Estou até me sentindo um pouco desconfortável com essa luz e esse som alto. Várias mulheres com roupas que eu diria faltar mais pano do que realmente precisa, algumas parecem não se importar se suas roupas íntimas estão aparecendo, outras rebolam mais discretamente pro vestido não subir. Não consigo contar quantas armas já vi, são tantas. Tem vários homens sentados e bebendo, eu acho que eles já estão acostumados com tudo isso, com todas essas mulheres que nem ligam mais. Ouço gritos vindo dos banheiros e tem algumas salas que parecem estar trancadas. Tem um palco bem alto com alguns homens e várias mulheres, fico imaginando como elas se submetem a esse tipo de tratamento, tenho certeza que traficante não tem amor nem compaixão muito menos tratamento digno.
É uma quadra pequena, mais o baile vai até uma parte que estar descoberta que é onde fica o palco, que é onde estou, ao meu redor tem várias pessoas dançando, outras estão se pegando, algumas conversando, e eu devo ser a única desacompanhada -isso mesmo desacompanhada porque a doida da Amma me abandonou- e também sou a única que não estou dançando.
Geralmente as festas que eu ia, as mulheres iam mais vestidas e a música era bem mais baixa, as danças eram diferentes, mais o que eu ia esperar de uma festa no alto de um morro e com pessoas desse tipo -eu sei que estou sendo preconceituosa, mais eu fui criada assim, sinto muito, por mais que eu queira mudar ainda estar grudado em mim.
-Você está bem? -olho pro lado e vejo a pessoa que diz ser minha amiga, ta na cara que ela esta bêbada.
-Sim! -respondo apenas, percebo que ela não quer papo, só perguntou por eu está paradona no meio de todo mundo.
-Você que sabe! -diz e saí rebolando em direção o bar improvisado perto dos banheiros.
Resolvo sentar um pouco, é chato não conhecer ninguém em uma festa e principalmente não saber o que fazer quando não se à nada a se fazer a não ser dançar, o que é um problema, porque eu não faço idéia de como se dança esse ritmo de música.
Demoro pra encontrar mas encontrei uma cadeira vazia, tive que subir uma escadinha pra encontrar, só espero que essa cadeira não tenha dono.
-Oi? -olho pra trás e me deparo com Pedro parado e com um olhar meio confuso -Pensei que você não vinha em bailes!
-Exatamente, o fato é que essa é a minha primeira vez em um baile! -digo me levantando e ficando na sua frente.
-Parece que essa primeira vez não está muito emocionante! -diz ele ainda parado na minha frente.
-Não precisa ser emocionante, se for divertido passa! -digo me sentando novamente.
-No seu caso não está sendo nem divertido! -diz ele puxando uma cadeira e sentando na minha frente.
-Quem se importa! -digo dando de ombros.
-É! Mas é chato ver você se fazendo de chata! -diz ele fazendo careta.
-Aí que você se engana, eu não estou me fazendo de chata, eu sou chata! -digo fazendo ele soltar uma leve risada.
-Verdade, você é muito chata! Mas não vou deixar a sua chatice contagiar as outras pessoas! -ele se levanta e me estende a mão.
-O que? Vai me levar pro meio do mato, me estupra e depois matar? -prendo o riso ao ver a careta que ele faz.
-Não! Na verdade é um trabalho um pouco mais difícil! -ergo minha sobrancelha na sua direção -Nós vamos dançar!
Solto uma gargalhada um pouco exagerada, e me levanto da cadeira pra olhar fixamente para ele.
-Com essa música? -digo.
-Qual o problema da música? -diz.
-Não sei dançar sub! -digo revirando meus olhos.
-Eu garanto que posso ser um ótimo professor! -diz e eu seguro em sua mão.
-Vamos ver!
Descemos a escada e caminhamos até o meio, ele começa a se mecher no ritmo da música e eu solto uma leve risada.
-Não vou fazer isso, desiste! -digo batendo em seu peito.
-Aprende uma coisa, eu não desisto facilmente! -ele me puxa e me roda.
-Isso foi fora do ritmo! -digo parada.
-Quem disse que precisa ser no ritmo? -diz e segura minhas duas mãos e fazemos uma dança muito engraçada totalmente fora do ritmo da música.
-Só pra avisar estamos passando vergonha! -digo me soltando dele.
-Querida só pra avisar que eu não tô nem ai! -ele pisca para mim e me puxa para mais perto, seguro em seu peito e rimos juntos.
Um homem chega na gente e chama a atenção do Pedro.
-Chega ai chefe! -diz o homem. Pedro faz um sinal pra mim esperar e sai com o homem, não demora muito e ele volta.
-Deculpe, madame. Mas eu tenho que me retirar! -diz e sorrir -Sabe com é né, a minha agenda é cheia!
-Tudo bem! -ele solta uma leve risada e some no meio da multidão.
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Continua...
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A Menina Do Morro
FanfictionAmanda Mendes vem de uma família muito rica, porem em uma simples festa ela perde sua virgindade com um completo desconhecido e acaba engravidando do mesmo. Os pais dela não conseguiam admitir que tinham uma filha gravida, então mandaram ela pra mor...