A Menina Do Morro

20. (Amanda)

Parece que alguém não gosta de crianças, talvez eu possa usar isso a meu favor. Isso já está virando uma palhaçada, ele parece uma criança brincando com um brinquedo, que saco, pelo menos ele foi embora e não me trancou no quarto, o que é um pesadelo. 

Estava procurando alguma canal divertido na tv, mas nada me chamou atenção, Sophia brincava tranquilamente no chão, desisto e desligo a tv, me sento no sofá e olho pra porta, ando até ela e tento abrir mais a mesma é aberta mais rápido e vejo o capeta na minha frente.

-Ia pra onde posso saber? -ele diz fechando a porta e cruzando os braços.

-Eu...? -realmente não tinha o que responder, eu ia tentar fugir com a minha filha, mais esse ogro chegou.

-Espero que saiba que você não vai sair dessa casa tão cedo, e se espera que vai, pare de se iludir! -ele diz vindo até mim, para bem perto e olha bem nos meus olhos -não pense que irei ser carinhoso, eu to tendo a maior paciência do mundo, não vacila, que eu te quebro no meio!

-O que você quer comigo, eu não entendo! -digo e ele nega algo com a cabeça e toca meu pescoço.

-Antes eu queria uma coisa sim -ele começa a aperta o meu pescoço, -mais agora eu quero várias! -ele aperta mais forte e eu começo a ficar sem ar.

-Você tá me... machucando! -digo meio que uma suplica pra ele soltar.

-Não sou papagaio pra repetir, -ele me levanta e eu me debato pra tentar me soltar, ele me joga contra a parede e eu ponho as mão no pescoço que ainda doi -é a primeira e última vez que eu aviso, não vacila comigo! -diz e saí subindo as escadas.

As lágrimas começam a se formar e eu corro até minha bebê, agarro ela com toda a minha força como se tivesse protegendo ela de algo. Derramo varias lágrimas, por que isso ta acontecendo? Por que eu não to na minha casa? Eu só quero a minha vida!

Olho pro lado e vejo dona Cecilia me encarar com um olhar decepcionado.

-Minha querida, -ela vem até mim e se ajoelha na minha frente -não discuta com ele, nem tente fazer nada, conheço Lukas ele nunca volta atrás numa decisão, e se você está aqui, o meu conselho é, fique na sua! -ela me abraça e beija minha testa.

-Eu não fiz... nada, -gaguejo por causa dos soluços -só quero... minha... casa!

-Eu sei princesa, mais não sei se isso vai acontecer tão cedo! -ela se levanta e pega Sophia dos meus braços, -agora enxugue essas lágrimas e se levante, e não esqueça, fique na sua! -ela pisca pra mim enquanto eu me levanto -agora eu vou dar um banho nessa boneca, vê se toma também!

Me levanto e subo as escada, entro no meu quarto e vejo que umas malas estão lá, realmente eu não vou sair daqui tão cedo.

Tomo um banho calmo, mas em meio a água muitas lágrimas, não me conformo, o quanto minha vida tá dando tantas voltas, eu não posso apenas aceitar viver assim, nesse inferno, não posso simplesmente deixar ele fazer o que quiser, isso não vai acontecer.

Termino meu banho, escovo meus dentes e saio do banheiro, visto um vestidinho soltinho e deito na cama, preciso esquecer um pouco tudo isso.

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continua...