11. (Amanda)

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Fiquei muito assustada quando ele disse que me expulsaria do morro, não posso viver fora do morro com uma filha pequena, não tenho condições de cuidar dela, minha familia nunca me aceitaria de volta, e sinceramente, eu odiaria voltar para aquela casa, onde eu vivi anos da minha vida, para um dia, por um erro, ser expulsa sem nenhuma piedade.

Caminho em silêncio atrás do Pedro, ele parecia muito nervoso, desde o pedido do LK para me levar até essa tal de casinha, Pedro se manteve assustado, fico com medo por vê-lo assim, sinto que algo de ruim vai acontecer, mas rezo para que não aconteça nada.

Ele me ajuda a subir na moto, paramos na frente de uma casa pequena bem escondida, toda no tijolo, não parece morar ninguém nela, nem parece ser cuidada, desço da moto e olho para Pedro que toca minha mão e começa a falar.

-Não olha pra ele e não fale se ele não mandar! -Pedro solta minha mão, e segura meu rosto, como uma forma de carinho.

Apenas aceno com a cabeça, ele corresponde apertando de leve meu queixo, me viro, passo pela porta e observo uma pequena sala com móveis desgastados, tudo estava bem sujo, e com um cheiro forte de mofo, caminho e me sento no sofá, à espera de LK.

Depois de quase duas horas sentada nesse sofá, percebo que ele não vai vir, me levanto e sigo até a porta, assim que abro me assusto com o LK parado no outro lado da rua olhando pra casa, ele estava muito estranho, parecia que não estava seguro de si, e sim, perdido, por um momento, pensei até que ele não ia me notar ali, mas nossos olhares se encontram e ele atravessa a rua e para bem na minha frente, eu fico imóvel, até que ele me pega belo braço e me arrasta pela sala, a minha única reação é gritar.

-Por favor! -repito varias vezes, mas parece que ele não me escuta.

-CALA A BOCA CARALHO! -me assusto quando ele grita e abre a porta de um quarto e me joga dentro.

-Nã...o me ma...chuca! -começo a gaguejar em meio as lágrimas que eu nem sabia que estavam caindo. Meu coração estava acelerado, e meus órgãos parecem que iam sair pela minha boca, eu tremia muito, me arrastei pelo chão enquanto ele fechava a porta, o medo estava me consumindo por completo, e as lágrimas não paravam de cair.

-Senta ali! -olho assustada pra ele e balanço minha cabeça em forma de negação.

-Nã..o por fa..vor!

-SENTA ALI AGORA PORRA! -fico imóvel e me descontrolo quando ele me pega pelo cabelo, começo a me debater e gritar até sentir uma dor muito forte no rosto.

Ele me põe sentada na cadeira e eu me desabo em  lágrimas grossas, observo ele pegar uma corda no pequeno armário e caminhar em minha direção.

-O...o que você va...i fazer comigo? -ele se mantém calado e apenas puxa minhas mãos para trás da cadeira e amarra elas juntas.

-Agora me diz o que você quer com essa vingança? -olho bem pra ele e grito com todas as minhas forças.

-EU NÃO SEI DE VINGANÇA NENHUMA SEU DESEQUILIBRADO, AGORA ME SOLTA E...-só sinto uma sequência de socos um atrás do outro, a dor é horrível, sinto como se fosse morrer, sua mão batia no meu rosto com tanta força, que parecia que meus dentes iam sair, depois de um tempo já nem sinto mais meu rosto e nem sei se ainda estou piscando ou se meus olhos fecharam, tento mecher minha cabeça de alguma forma, mas minha visão estava completamente fechada, e já não sentia nenhum movimento no meu pescoço.

-ISSO É PRA VOCÊ APRENDER A NUNCA MAIS GRITAR COMIGO -eu acho que ele parou de bater não consigo abrir meus olhos, ouço passos por toda a sala. Sinto ele tocar minhas mãos, logo me vejo livre das cordas, sinto quando alguém me pega no colo e caminha pra fora da casa.

-leva ela pra fora do morro e lev... -minhas forças começam a ir embora devagar, até q não sinto mais nada, já que meus olhos então fechados o que se apaga é minha mente, devagarinho tudo se apaga...

























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continua... 

A Menina Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora