60. (Amanda)

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Já se passaram alguns dias desde a minha saída do morro do alemão, tenho crescido mentalmente desde lá, meu piscicologico tem melhorado a cada dia, eu não penso tanto quanto pensava antes em tudo, eu costumo me pegar lagrimando quando me lembro de algumas coisas, o que me trás a realidade é minha filha, que tem sua vantagem de ser apenas uma bebê, ela nunca me deixa e nunca vai lembrar de toda essa história.

Estou me acostumando bastante com a vivência aqui nessa casa, já conheci todos os moradores que são todos muito simpáticos, estou me adaptando muito bem, o único problema é um emprego, eu não terminei a escola, então é muito difícil achar um trabalho que me aceite, não tenho cursos, o que complica ainda mais minha situação.

Estava pensando esses dias em voltar logo a estudar, o mais rápido possível, e vender algumas coisas enquanto isso, para eu não depender somente do dinheiro de LK, sinto que para me livrar dele de vez, tenho que largar esse dinheiro, já paguei dois meses de aluguel da pensão com o dinheiro que LK deu, sobrou bastante ainda, consegui trazer o berço de Sophia e algumas coisas da minha antiga casa.

Eu não tenho visto mas o LK, não me permito pensar nele, as vezes infelizmente eu penso, ele é um homem tão lindo, e tenho certeza que seu coração nunca foi sombrio dessa forma, Geovana me contou algumas histórias de quando seus pais ainda eram vivos, LK parecia ser mais feliz ou não sei, ele parecia ser mais humano, não sei o que fez ele ter se transformado em um monstro.

Ainda não recebi a visita de ninguém, devem estar bem ocupados, mas hoje Amma disse que vem, e vamos tomar um sorvete aqui perto, já estava morrendo de saudades, ela se forma em três dias, e com certeza eu vou ver ela toda linda se formando.

-Com licença! -olho para a porta e vejo Beca a abrindo com delicadeza- Uma amiga sua está lá embaixo querida!

-Ah sim, obrigado Beca, vou descer! -caminho até o berço de Sophia que dorme,  cubro ela com um manto e saio do quarto deixando somente o abajur ligado.

Desço as escadas e vejo Amma sentada em uma poltrona, assim que me vê se levanta, chego perto dela que me abraça.

-Quem é vivo sempre aparece! -digo saindo de seu abraço.

-Andei ocupada esses dias, mas tenho super notícias! -ela diz saltitante, caminhamos para fora da casa, e nos sentamos em um bando perto do portão.

-Gostou do meu novo lar? -pergunto sorrindo e ela faz uma careta.

-Meio velho, mas gostei, rústico! -ela diz e eu dou uma pequena gargalhada. -Você faz muita falta, e vai fazer mais ainda!

-Como assim? -pergunto estranhando sua voz.

-Eu vou estudar em uma universidade em Toronto, chamada Humber Collage, eu me inscrevi na bolsa de estudos a algumas semanas, passei na seletiva e mandei meus documentos a alguns dias atrás, e eles me aprovaram, eu vou viajar em um mês!  -ela diz sorridente e eu me assusto um pouco com suas palavras, levanto e caminho um pouco para frente.

Me viro para ela q me olho com brilho em suas pupilas, passo a mão na minha testa e me movo até ela, sinto uma agonia, minha melhor amiga vai embora, não é uma coisa ruim, não para ela, quer dizer, é bom para ela, ela vai estudar, mas além da minha Sophia, eu só tinha ela, e do nada ela vai embora, eu não posso falar isso para ela, ou posso? Ela não iria se eu pedisse? Eu não poderia pedir, minha obrigação é apoia-la, amo muito ela e quero seu bem.

-Estou orgulhosa! -digo abraçando ela. -Vou sentir muita saudade, mas não deixo de estar feliz por você Amma!

-Obrigado, é muito bom ouvir isso, quer dizer, a minha mãe não aceita minha decisão, ela não me ouve, estou ficando louca!

-Tá tudo bem, não se preocupa com isso, quando ela te ver indo, ela vai dar um abraço bem forte em você e tudo vai se resolver! -digo segurando a mão dela.

-Senhorita! -me assusto ao ouvir a voz de Beca e olho para trás vendo ela parada na porta. -Tem uma ligação pra você!

-Ah sim, ja volto Amma, só um minuto -me levanto e passo por Beca -Obrigado!

Entro na casa e caminho até o telefone.

-Alô! -digo assim que ponho o telefone no meu ouvido, ouço algumas vozes por trás do telefone.

-Olá, me chama Kara Montes, sou da indústria BBH, seu currículo foi aceito e pedimos uma reunião com você amanhã as 15:00. Pode ser! -um sorriso grande toma conta do meu rosto.

Aceita todas as informações que senhorita Montes me dá, logo desligo e corro para contar tudo para Amma, me esqueço por um momento do assunto que estavamos falando antes do telefonema, prefiro não continuar, quer dizer, euainda não sei oque penso sobre esse assunto, não sei exatamente como posso lidar com isso tudo. Amma vai embora e por alguns anos não vai mais estar na minha vida, não consigo imaginar isso, não é como se ela fosse viajar, não vou ter como visita-la, eu só vou ter telefonemas e algumas conversas.

-Tenho que ir! -diz Amma deixando Sophia no berço, ela olha para mim com poucas lágrimas -Vou sentir muito sua falta!

Abraço ela sem falar nada, mas meu corpo entrega meus sentimentos com poucas lagrimas que descem sem minha permissão. Ela me larga e caminha para a porta e me dá e sorriso antes de sair, me jogo na cama e respiro bem fundo, meu coração dói bastante, minha garota está indo, seguindo sua vida, eu só consigo pensar que eu também deveria fazer o mesmo, eu tenho um belo trabalho em vista, minha Amma vai, mas eu vou ficar, então o mais correto é eu ir também atrás do meu futuro.


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Corro rápido por um longo corredor de uma cerâmica tão branca e limpa que posso ver meu reflexo nela, estou muito atrasada, combinamos de nos encontras as três da tarde, mas Shophia não gostou nem um pouco da creche que eu consegui para ela, teve que ser uma bem barata, mas eu precisei deixá-la la, ainda não confio cem por cento em Beca e em ninguém da casa, e nenhum dos meus amigos estavam disponíveis, e a creche tem outras crianças, Sophia nunca conviveu com outras crianças, já está na hora, vai ser bom para ela.

-Olá senhorita Mendes! -uma lina moça cim longos cabelos ruivos diz assim que entro em sua sala.

-Imagino que seja Kara Montes, prazer, Amanda Mendes! -digo me sentando na sua frente em uma cadeira confortável de madeira. 

-Me dê todos os seus documentos por gentileza. -lhe entrego tudo oque trouxe, ela dá uma olhada e faz uma cara um pouco negativa. -Quantos anos tinha quando tirou sua identidade querida.

-Doze. -digo baixo sabendo o quão mudei desde essa idade.

-Precisa mudar seu documento ok, mas de resto está tudo certo, essa será sua primeira experiência profissional certo. 

-Sim, eu ja trabalhei em alguns lugares, não foi de carteira assinada, mas foi uma experiência! - dou um sorriso e ela retribui bem simpática.

-ok, acho que vai se adaptar muito bem, a vaga que temos para você é de sevirços gerais, seu curriculo não é muito completo, então não podemos lhe encaixar em alguma área expecifica, mas terá um bom sálario, de acordo com seu cargo, e plano de saúde para vc e algum outro parente, terá vale transporte e vale alimentação, se aceitar pode começar na segunda. Oque me diz.

-Eu achei perfeito, eu quero sim!

-Que bom, começa segunda então, parabéns!








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continua...

A Menina Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora