— Acorda! – disse beta pulando em mim e fazendo a gentileza de acordar Rane que está dormindo do meu lado — Desculpa nenê da tia – disse pegando Rane no colo
— Alguém morreu foi – falei olhando brava pra ela e na hora ela bateu na madeira, esta para existir alguém mais supersticiosa que Roberta — Foi só uma brincadeira beta, o que aconteceu pra tamanha empolgação? – perguntei me sentando e vendo se Luara ainda respirava, mal de mãe
— Meu pai contou pro Vini que você agora é chefona, aí vim te acordar para tomarmos um café da manhã normal entre amigas, antes que você não tenha mais tempo pra curtir comigo – disse me tirando algumas risadas — Aproveita que os gêmeos estão na escola e de lá vão pra casa dos pais do Vini – me puxou pra levantar e foi até o armário pegar uma roupa pra Rane e uma para Luara
— Pega uma pra mim também – pedi brincando e ela me tacou um vestido verde que usava no início da gestação e eu com minha imensa preguiça coloquei ele mesmo. Depois de trocar Rane e acordar Luara pra trocar também beta começa a chorar do nada — Beta o que foi? – perguntei assustada
— É que você vai...– não dava pra entender o que ela estava falando pelo choro, então tentei acalmar ela e quando finalmente consegui Vini entra no quarto falando que Mauricio estava aqui e queria conversar comigo, beta voltou a chorar falando que tinha perdido a amiga e que ela ia matar alguém
— Ela tá naqueles dias – sussurrou Vini e então eu entendi e dei uma risada — Eles estão lá na sala – disse indo na direção inversa a sala, então segui até onde me esperavam
— Bom dia! – disse estendendo a mão para Mauricio e depois cumprimentando Mauro
— Bom dia minha querida, como tem passado ? – Mauricio perguntou e só disse que estava bem, porém preocupada com as ameaças que vinha sofrido — Mas ainda é a mesma pessoa ? – eu afirmei com a cabeça e ele começou a bater o pé lentamente porém em uma frequência quase que perfeita — Ok. Sabe que nesse meio terá que matar pra sobreviver, você está pronta pra isso? – olhei bem para o homem sentado na minha frente, sua cara séria com uma cicatriz cortando sua bochecha o deixava amedrontador
— Acho que não – respondi ainda encarando
— Isso não vai acontecer sempre, porém preciso saber se vai ter pulso quando precisar Jane, cuidar de um morro não é apenas cuidar de drogas, armas, traficantes e dinheiro, é cuidar da comunidade num todo, ajudar os moradores, punir aqueles que fazem o errado e prever o perigo antes dele chegar – olhei pra Mauro que concordava com o que Mauricio falava
— A questão Jane é que você vai precisar um fazer isso, como eu fiz, como Roberto fez, como Mauricio fez, essa é a parte que não gostamos muito no trabalho – Mauro completou e eu sorri
— Eu passei minha vida estudando, para dar o melhor para minha irmã e não deixar com que ela seguisse os passos da minha mãe e do pai dela, cuidei, dei de comer, a ensinei em tudo – olhei pra eles e ambos estavam com uma cara de interrogação — Estou dizendo isso por que eu sim conseguiria matar uma pessoa se necessário, mas terei pessoas trabalhando pra mim e com certeza elas farão isso pra mim – Mauricio sorriu e olhou pra Mauro que sorriu também
— Acho que você será uma ótima comandante no Vidigal, iremos anunciar que você é a mais nova líder do Vidigal essa noite – olhei para eles com espanto já que eu achei que demoraria um pouco mais — Não precisa sentir medo, nos vamos estar com você – sorri e agradeci, estávamos acertando alguns detalhes do baile que teria na quadra do Vidigal para o grande anúncio quando Nayto entra com uma mulher linda morena doa olhos escuros e um rapaz mais ou menos da minha idade alto, da cor da noite e com um lindo sorriso — Jane, esses são meu filho Daniel e minha esposa Dayane – sorri e cumprimentei os dois — Daniel irá lhe ajudar no início , ele é o melhor em organização de papelada e ajustes de sistema – sorriu e eu apenas concordei com ele, o filho era muito lindo e não tirava os olhos de mim o que me deixava um tanto envergonhada, o que não acontecia sempre
— Você sabia que fica linda com vergonha – disse chegando perto, olhei para ele e sorri
— Esse seu papo já e velho amigo, muda a fita – disse saindo de perto, já tinha me ferrado de mais com homem, pra mim chega. Almoçamos e peguei beta e as meninas para sairmos um pouco já que os gêmeos estavam na casa dos avós, beta estava meio pra baixo e preocupada com alguma coisa e brava com a TPM então levei elas pra comer na tia Maria, tomamos açaí, comemos lanche e voltamos pra casa por que tínhamos que nos arrumar para essa noite, espero que dê tudo certo de agora em diante!
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Vendida Para o Dono Do Morro - Livro I
RomanceLivro I Mais um dia me vejo aqui, olhando para a janela e pensando em como o mundo pode ser tão cruel com pessoas tão boas, ou será que eu não era uma pessoa tão boa assim ? O barulho da chuva que caia naquele dia estava me acalmando, mesmo eu s...