22. (Lukas)

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Geeh saí toda emburrada do escritório, eu nem ligo para as merdas dessa garota, tô nem aí pro que pensam ou deixam de pensar, a porra da mina agora é minha e eu faço o que eu quiser com ela, se eu quiser matar a desgraça eu mato.

Fico analisando uns esquemas que PR pediu, tava tudo certo, só não se encaixava a quantia que íamos receber, era muito pouca. Pego meu celular e ligo pro viado.

Ligação on:

-Que é? -atende todo afobado.

-Qual foi, tá fodendo é? -digo rindo e ele bufa.

-Diz logo caralho tô ocupado! -diz todo irritado e eu começo a rir mais.

-Tô vendo essas merdas que tu pediu, -digo e ele parece se afastar de algo -Por que as verdinhas são poucas?

-Foi o que a gente conseguiu pô! Os moleque não fizeram o assalto direito, e as drogas não chegaram na Maré, eles quiseram até invadir o morro, mas a gente conteu! -diz e eu bufo com raiva.

-Porra viado, e por que só agora eu tô sabendo disso? -pergunto irritado.

-Tu tava nessa brincadeira de levar mulher pra ser tua prisoneira! -revirei meus olhos.

-Eu acho bom tu aparecer aqui agora se não quiser levar um tiro no meio da cara! -digo com raiva e desligo.

ligação off.

Saio do meu escritório e vejo tia Cecilia descer as escadas, ela parece meio chateada, tá bem com raiva pelo que aconteceu mais cedo.

-Eu espero que você se arrependa do que tá fazendo Lukas Menezes! -ela diz descendo os últimos degraus e sem olhar pra minha cara, bufo e ando até ela.

-Não se mete nos meus negócios tia! -digo e subo as escadas.

Passo pelo meu quarto mas não entro, vou andando até o final do corredor e paro bem na frente da porta do quarto da bolota mãe, abro a porta e vejo ela deitada na cama com os baços abertos de olhos fechados, ela parece tão inocente , talvez ela seja, mas agora isso não interessa, eu só quero ela pra mim.

-Ei porra? -olho pra trás e vejo PR parado que nem um retardado.

-Meu escritório agora! -digo fechando a porta.

Ele se vira e sai, desço atrás dele e entranho quando ele para na frente da sala onde fica o piano, ouço uma voz tranquila, ando até ele e olho pra dentro da sala e vejo Geeh sentada tocando e cantando como ela fazia antigamente, talvez eu sentisse falta disso.

-And it keeps cursing my name

(Cursing my name)

No matter what I do, I'm not good without you

And I can't get enough

Must be love on the brain

Ela toca as últimas notas e se levanta e caminha até o sofá, pega a bolota em miniatura no colo e beija sua testa, PR me olha um momento e saí até o escritório, eu dou uma última olhada e saio atrás dele.

Entro e me sento atrás da mesa.

-Eu não vou falar nada sobre isso, você sabe muito bem! -ele diz e eu me encosto na cadeira.

Eu sei? talvez eu saiba, ela sempre foi assim, nunca se abriu com ninguém, só com a nossa mãe, foi um baque pior pra ela quando nossos pais morreram, ela sempre foi mais apegada a mamãe, eu por outro lado sempre fui mais apegado com meu pai, ele me ensinou muita coisa, perder ele foi a pior coisa que já me aconteceu, e pra Geeh foi pior ainda, eles eram o alicerce dela, depois ela foi embora, e deve ter superado, ou não, ela parece meio estranha, tá mais magra, mais abatida, continua linda, eu acho que ela ainda não superou.

-Ei porra! -olho pra ele e mostro o dedo do meio -Tô falando que tu tá todo cheio de viadagem! -revirei meus olhos -como eu ia dizendo, os moleque não fizeram o serviço direito e por isso, o dinheiro não entrou como era pra entrar!

-Eu ainda faço uma chacina nesse morro! -digo e ele ri -bando de filho da puta, pois eles que vão pagar!

-Como assim? -pergunta meio confuso.

-O dinheiro que não entrou! -digo e ele se ajeita na cadeira -eles vão pagar nota por nota, e se não pagarem, mata! -digo me levantando.

No meu morro não tem essa de desculpa não, se não fez o serviço direito, morre, mas eu quero o meu dinheiro, e se o dinheiro não entra, comece a rezar.

























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continua...

A Menina Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora