Capítulo XXIX

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Tudo nessa vida tem um propósito, mesmo sendo difícil de acreditar sempre tem. E o meu propósito diferente do que eu havia pensado não era proteger apenas minhas meninas e sim ajudar mais pessoas que precisam de mim e com a minha tomada no Vidigal essa noite vou poder ajudar muita gente, pelo menos é o que eu espero, que eles me aceitem e que me ajudem a ajudá-los
 
 
 
— Está linda amiga – disse beta entrando com uma calça jeans preta e uma blusa branca com alguns detalhes em dourado e com um lindo salto dourado — Toma, pra dar sorte nessa nova empreitada e que todo sucesso, paz, harmonia e dedicação sigam  você nessa trajetória — Falou me entregando uma pulseira linda preta e vermelha — Que nunca lhe aconteça nenhum mal e que você saiba ter discernimento sempre e que continue sendo apenas você — concluiu me dando um abraço e sussurrando um “me orgulho de você”, eu agradeci e ela saiu pra terminar de organizar tudo, pra mim só faltava o salto e um brinco já que a pulseira eu já tinha, peguei o que precisava e saí do quarto com as meninas
 
 
— Vamos? Preciso levar as meninas na tia Maria – falei pro Vini e ele deu um sorriso sem jeito de quando ele apronta — O que você aprontou Vinícius? – perguntei olhando brava pra ele antes mesmo que a resposta saísse de sua boca escuto aquela voz familiar atrás de mim
 
 
— Não briga com ele, só está fazendo favor a um amigo – me virei e olhei fixamente para o imbecil atrás de mim, as palavras já estavam na ponta da língua mas não pude dizê-las por que Jane na sua alegria deu um grito e pulou no colo de Roberto — Alguém aqui ainda gosta de mim – falou com uma cara de deboche
 
 
— Alguém aqui é nova de mais para saber as merdas que você já fez – sussurrei mais pra mim do que para ele, mas pela cara que fez com certeza ouviu o que eu tinha dito — Enfim, quem vai me levar é a beta e o Vini, então obrigado por se preocupar. Infelizmente tarde de mais – disse e fui em direção a garagem para esperar Beta e vini mas o imbecil veio atrás
 
 
— Jane já deu não acha? Não me humilhou o suficiente não? – perguntou olhando nos meus olhos
 
 
— Responsabilidade afetiva, sabe o que é? – perguntei e ele afirmou com a cabeça que sabia — Desde muito nova eu amei você Roberto mas você sempre me tratava como a amiga feia da sua irmã, então crescemos, aí começamos a namorar mas ninguém podia saber, na época eu achava que era pra me proteger das surras que minha mãe me dava mas hoje eu sei o real motivo – ele fez menção que iria me interrompe e eu pedi que ele apenas escutasse — Mas novamente eu pensei que era só uma fase, uma fase de moleque novo, aí depois de ter me traído diversas vezes com a mesma mulher você finalmente tem uma atitude de homem e me acolhe, me dá suporte e me ajuda a passar pelo início do pesadelo. Mas aí eu sumo, você me procura? Não! Você vai comer uma puta qualquer que encontrou em um bar e pra piorar engravida ela, porém ela você não traiu, sabe qual é o problema dessa responsabilidade afetiva, que você sempre tem pela pessoa errada – olhei pra ele mais alguns instantes e antes que ele pudesse dizer algo a respeito beta chegou junto ao idiota que eu achava ser meu amigo e Rane
 
 
 
— Vamos? – beta disse entrando no carro
 
 
— Me deixa te acompanhar só hoje – pediu e eu neguei
 
 
— Melhor me dar esse tempo pra colocar tudo no lugar aqui dentro, por que uma coisa que você e o Toni faziam bem era me quebrar em pedacinhos – disse fechando a porta do carro com um aperto no peito, mas eu não podia cair novamente no papinho de Don Juan dele, deixamos as meninas na casa da tia e seguimos para o Vidigal. De longe já dava para ver os refletores de luz no céu indicando que a favela estava em festa
 
 
— Está pronta ? – Vini perguntou na entrada do morro e eu disse que sim, então subimos até a quadra onde estava tendo o baile todo — Não saiam do carro até eu mandar ok – Vini perguntou novamente e concordamos
 
 
— Amiga como você está? – beta perguntou virando para o banco de trás
 
 
— Agoniada – falei esfregando as mãos uma na outra — Será que eu serei boa para essas pessoas? – a insegurança começou a bater forte e Beta tentou me tranquilizar um pouco, dizendo que eu já conhecia aquele morro, que já sabia como funcionava as contas e a gerência, que eu só estaria trocando de cargo e que eu tiraria  de letra tudo aquilo — Por isso você é minha melhor amiga sabia – disse segurando bem forte a mão dela, já tinha passado dez minutos quando finalmente Vinícius voltou porém acompanhado novamente do amigo idiota dele
 
 
— Vamos ? – falou me estendendo a mão para sair do carro, por um instante deixei meu orgulho de lado e lembrei que estava de salto e precisava de um apoio
 
 
— Vamos! – andamos um pouco até a entrada da quadra, ao chegar me deu um frio na barriga mas tudo bem é apenas um medinho bobo. Lá dentro estava lotado, montaram uma estrutura de palco e colocaram uma área VIP para os líderes de cada morro, o meu ficava de frente ao palco — Pelo menos não vou ter que andar muito – pensei um pouco alto e Roberto que estava do meu lado ainda sorriu e me guiou até o lugar que ficaríamos
 
 
— Hoje sou seu guarda-costas, gostando ou não – falou com uma voz firme e eu só concordei, não tinha muito a ser feito naquele momento então resolvi beber um pouco a noite estava apenas começando.
 
 

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Amores bom dia, tarde e noite
Esse é um capítulo bônus que eu só iria postar sexta, porém dei uma adiantada..

Estamos na reta final do livro e gostaria muito de saber o que acharam até aqui!

Vendida Para o Dono Do Morro - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora