas não entendia o por que eu deveria estar morta - Por que muitos querem a principal herdeira do Edgar morta, já foi pedido a diversos traficantes, fizeram uma reunião ontem quando viram que o avião que explodiram não era o que você estava - eu fiquei sem chão, não tinha pensado nessa possibilidade quando vi a notícia, ele suspirou profundamente e continuou - A ordem veio de cima, e é muita grana envolvida - o silêncio reinou por alguns segundos - Sabe que eu te amo, me arrependo pelo que eu fiz estava cego, não vou pedir pra voltar eu só quero que fique perto pra eu tentar te proteger por que além de amar você temos duas filhas - concluiu e eu ainda estava processando toda a informação


- Eu estou bem, segura agora e não estou no Rio, estou no interior de São Paulo - não sei se estão monitorando as chamadas no telefone, então não vou arriscar


- Menos mal, fica bem, vou precisar sair agora mas se quiser podemos nos falar por mensagem - disse e eu só concordei mesmo sabendo que não ia responder mais ninguém. Deitei e fiquei pensando quem poderia me querer morta ? Eu sou a primeira filha e estou gerando a primeira neta, será que é por isso que ele me deu tanto dinheiro, para eu conseguir me esconder?
Depois de muito pensar acabei dormindo e tive um pesadelo terrível que me fez acordar no susto, olhei para o lado e Rane não estava olhei no banheiro também não então comecei a me desesperar até que olhei na varanda e ela estava deitada na rede que tinha, dormindo igual um anjo. Eu só queria paz para poder dormir tranquila, sai dos meus pensamentos com o telefone vibrando


- Alô? - atendi e do outro tinha muitos barulho

- Jane, sai daí! Ela sabe que você está aí - era Roberto e deu para ouvir um "vai mais rápido pora" que parecia com Toni, mas antes que eu pudesse perguntar ele desliga o telefone então meu desespero começa novamente, acordei Rane e a vesti rapidamente, coloquei algumas roupas em uma bolsa e saí do quarto as presas, quando viro no corredor e aperto para chamar o elevador uma voz conhecida me chama


- Jane querida! Você por aqui ? - olhei na direção de onde a voz vinha e dei um sorriso amarelo, era Raquel e um homem alto


- Pois é, digo o mesmo irmã - disse na ironia e ela ficou com raiva, deu para ver em seu olhar


- Achei que estava em alguma favela por aí - olhei e sorri, mas não respondi na hora o elevador chegou e Tim dois rapazes e uma senhora então entrei no elevador e desci até o saguão do prédio e saindo já tinha um taxi na porta não esperei e entrei as presas com Rane


- Para onde senhora? - perguntou e eu pedi apenas dirigir para qualquer shopping longe dali, e assim ele fez, rodamos o Rio de Janeiro todo enquanto eu pensava o que iria fazer, então pedi pra ele ir até qualquer centrinho próximo da onde estávamos em uma loja que vendesse colchão a vaco então fomos e comprei um, comprei também lençóis e dois travesseiro, pedi pra ele parar em uma pizzaria peguei três pizzas e pedi pra ele me levar na casa que eu tinha comprado, acho que é o lugar mais seguro no momento. Chegando lá agradeci dei um dinheiro a mais pelo tempo que ele me ajudou e entrei com as coisas, a casa estava limpa já que a equipe de limpeza da imobiliária deixou tudo impecável, tirei o colchão da caixa e com o dente abri o plástico, como mágica o colchão dobrou de tamanho, Rane ainda estava com sono já que era dez da noite e eu também então comemos a pizza e arrumei tudo para dormirmos, meu celular ficou desligado para não terem minha localização se é que seria possível já que eu troquei o aparelho. Finalmente um minuto de paz.




Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora