Marquinhos
Porra, fiquei sentidão cara. Conheço o Eli de anos pô. É foda demais tu ver um mano seu de caminhada se afundando na maldita.
Que isso cara. Graças a Deus e aos meus orixás sou bastante dicisplinado nessas coisas, papo reto.
Uso sim, não vou mentir. Mas é mais pra relaxar, só de lazer mesmo. Nada exagerado! Tenho meu limite.
Marquinhos: Qual foi, Eli? - parei na sua frente.
Se de longe o bagulho tava ruim, imagina de perto mão. O oré tá todo na capa máxima, osso puro.
Ele me encarou por algum tempo, mas nada respondeu. Continuou encostado em frente a casa de ossanha.
Tava todo aéreo, nem se aguentava em pé. Eu tinha até a leve sensação que ele nem estava me reconhecendo, papo reto.
Marquinhos: Tô falando contigo, viado! - dei um sacode nele.
Ele me encarou mais uma vez e passou a mão pelo rosto varias vezes antes de pronunciar alguma coisa.
Eli: E aí... - disse baixo.
Marquinhos: O que tu tá fazendo contigo, cara? Que isso, nem te reconheci. - o medi de cima abaixo.
Eli: Fazendo o quê? Eu tô bem, tô bem pô.
Marquinhos: Tá bem o que maluco? Tá se matando, rapá. Quer morrer é?
Eli: Não, não, não... - parou. - Até você vai ficar nessa comigo é? Eu tô bem. - disse mais pra ele, do que pra mim.
Marquinhos: Tá bem nada porra. Tá só pele e osso, caralho! Para com isso, cara. Larga essas porras!
Eli: Largar o quê vei? Eu tô bem, vem apertar minha mente não. Não vem... Eu tô bem! - saiu tombando em mim.
Me virei olhando na direção em que ele se saiu saindo e fiquei olhando enquanto negava com a cabeça.
Tá foda! Só Deus e os orixás pra ajudar ele mesmo. Pois minha parte eu já fiz, já tentei. Vou ficar batendo neurose com ninguém não!
Sai da minha neura, com meu celular tocando. Peguei o mesmo do bolso e era a doidona lá. É vem...
(....)
Tava boladão mesmo, se for arte da outra vou jogar nela. Me fazer sair do meu lazer me deixa bolado mesmo.
Sai chamando mesmo na meiota, só no foco até que eu avistei a filha da puta vindo na direção contrária a minha.
Joguei a moto pro lado, e quase subi no passeio freando a moto em cima dela mesmo.
Elida: Tá doido, Marcos? - meteu serinho.
Que isso, me esfrio todo quando ela me chama assim. Fico até sem graça, cara. Papo reto!
Marquinhos: Não me chama assim não, cara. Eu me esfrio todo nessa porra! - Fechei a cara.
Elida: Ué, quer que eu te chame como? Seu nome é esse. - disse debochada.
Marquinhos: De amor ou de Marquinhos, cara. Com carinho! - tentei tocar em seu rosto, mas ela deu um tapa na minha mão.
Esaa doidona é toda braba, cara. Que isso... Se fosse outra eu já juntava agorinha mesmo pela audácia, mas com ela nem rola.
Sou vidradão nessa mulher! É até bagulho de amor mesmo, é a mulher da minha vida.
Elida: Me poupe e se poupe, Marcos. - deu ênfase ao meu nome. - Quem tem que te chamar com carinho é sua mulher, bofe. Não sou eu não!
Marquinhos: Ué, minha mulher é você, vacilona. Meu love! - meti serinho pra ela.
Elida: Toma vergonha, rapaz! Sua mona em casa ou sei lá onde com um filho seu na barriga e você aqui querendo jogar eke pro meu lado. Ai aí! - debochou. - Se é que a criança é sua mesmo. - sorriu negando.
Me emputeci logo com esse papo dela, já fechei logo a minha cara e suspendi o descanso da moto.
Marquinhos: Vou nem te falar nada, cara. Na moral...
Elida: Fala mesmo não, fica quietinho porquê tá no erro. E licença! - deu a volta, passando por mim. - Tem o que fazer! - saiu andando.
Marquinhos: Vai nessa... - disse alto pra ela ouvir. - Só toma cuidado, porquê se eu te pegar com outro tu e ele tão fudidos. Filha da puta! - gritei e arrastei minha moto.
(....)
Bati a porta e joguei a a chave na mesa. Cruzei os braços e fiquei encarando a mandada que estava sentada no sofá cutucando a unha.
Marquinhos: Qual foi, cara. Mandou eu vir aqui rápido pra quê? Tá me tirando a otário é? Tu tá aí de boa, filha da puta.
Kethelyn: Ô mor, eu tô assim agora. Mas u tava passando mal pra caralho, cara. Teu filho tava aqui abusadinho pô. - passou a mão na barriga. - Fiquei até com falta de ar.