Capítulo 2- Blue Eyes

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    Faz praticamente uma hora desde minha última parada. Me sinto confiante ao dirigir e esse sentimento de liberdade e confiança cresce cada vez mais dentro de mim. Ligo o rádio e está tocando Into You da Ariana Grande
(Uma das minhas músicas favoritas) Começo a cantar bem alto como se o amanhã não fosse acontecer, fazendo gestos e os vocais que de vez em quando consigo fazer. Eu amo essa sensação de poder sentir que tudo vai dar certo, são raras as vezes em que sinto isso, mas quando acontece eu aproveito o momento ao máximo.

   Estou tão feliz que sinto como se meu carro estivesse sobrevoando nuvens bem macias, a música e a velocidade do carro me fazem pensar que estou em um filme onde sou a protagonista, sinto que nada poderá me parar neste mundo. Acho que o universo está conspirando ao meu favor desta vez.
    De repente, minha cantoria toda é interrompido por um barulho nas rodas do carro que ficam cada vez mais alto. Olho rapidamente pela a janela e vejo que meu pneu furou, de repente, sou surpreendida com o mesmo barulho em outro pneu.

Assim que vejo que o problema está ficando sério, paro meu carro no acostamento da pista e desço para olhar os pneus. Ambos os pneus praticamente explodiram e se eu não tivesse parado o carro antes poderia até ter acontecido algo pior.

    Pelo visto minha viagem não começou muito bem como eu imaginei. Estou parada e sozinha em uma rodovia qualquer há quase 6 horas de Las Vegas. Eu sabia que devia ter dado uma revisada no carro antes de ir, o pior é que eu sabia que os pneus estavam velhos, mas nunca imaginei que eles fossem explodir e, se isso acontecesse haveria uma borracharia ou algo do tipo para me dar suporte. Agora o jeito é pedir carona para um estranho qualquer. Oh Deus por que isso logo agora, será que esse maldito pneu não poderia ter furado quando eu já estivesse em Las Vegas? Assim seria mais fácil arrumá-lo e também não estaria eu não seria um prato cheio para assaltantes. Fala sério, não passa uma alma por aqui.

     Depois de ter passado quase meia hora surtando e sem fazer absolutamente nada resolvi que pedir ajuda era a melhor opção. Gritar e fazer sinais para os carros foi uma das mil coisas que eu fiz para conseguir chamar a atenção de alguém. Como já é de se esperar ninguém parou, e pelo fato de ser uma rodovia deserta talvez ficaram com medo, ou apenas são pessoas sem coração que não estão nem aí para uma pessoa a mercer de qualquer perigo. Então já que não há nada para fazer entro no carro de novo para descansar e começo a mexer no celular. Depois tento pedir ajuda novamente.

     Passaram vários carros, caminhões e motocicletas pela rodovia, todos buzinavam para mim e me olhavam com olhares maliciosos —Obviamnete todos eram homens — E novamente ninguém sequer tentou me ajudar  com uma carona ou um pneu extra. Agora eu estou presa nessa rodovia deserta e sozinha. Eu entendo que parar para uma estranha em uma rodovia totalmente deserta pode não parecer uma boa ideia de início, sinceramente eu também não sei se pararia para alguém.

   Depois de passar quase duas horas tentando pedir ajuda, me senti muito cansada e deitei um pouco no banco traseiro do carro, depois de alguns minutos ouço um carro se aproximando em minha direção, abro a porta rapidamente e aliviada começo a olhar o carro. Eu arrisco a dizer que as pessoas que estão nesse carro provavelmente ouvem Rock. Para minha surpresa o homem que estava dirigindo o carro era o mesmo que me encarava no bar há algumas horas, dou uma espiada e a mulher que também olhava minha bolsa está junto com ele — Que sorte a minha.  — Ele sai do carro e começa a andar em minha direção, engulo seco e sinto minhas mãos começarem a tremer, mas tento a todo custo pensar na humanidade das pessoas.

— Tá perdida gata?. — Ele foi bem direto.

— Olá! o pneu do meu carro furou, será que você poderia me dar uma ajudinha?. — Ele olha para a mulher no carro e faz um sinal com a cabeça. Em questão de segundos o mesmo me agarra com seus braços fortes  impossibilitando com que eu me solte. Os broches mal prendidos em sua jaqueta começam a me pinicar até que furam meu braço como uma agulha, dou um grito tão alto que a mulher se assusta.

Era uma Vez em Las Vegas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora