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Luna

Final de semana chegou e para glória do pai, eu só trabalhava de segunda a sexta. Então esses dias teria meu descanso merecido.

Na verdade eu já estou tendo né? Estou livre daquele homem. Já tem mais de uma semana que ele não me chama, parece que sumiu do mapa.

Estou achando estranho, mas estou aliviada! Graças a papai... Ele que continue sumido mesmo, seria uma bênção.

Mas bom... Sei que eu não tenho nada a ver com isso, mas é super feio o que ele tá fazendo com o Elivelsson. Sério!

Sempre soube do jeito dele, da forma que tratava as pessoas e pude atestar isso, infelizmente.

Mas nunca imaginei que ele fosse assim até com un amigo dele, que segundo a Thauanny esteve com ele desde sempre, cresceram juntos. Isso é ingratidão demais!

Meu celular tocou me tirando dos meus devaneios e eu peguei o mesmo. Olhei na tela e era a Natália!

Ligação On:

Eu: Alô? Oi, Natália!
- E aí, Luninha.
- Turubom? - deu risada.
Eu: Tudo bem, e com você?
- Também. Então, vamos na praça dar um rolê!?
Eu: Rolê? - dei risada.
- Sim, Luna. Uma saidinha!
Eu: Ai... Não sei não, eu não queria sair não. Tô tão cansada! Além do mais a praça dia de hoje é um inferno.
- Ai, Luna! Me poupe... Você não sai pra lugar nenhum, só é da casa pro trabalho. Nem pra igreja você vai mais... - suspirou. - Sai da toca pô, vamos! - fiquei em silêncio por poucos segundos.
Eu: É... Vamos ver aí, qualquer coisa te mando mensagem.
- Af! Tá certo então, beijos!
Eu: Beijos... - desliguei.

Fiquei pensando nas palavras da Natália e lembrei das da Thauanny. Cheguei a conclusão que de fato era verdade.

Eu não vivia, apenas sobrevivia... Faz tempos que eu não saio, nem pra tomar um sorvete, ir em um shopping ou praia.

Agora não frequento mais a igreja, me afastei sim, mas em nenhum momento deixei de ter Deus em meu coração.

Lá pelo menos eu me divertia, cantava e tudo mais... Mas agora é só casa, trabalho e ficar com a Titi quase sempre!

Elas estão certas, preciso sair nem que seja pra ir a praça ou um shopping né? O tempo está passando pra mim!

(....)

Já etava arrumada.. Coloquei um vestido de pano mole meio rodado e uma sandália simples nos pés.

Luna: Mãe? - cheguei na sala.

Helena: Tá linda! - me encarou. - Uma barbie. - sorriu pra mim e eu sorri de volta.

Luna: Obrigada! - sorri novamente para ela. - Eu... Eu vou na praça com a Natália. - ela arregalou os olhos.

Helena: Sério? Não acredito! Obrigada pai... - jogou as mãos pro alto.

Luna: Sério... Eu vou lá.

Sai de casa e mandei uma mensagem avisando a Natália que eu já já passaria por sua porta.

Sabe? Não entro mais lá no mercado deles, na verdade nem me aproximo também. Não mantenho mais diálogo com o pai dela, sinto que não tem mais clima.

Eu tenho vergonha, assumo. Sei que ele sabe de tudo que me aconteceu e só de olhar pra ele me lembro de imediato do Pedro.

(....)

Cheguei na praça junto a Natália e pra minha surpresa, apenas a minha mesmo pois ela estava com uma cara que já sabia bem o que estava acontecendo.

A praça estava lotadissima, vários carros de sons, muitas mulheres dançando semi- minas e traficantes, é claro.

Luna: Natália? Meu Deus! Vamos voltar, vamos voltar. - travei na hora.

Natália: Não mesmo, vamos ficar só um pouco cara! - disse sorrindo e me arrastou.

Estava completamente sem graça, me sentindo fora do eixo real. Algumas pessoas me olhavam estranhando minha presença ali.

Natália: Vamos ficar ali no canto. - me puxou. - Olha minhas amigas ali! - apontou pra umas meninas.

Fomos até lá e ela já chegou pegando um copo na mão das meninas e bebendo. Me encostei na parede atrás de mim e cruzei meu braços me repreendendo por ter aceitado o convite dela e ainda não ter voltado pra casa.

Natália: Luna? - me chamou.

Luna: Oi.

Natália: Quer? - Me ofereceu um liquido no copo.

Luna: Não, obrigada!

Natália: Bebe Luna, é bom pô. Só experimenta! - sorriu.

Luna: Não, nao quero não.

Natália: Bebe cara. - insistiu novamente. - Só um pouquinho, tem babado não! - empurrou o copo em minhas mãos.

Segurei o mesmo e encarei o líquido ali dentro. Fiquei encarando, olhei pros lados e resolvi dar um gole. Tem nada de mais né?

Gosto era horrível, amargo e desceu rasgando. Tá repreendido! Não sei como o povo bebe essas coisas com tanto gosto.

(....)

Luna: Eu vou pra casa! - cutuquei o braço da Natália.

Natália: Tá bom... - disse animada. - Vai lá!

Luna: Você não vai? - a cutuquei novamente.

Natália: Não... Eu vou, vou daqui a pouco.

Assenti e disse tchau pras meninas que estavam dançando junto a Natália. Sai de lá rapidamente e fui caminho pela rua principal até a minha casa.

As ruas não estavam muito movimentadas. Na verdade, as pessoas que passavam estavam indo direto pra praça.

Minha cabeça estava pesadinha e hora ou outra eu dava uma desviada da linha reta. Deus é mais, nunca mais bebo essas coisas!

Continuei caminhando e já estava próxima a minha casa quando um carro preto todo no fumê começou a andar lentamente ao meu lado.

Meu coração acelerou na mesma hora e eu já fiquei com medo, quando o vidro da frenfe abaixou e o homem que estava dirigindo falou comigo.

Xxx: Entra aí, loira! - apontou pro fundo.

O encarei assutada, apontei pro meu próprio peito e me virei de frente novamente voltando a andar só que bem rápido.

Xxx: Ô, entra aí pô! Garota? 

Luna: Não.. - disse e continei a andar rápido.

O carro acelerou me trazendo um alívio, porém o mesmo me cortou mais a frente parando quase em cima do passeio ficando no meu caminho.

A porta do fundo foi aberta bruscamente me dando visão dele que estava sentado ali com um cigarro em mãos.

Coréia: Entra logo nessa porra, garota! - disse rude.

REDENTOR  (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora