A gorda, redonda, brilhante e maligna lua cheia brilhava no céu, ela era a única que sabia dos segredos mais perversos e obscuros da noite, guardando todas as obscenidades apenas para ela, observando as travessuras noturnas e servindo como fiel companheira e vigilante da noite. Ela era a única que realmente compreendia Charlie Bloson, há anos sendo sua companhia de brincadeiras noturnas, apenas observando com aprovação tudo lá de cima. Charlie podia jurar ver um sorriso transpassar pela lua.
Fazia oito meses que Charlie não exercia sua atividade noturna preferida, não que ele não sentisse falta ou tivesse abandonado jamais isso era algo que fazia parte dele, ele nunca poderia apagar sua identidade e deixar de ser ou fazer aquilo que ele fazia melhor: a arte da morte.
Ele não havia parado por vontade própria, não em parte, agora que ele era um homem casado e talvez até apaixonado, Charlie achou que talvez, ele pudesse suprir essa vontade, e também ele não tinha tempo para dar suas escapadas noturnas com Scarlett na sua cola o dia todo. Mas nesse dia em particular, Charlie sentiu essa vontade preenchendo todo seu vazio, era como um veneno correndo sobre suas veias, corroendo suas entranhas, ele precisava entrar em contato com o sangue quente, precisava fazer seu trabalho de purificação, ele se sentia sujo e incompleto sem realizar seus desejos. Talvez tenha sido a feira de flores, e todas aquelas variedades de aromas e possibilidades, ou a visão que ele teve de Scarlett com outro homem que o encheu de fúria.
Horas antes, de manhã, quando ele ia para a floricultura e parou no semáforo, ele avistou sua esposa, sua mulher, sua provável amada, e sua propriedade de mãos dadas com outro homem na frente de um café, ela não estava fazendo nada de mais, mas a maneira afetuosa como ela o tratava consternou Charlie. Aquilo não estava certo, como ela ousava fazer aquilo? Ela não sabia que o matrimonio era sagrado, que ela pertencia unicamente a ele, e deveria ser devotada á ele? Mulheres casadas não deviam andar de mãos dadas com estranhos, isso o trazia tantas memórias desagradáveis, Rozetta... Oh Rozetta...
Charlie sentia aquela velha vontade crescendo, de fazer coisas ruins e desagradáveis com Scarlett, mas não, ele sabia que isso era errado, ele não podia fazer isso, ela era seu mundo, seu tudo, seu álibi, desde que eles se casaram ele se sentia seguro.
Charlie não precisou procurar muito até achar sua acompanhante noturna, já que essa era uma dança que não podia ser dançada sozinha, ele precisava de uma parceira.
Aparentemente homens com aliança chamavam mais atenção que os solteiros, instantaneamente tornavam-se mais atrativos aos olhos das mulheres, Charlie não sabia se ficava enojado ou extasiado. O botânico foi até um pub, sentou-se perto do balcão e logo uma moça morena apareceu e puxou assunto, ela tinha uma atitude vulgar, uma dama jamais chegaria a um homem, Charlie começou sua avaliação notando que ela era uma forte candidata. Ele não precisou de muitas investidas, apenas ofereceu uma bebida, que ela aceitou alegremente, a moça tenha atitudes lascivas, gostava de tocar Charlie enquanto falava apesar de Charlie odiar ser tocado por ela apenas sorria e a mulher derretia-se.
Após algumas bebidas e uma conversa fora, Charlie ofereceu uma carona para a morena, que ficou mais do que feliz em aceitar, acreditando que teriam algumas horas felizes em um motel barato, mal sabia ela que era uma passagem só de ida.
Enquanto eles se aproximavam do barracão onde tudo estava imaculadamente preparado, a pobre criatura começou a desconfiar que algo não estava certo.
—Onde nós estamos indo? Não tá meio escuro aqui não cara? —A mulher morena perguntou colocando a mão na trava da porta, achando que tinha alguma chance de escapar.
—Estamos indo para um lugar melhor, onde a diversão não tem fim, bom pelo menos para mim, já para você eu não posso dizer o mesmo. —Charlie sorriu sombriamente, ele se aproximou da mulher que tentava abrir a porta do carro em vão, ele estacionou, e colocou os braços em volta da mulher, ela tentou se debater, mas Charlie era muito mais forte que a coitada, ele apenas deu um mata-leão nela, o que foi o suficiente para que ela ficasse inconsciente.
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O Mais Belo Espinho De Sangue
Mystère / ThrillerErzsébeth Pansy é uma agente pouco convencional do FBI, ela segue suas próprias regras e tem um mórbido gosto viciante por coisas ilegais. O FBI descobre que um serial Killer tem tirado o sono de todas as mulheres da Califórnia, pois ele tortura sua...