“A vida é uma constante estrada, com suas curvas perigosas e suas retas calmas”
— Vendida para o dono do morro
Minha ficha ainda não caiu, recebi um e-mail de Edgar pedindo para que eu não contasse a ninguém sobre aquele dinheiro, que era para eu ficar segura e me cuidar pois muitos queriam o meu mal, eu então decidi que iria embora no dia seguinte, arrumei minhas malas bem quieta enquanto Rane ainda dormia e mandei um e-mail para a imobiliária dizendo que eu gostaria de ir visitar a casa amanhã mesmo na parte da tarde, comprei as passagens para as nove da manhã e antes de me deitar tranquei a porta do quarto, não me sentia segura ali.
Na madrugada acordei com alguém mexendo na porta, parecia que algo havia me dito para tranca-la, quando a pessoa percebeu que não daria para entrar ela saiu e minutos depois escutei uma discussão e depois diversos gritos, não ousei sair do quarto o medo era maior. Não demorou muito o silêncio reinou novamente eu depois disso não consegui mais dormir e fiquei no Wattpad lendo algumas histórias que não tinha terminado ainda, quando olhei pela fresta da cortina já era dia olhei no telefone era seis da manhã então acordei Rane e arrumei ela, peguei as malas e descemos para a cozinha, precisava comer algo antes de irmos e chamar o uber também
— Já vai senhorita? – dona Vilma diz quando me vê entrando na cozinha
— Sim! Uma amiga minha está precisando de mim e eu só vim para conhecer a família, volto depois com mais tempo – disse já pedindo o uber enquanto Rane comia um pedaço de bolo
— Entendo, quer que eu acordei alguém para te levar ? – perguntou me servindo algo para beber e eu neguei — Come um pedaço de bolo, não pode viajar de avião com a barriga vazia – olhei pra ela e sorri, então comi um pedaço do bolo e olhei o aplicativo, o motorista estava na frente da casa já, então a senhora me ajudou a levar as malas até o carro e antes de se despedir me abraçou e sussurrou um “se cuida e cuidado", me desvencilhei e entrei no carro em direção ao aeroporto, mas novamente uma voz me disse para não ir, então mudei a rota do uber para o aeroporto internacional de Guarulhos, no caminho fiquei pensando em o que ruim poderia acontecer se eu estivesse ido para Congonhas como era o combinado.
Cheguei no Aeroporto e para minha sorte tinha um voo para o Rio em trinta minutos e ainda tinha lugar, então comprei as passagens e fiquei no portão esperando chamarem meu voou
— Sua primeira vez andando de avião ? – uma garotinha perguntava para Rane e ela negou com a cabeça — É a minha sabia, eu estou com medo, mas meu pai disse que é rapidinho e eu nem vou perceber – sorriu e Rane como é tímida só deu um riso de educação — Qual seu nome ? – a menina insistia em puxar assunto e Rane foi pegando confiança e começaram a conversar, eu fiquei olhando ela falar e percebi que ela cresceu de mais, já tem seis anos
— Ela normalmente é bem tímida também – falou um rapaz de branco do meu lado – Prazer me chamou Sérgio e essa é Yara minha pequena – disse se apresentado, ele era moreno, alto e todo tatuado porém era gay, mas a beleza era impossível de não reparar
— Prazer, me chamo Jane e essa é a Rane – disse me apresentando também, conversamos por poucos minutos até chamarem nosso voou, e por conhecidencia eles sentaram na nossa frente e para a alegria das meninas que estavam eufóricas
— Você é carioca né – perguntou e eu sorri e confirmei com a cabeça — O sotaque não nega – disse sorrindo também
— E você? – perguntei e ele disse que era de Guarulhos mesmo, depois de muito conversar pedi pra ele olhar as meninas brincando que eu iria só no banheiro e já voltava ele disse que sem problema. Entrei no banheiro e liguei o celular, tinham várias ligações perdidas da Cris, Roberta, Mauro, Nayto e números desconhecidos então mandei mensagem pra Cris pedindo desculpas por não ter avisado que ia embora e me deparei com as mensagens dela perguntando se eu estava bem, pedindo perdão e diversas outras coisas, então apertei para enviar a mensagem pra ela e liguei para Roberta
— Alô, Jane? – a voz dela era de desespero
— Roberta, calma! – falei e ela começou a chorar
— Eu achei que tinha acontecido alguma coisa cara, por que seu celular estava desligado? – disse brigando comigo
— Eu estou no avião, por isso desliguei – expliquei e ela perguntou se eu estava bem de novo e eu disse que sim e estranhei o por que das diversas perguntas, mas ela não quis me dizer nada, perguntou se eu iria pro morro e eu disse que não e ela quase que me implorou para ir e eu disse que não iria, que ficaria um tempo off de tudo mas que voltaria logo para ver ela e as crianças pessoalmente e a tranquilizei, mas ela não quis me dizer o que está acontecendo então fiquei na minha e decidi só ver isso quando já estivesse segura. O restante do percurso fiquei conversando com Sérgio e peguei o número dele para conversarmos mais depois, chegamos no aeroporto eu me despedi e peguei um taxi até o hotel que ficaria com Rane até o horário da visita na casa que eu pretendia comprar.
Chegando no hotel peguei um quarto com a vista para a praia e bem “luxuoso” para o meu padrão de vida, peguei 12 diárias para dar tempo de comprar a casa e as coisas para ela, então quando a corretora mandou que já poderia ir na casa, peguei minha bolsa e meu celular e fomos até a casa que tinha uma linda vista para o morro, ficava próximo a entrada mas não tão perto para me verem entrar e sair mas também não tão longe, gostei da casa e o valor não estava tão alto, tinha piscina e churrasqueira na parte de trás e era dois andares recém reformada, então disse para a corretora que iria colocar toda a documentação no nome de Rane e ela concordou e assinamos a papelada dei a entrada para não dar muito na cara que eu tinha muito dinheiro e peguei a chave. Nova vida!
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Vendida Para o Dono Do Morro - Livro I
RomanceLivro I Mais um dia me vejo aqui, olhando para a janela e pensando em como o mundo pode ser tão cruel com pessoas tão boas, ou será que eu não era uma pessoa tão boa assim ? O barulho da chuva que caia naquele dia estava me acalmando, mesmo eu s...