Capítulo 15 - Curve-se

64 5 0
                                    


A respiração havia ficado mais ofegante, era possível sentir os batimentos cardíacos, como se o coração fosse explodir do peito a qualquer momento. O suor começava a descer pela testa e o local tinha ficado mais abafado do que já era. Respirar não era uma opção, era como se o ar escapasse de seus pulmões, a garganta estava seca, e a luta pelo ar e pela vida era continua. O hálito quente e ofegante preenchia todos os seus sentidos, ele era jogado em sua cara, tinha cheiro de menta. Com a garganta seca e a voz rouca as únicas palavras que Erzsébeth Pansy conseguiu dizer com muita luta foram ''possua-me'' e os olhos de Charlie Bloson brilharam como o brilho de uma faca, até que ele apertou com mais e mais força os dedos ao redor de seu pescoço, e ela podia ouvir seus ossos estralarem.

Com um pulo Erzsébeth Pansy acordou, encharcada de suor, o coração continuava acelerado e a boca estava seca, ela notou que estava com as mãos molhadas, e quando se deu conta que tinha os dedos dentro da calcinha ensopa.

—Mas que porra! De novo não... — Ela disse angustiada.

Era a terceira vez nessa semana que Pansy tinha o mesmo sonho, ele parecia tão real que era difícil acreditar que tudo aquilo foi um sonho febril, a imagem era tão vivida, os sentidos tão aguçados, parecia tão real, o toque dele parecia tão real, que ela se recusava a acreditar que aquilo de fato não havia acontecido.

Pansy entrou no banheiro e ligou o chuveiro na temperatura gelada, ela precisava de um choque de realidade, precisava acordar daquela fantasia, pois ela deveria se focar em conseguir provas para prender Charlie e não ficar sonhando ou fantasiando com ele, isso era doentio até mesmo para ela.

Assim que ela ligou o chuveiro foi um alivio, acabar com aquele calor e aquele fogo constante que a consumia por dentro era como se uma flama vivesse dentro dela e nunca se extinguisse, ela sentia que iria explodir a qualquer momento com esse desejo ardente que estava a consumindo.

Pansy terminou o banho, colocou uma calcinha e uma blusa larga e velha, estava calor demais para ficar vestida dentro de casa. Ela se dirigiu a cozinha para preparar seu café da manhã e ligou o radio. Assim que ela ligou uma música dizia algo mais ou menos assim:

Dirijo rápido, o rádio explode
Tenho que me tocar para fingir que você esta aqui
Suas mãos estão no meu quadril
Seu nome está nos meus lábios
De novo e de novo como se fosse minha única oração

Tenho um desejo ardente por você, baby

—Mas era só o que me faltava! Até a porra do radio? É a porra de um complô contra mim, só pode ser!

Alem de um desejo ardente, Pansy tinha uma curiosidade ardente que surgiu entre uma de suas conversas com Charlie quando ela perguntou sobre a família dele, ela sabia reconhecer um mentiroso a distancia e sabia que ele estava mentindo, não podia ser só aquilo, era muito perfeito e normal, seria ele um rebelde se causa?

Imediatamente ela pegou o telefone e ligou para o agente Roger Winnes.

—Biscate preciso da sua ajuda.

—Late vadia — Roger disse com sua voz sarcástica como sempre.

—Por favor, me envie o mais rápido possível informações sobre o óbito dos pais de Charlie Bloson

—Eu vou ser mais rápido do que você é pra dar pra um estranho.

—Hey! — Pansy riu.

Alguns minutos depois ela recebeu um email com o conteúdo da pesquisa. E o que continha no arquivo era extremamente interessante.

Pansy sentou-se na bancada da cozinha e abriu seu notebook para estudar o que lhe foi enviado.

Richard Bloson 23/08/1926 – 05/07/1976

O Mais Belo Espinho De SangueWhere stories live. Discover now