Capítulo 13 - Meu Toque Engrossa seu Sangue

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''Possua-me'' A voz dela estava empastada, lenta e melancólica, como uma suplica, seus olhos cor de âmbar se abriam mais e mais, pareciam duas piscinas flamejantes, ele não podia deixar de notas o contato de suas mãos contra a dele, e seus dedos ainda estavam molhados e quentes da doce saliva dela, sua vontade era tomá-la, beijá-la com ferocidade, mas outro lado de seu corpo respondia ao impulso de ter o sangue vivido dela correndo em suas mãos, ah sim, ele sabia que se sentiria renovado se pudesse sentir a vida dela se esvaindo de suas mãos.

Ele já havia respondido da forma errada aos seus impulsos primitivos, e sentia que a situação estava começando a fugir de seu controle, o que era inadmissível, talvez fosse aquele perfume inebriante dela, que enchia suas narinas e fazia seu corpo transbordar, aquele cheiro de cereja, mas não, isso não podia acontecer, não agora, Charlie Bloson tinha um plano para Scarlett Bliss, e não poderia deixar que um impulso no momento errado estragasse seu grand finale.

Os lábios dela se aproximavam mais e mais dos seus, estavam a um milímetro de se tocar, seu cheiro, ah seu perfume, seu aroma, aquilo era o combustível para as veias de Charlie, ele estava começando a suar, poderia até sentir suas pupilas dilatarem, e a pressão que estava exercendo dentro das calças poderia arrebentar o botão a qualquer minuto.

Com uma rapidez admirável, dessas que seu corpo apenas responde de forma sobre-humana quando é testado ao limite, Charlie rapidamente bateu com a cabeça de Scarlett contra a parede que ela estava encostada. Ela nem teve tempo de pestanejar antes que seus olhos se fechassem com a súbita batida e ela desfalecesse em seus braços.

Charlie a segurou, mole contra seu corpo, ela era tão frágil e delicada quanto um cristal, ele poderia muito bem fazer o que sabe de melhor com ela naquele momento, ele tinha as ferramentas, a mulher e o mais importante: as flores.

—Não! —Charlie disse pressionando Scarlett contra seu peito, ele sabia que isso seria arriscado demais, a luz do dia, sem preparação, anos e anos de dedicação jogados na lata do lixo por um impulso momentâneo, esse não era o Charlie Bloson, Charlie desconhecia a si mesmo.

—O que diabos está acontecendo comigo, afinal? —Ele continuava a murmurar sozinho. Delicadamente, depositou a mulher na poça de água que havia no chão, onde o irrigador tinha alagado. Era o plano e a desculpa perfeita.

Com toda a calma do mundo, Charlie pegou seu celular do bolso e ligou para Alfredo, que estava na loja.

—Alfredo, a senhorita Bliss escorregou em uma poça de água e está desacordada, por favor, pegue o carro e traga para a estufa, vamos levá-la ao hospital.

—Ai caramba! É pra já sñor!

Algum tempo depois, Charlie havia chegado ao hospital mais próximo com Scarlett ainda desfalecida. Ele explicou ao médico, que ela estava andando pela estufa, escorregou em uma poça de água e bateu com a cabeça no chão. O médico achava que ela havia sofrido uma contusão, e eles estavam fazendo alguns exames nela.

Charlie estava sentado calmamente na sala de espera, com sorte ela não se lembraria do acontecido, ou se lembrasse, não passaria de um delírio, um sonho de uma pessoa desmaiada. O médico cortou o momento de meditação de Charlie.

—Senhor, ela acordou, se quiser ir vê-la, ela está em um de nossos quartos em observação, Graças a Deus o que ela teve não foi nada grave, a batida não foi muito forte e ela desmaiou, pois estavam um pouco, hã, bem, desidratada e havia ingerido algumas coisas que fizeram mal.

—O senhor poderia ser mais especifico, doutor? —Charlie sentiu uma leve curiosidade, afinal eram mais coisas a seu favor.

—Bem, pelo o que consta nos exames, ela tinha uma quantidade de álcool no sangue, misturado com aspirinas e um pouco de cocaína, essas jovens de hoje em dia, farreando, bem dá nisso. O que o senhor é dela?

O Mais Belo Espinho De SangueWhere stories live. Discover now