Luna
Luna: Tá doendo muito... Aín! -
choranminguei e apertei o lençol da cama.Enfermeira1: Não posso fazer nada, é normal. Bora, continua com os exercícios pra ver se essa dilatação sobe!- disse ríspida e saiu.
Três horas e meia... Já tinha mais ou menos três horas e trinta minutos que eu me encontrava nessa sala de pré-parto.
Eu andava de um lado pro outro junto as outras meninas que também se encontravam na mesma situação que eu. Andava em círculos, agachava, levantava e nada...
Minha dilatação continuava a mesma, ainda era mínima. Meu bebê ainda não tinha espaço para vir ao mundo e eu precisava fazer o máximo para ajuda-lo.
Helena: Bora no chuveirinho filha, vem! - segurou a minha mão.
Eu fui andando de vagar e hora ou outra quando a dor vinha eu tinha que parar. Era insuportável, doía até a minha coluna e eu não conseguia me mover!
Helena: Pronto? - me encarou.
Luna: Si.. Sim! - disse e continuei a andar indo em direção ao chuveiro.
(.....)
Minha dilatação estava em 5 ou 6 cm... Já estava no hospital a quase 10 horas de relógio. A equipe de enfermeiros e técnicos já tinha mudado e eu ainda me encontrava aqui.
A nova enfermeira, junto a equipe que chegou diferente da outra era mais paciente, queria de todos os jeitos que eu descesse de cadeira de rodas até a outra sala, mas eu fui a pé.
Agora eu já sabia, quando mais eu andasse seria melhor pra mim e por isso a ignorei e entrei de pé no elevador.
Quando as contrações vinham eu parava, respirava e esperava passar... Os intervalos agora eram de quase dois minutos. Eram apenas dois minitos de uma contração a outra!
Chegando lá em baixo, vi que era um quarto exatamente igual ao de cima, apenas maior.
Suportar as dores agora exigia concentração e uma determinação absurda. Eu orava baixinho enquanto minha mãe também orava por mim e pedia a Deus que meu bebê nascesse logo!
Luna: Meu Deus! - mais uma contração e eu segurei abaixo da minha barriga.
Eu tendia a me contrair durante elas e isso as tornavam piores. Ja estava nervosa, não conseguia olhar ninguém nos olhos, a não ser a Minha mãe que fazia de tudo para me convencer que quanto mais eu relaxasse, mais fácil seria.
Realmente quando eu relaxava durante uma contração, ela passava bem mais rápida e era mais leve. Mas não é tão simples assim, chega uma hora em que você já está totalmente desesperada e cansada.
Ah, minha mãe... Não sei o que seria de mim se ela não estivesse aqui. Eu precisava segurar a mão de alguém o tempo todo.
Em alguns momentos senti vontade de morder, apertar, gritar... Sentia que a hora estava chegando e eu me sentia exausta e aterrorizada!
Eu estava com raiva das outras pessoas. Já estava incomodada com toda hora um exame de toque. Cheguei em um determinado ponto que tudo me irritava!
Fiquei até incomodada com a Dra falando no celular. Me incomodei também com todo mundo que ficava me encarando. Tô ficando doida!
(....)
Eu tinha acabado de fazer mais um exame de toque e estava me sentando na cama quando senti algo descer por minhas pernas.