Capítulo 35 - Não perca a cabeça

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Um caminho vermelho era trilhado na neve. A branca e pura neve maculada pelo grotesco, pegajoso e vermelho sangue. Um caminho de dor, frustração e até descrença er a trilhado por uma estrada gelada, sozinha e tortuosa. Era um caminho para ser trilhado sozinho.

Gotas de sangue acompanhavam Charlie Blosson desde a igreja até o apartamento onde ele estava hospedado. Ele não sabia como conseguiu se levantar do chão e chegar em casa, tudo fora muito rápido. Em um piscar de olhos ele tinha Pansy na palma de sua mão, e no outro ela estava com uma arma apontada para sua cabeça. Charlie sabia blefar, ele fez sua melhor cara de pôquer e empurrou a mulher até o limite, ele sabia que ela não teria coragem de machucá-lo ela o amava. Mas ela o surpreendeu, ela tirou a arma de dentro da boca dele, e a encostou no seu ombro esquerdo. Deu um único disparo e saiu correndo. Charlie ficou jogado no chão da igreja como um monte de lixo branco.

Com uma mão segurando o ferimento tentando estancá-lo ele se contorcia para pegar a chave do apartamento e abrir a porta. Sua roupa estava encharcada de sangue. Ele sentia seu ombro queimar. Quando ele finalmente alcançou a chave, a maldita caiu no chão.

—Puta que o pariu! Você só pode estar de brincadeira. —Charlie bufou.

Ele foi tentar se agachar para pegar a chave no chão sentiu uma fisgada no ombro e soltou um gemido de dor.

—Moço, deixa que eu pego para você. — Uma mulher se aproximou. Ela estava toda de branco e carregava uma sacola de compras. Pegou a chave e foi entregá-la para Charlie.

—Oh meu Deus! Moço o que aconteceu?

—Obrigado. Ah isso, não foi nada. Eu acabei de ser assaltado, dá pra acreditar em uma coisa dessas?

—Mas você reagiu? —Ela perguntou boquiaberta.

—Não, eu entreguei meu celular e minha carteira, mas o ladrão atirou em mim a queima roupa mesmo assim.

—Que horror! Eu achava que esse era um país de primeiro mundo. —A mulher tinha o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo. Ela não tinha sotaque húngaro, provavelmente era americana.

Charlie colocou a chave na maçaneta, o sangue continuava pingado de seu braço.

—Você prestou queixa? Meu Deus, você está perdendo muito sangue, moço quer que eu te leve pro hospital?

Tudo o que Charlie NÃO precisava nesse momento era de uma boa samaritana.

—Não, muito obrigado eu estou bem não foi nada. Acho que a bala entrou e saiu, se eu fizer um curativo já melhora.

—Que isso moço, endoidou? Quer pegar uma infecção ou algo pior? Olha eu sei que os hospitais daqui não são muito bons, deixa eu ver se adivinho, você não tem convenio não é?

A mulher não ia desistir.

—Eu estou bem. Acredite em mim. Mesmo assim obrigado.

A moça entrou na frente da porta impedindo a passagem de Charlie. Ele ia usar seu braço bom e dar uma voadora nela.

—Moço, eu sou médica, me deixa dar uma olhada nesse seu machucado tá bom? Eu não vou desistir, não posso ver uma pessoa machucada e não ajudar ela. Eu tenho tudo em casa pra cuidar disso daí, eu moro aqui do lado.

Charlie bufou.

—Não precisa, eu estou bem, olha foi só de raspão eu acho. — Ele fez menção de movimentar o braço e um pouco de sangue caiu no chão.

—Aham, sei. Espera ai eu vou lá pegar a minha maleta é rapidinho.

A mulher entrou correndo no seu apartamento que era ao lado do de Charlie. Charlie entrou no seu apartamento e tirou a jaqueta que ele vestia. Ela estava arruinada com o furo e o sangue. A jogou no chão. Jeffi veio correndo e foi cheirar a roupa. Ele farejava o cheiro do sangue.

O Mais Belo Espinho De SangueWhere stories live. Discover now