42. (Amanda)

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-Por favor, LK? -Amma súplica mais uma vez pra que ele nos deixe sair.

A gente tinha decidido comer fora do morro, na verdade Amma decidiu isso e eu fui na corda.

-Já disse que não -Ele responde mais uma vez sem nem olhar pra gente.

-Por que vocês não comem aqui? -VN pergunta se jogando ao lado do LK.

-Porque a gente não quer! -Geeh responde como se fosse óbvio.

-Se o VN for eu deixo! -LK diz largando o celular.

-O VN vai! -Amma diz num pulo e LK revira os olhos.

-Quem disse! -VN pergunta com uma sobrancelha erguida.

-Eu disse, e vc vai! -Geeh diz puxando ele e os mesmo nem se mexe.

-Não tô afim! -ele diz e dessa vez quem revira os olhos sou eu.

-Vamos VN vai ser tão divertido! -digo como uma criança e ele revira os olhos e se levanta.

-Vocês pagam! -ele diz indo até a porta.

-Claro! -Amma diz rindo.

-Cuidado! -Me assusto com LK do meu lado me olhando com se eu fosse uma joia.

-Eu vou ter! -digo e ele apenas sorrir e saí andando até a cozinha.

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Já estávamos esperando nossos pedidos, Amma tava toda animada, Geeh tá olhando o celular e VN à encarava como um pedaço de carne.

-Vou ao banheiro! -digo me levantando, VN olha pra mim e dá indício que vai levantar -Que é? Quer me vê fazendo xixi? -ele Bufa e se senta de novo.

Ando até o banheiro e entro, tem umas quatro cabines, ando até as pias e me observo no espelho, fico um bom tempo me olhando no espelho. Às vezes eu choro sozinha durante o banho, agora eu cansei de chorar, do que adianta? Pra que chorar, não vai adiantar nada, eu prometi pra mim mesma fazer alguma coisa, agir, mas eu nunca consigo, eu simplesmente não consigo, eu sou uma fraca.

Saio do banheiro andando devagar, acabo esbarrando em uma mulher, olho pra cima e a observo melhor, ela é alta, tem cabelo curtos e é ruiva, aparenta ter uns 35 anos ou mais.

-Desculpa! -digo esperando ela sair da frente, o que não acontece, ela fica parada me olhando como se eu fosse um fantasma.

-Amanda Mendes? -ela finalmente se pronuncia me assustando.

Como ela sabe meu nome?

-Sim!? -respondo soando uma pergunta

-Preciso que venha comigo! -ela diz pegando meu braço e eu o puxo de volta.

-Quem é você? -pergunto dando um passo pra trás.

-Meu nome é Alice Cristina e eu sou uma policial, detetive especificamente. -ela se aproxima e dessa vez eu não me afasto. -Preciso que venha comigo!

-Minha filha! -é a única coisa que saí da minha boca.

-Eu sei! -ela diz me puxando e eu vou -Vai ser rápido, só uma conversa!

-Tudo bem! -digo indo com ela.

Ela me passa uma segurança, e eu gosto disso, é claro que estou assustada mas ela me passa confiança e eu estou curiosa pra saber o que ela que comigo.

Paramos num beco atrás do restaurante, ela para na minha frente e me observa, respira fundo e começa a falar.

-Como você sabe eu sou uma espécie de detetive, trabalho pra Polícia Federal e nós estamos caçando seu... -ela trava ao dizer mas tosse e continua - marido, ele é o maior traficante do Brasil -me assusto e ela acaba percebendo, pega minha mão e continua -Estamos atrás dele a anos, mas dentro daquele morro ele é um Deus, já tentamos diversas vezes invadir o morro, mas parece maior do que podemos fazer.

-Eu... eu... -gaguejo sem saber o que falar, engulindo em seco e contínuo -Eu não sei de nada!

-Eu sei querida! -ela diz firme -Sabemos tudo sobre você e sua filha, estávamos procurando por você desde quando soubemos da união. Amanda, sei que está contra sua vontade naquele morro e sei que quer proteger sua filha, pra isso você precisa nos ajudar, que nós ajudamos você!

-O que você tá querendo dizer? -pergunto insegura.

-Você precisa passar o máximo de informações que conseguir pra gente, precisa nos acobertar e botar um de nós la dentro!

-O que? -pergunto assustada.

-Sei que tudo parece confuso agora, mas quero que saiba que vai ser tudo seguro, tanto pra você quanto pra pequena! -ela suspira e segura firme minhas duas mãos juntas -Está assustada, é normal, mas olha, quando tudo isso acabar, LK vai está na cadeia, bem longe de você, e você vai pode viver sua vida segura com sua filha!

-Eu não sei! -digo puxando minhas mãos.

-Pensa em como vai ser melhor, sua filha crescer longe daquilo tudo, sem contar que vamos ajudar você quando tudo acabar -olho pra ela que sorrir -estou falando de uma casa confortável, onde você quiser, roupas, comidas e um futuro pra sua filha, só basta você nos ajudar!

-Eu topo! -falo rápido fechando meus olhos e imaginado minha menina crescendo longe de tudo isso, crescendo num lugar melhor.

-Está fazendo a coisa certa querida, não vai se arrepender de nada, tudo que você fizer agora, resultarará em melhores coisas no futuro, pode ter certeza! -ela diz piscando.

-Obrigada! -digo, ela estende seu celular e eu coloco meu número no mesmo, saio quase correndo pra dentro do restaurante e procuro a mesa onde estão as meninas.

Espero tá fazendo a coisa certa, estou fazendo isso por minha menina, é uma oportunidade que não vou deixar passar, esperei por isso e agora preciso aproveitar.

-Onde estava, já estava pra derrubar o banheiro atrás de você! -me assusto com Amma do meu lado.

-Precisei de um ar, desculpa! -digo andando até a mesa me sentando seguida por Amma.

Me sento calada e todos da mesa começam a falar coisas aleatórias; meus pensamentos estão na conversa que acabei de ter, tá tudo confuso ainda, mas preciso ter coragem, ter a única coisa que ainda não tive desde que fui para aquela casa.

















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Continua...

A Menina Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora