Observo sua lápide com todas suas informações, data de nascimento e falecimento e mais abaixo há uma pequena biografia dizendo que ele era amado por todos, isso ninguém pode negar.
Não consigo tirar de minha cabeça o fato de que nunca mais o terei nos meus braços novamente, ainda não consegui aceitar o fato de que ele se foi. Aparentemente estou conseguindo me controlar, mas todas as noites tenho crises que não me fazem aceitar tudo o que está acontecendo, eu me jogo no chão do banheiro e choro até adormecer tanto é que Belle me encontrou dormindo lá na noite passada.
Eu preferi não ir em seu velório, séria doloroso demais para mim ver seus sonhos destruídos quando aquele caixão fechasse. Minha dor só aumentaria. Mesmo disposta a ir após o acidente optei por ficar em casa, queita e sozinha... sem fome, sem esperança e repentinamente sem vontade de viver.
Os médicos disseram que a causa da morte de Tonny foi traumatismo craniano. Quando o carro capotou o mesmo estava sem cinto se segurança e acabou voando para fora do carro, batendo a cabeça no asfalto e então virá a falecer. O tempo todo digo para o meu subconsciente "E se nós não tivéssemos saído aquela noite? E se não tivesse chovido naquele dia?" Faço-me perguntas como essa e as resposta sempre são "Teria sido diferente". Qualquer mínima coisa diferente que tivesse ocorrido naquele dia poderia ter mudado o rumo da história, mas o destino quis que fosse assim e assim foi.
Passo lentamente a mão em sua lápide, em seguida me levanto e jogo uma bela rosa branca. Fico pensativa e começo a chorar só de pensar no fato de que seu corpo, seus sonhos e o nosso amor está enterrado a sete palmos do chão. Lágrimas escorrem por todo meu longo casaco/sobretudo azul marinho tipo Coat.
- Ele amava rosas brancas. - Diz uma voz feminina que se aproxima de mim. Olho devagar para cima e vejo a tia de Tonny usando um terno com saia de tubinho rosa, óculos escuros e um guarda chuva.
- Eu e Phill nunca pudemos ter filhos, então quando a irmã do meu marido faleceu, nós adotamos Tonny como se fosse nosso filho. Ele era tão bonito, tão educado e amoroso... no dia das mães eu sempre ia em suas apresentações no colegio e no final ele piscava para mim. Eu o aplaudida e dizia "Esse é o meu filho". Adorava nossas viagens á Paris quando ele era pequeno, Phill o levava para tomar sorvete em frente a Torre Eiffel. Éramos uma família de verdade e felizes.- Sinto muito pela senhora. - Eu a olho com a sobrancelha arqueada ainda chorando.
- Tudo bem. - Ela limpa o rosto com um lenço que tira de seu blazer.
- Quando Tonny completou 21 anos decidiu ser independente, eu o disse que não precisaria se preocupar com absolutamente nada, mas mesmo assim ele queria se sentir um homem de verdade e não viver mais ás custas dos tios. Então ele se mudou para Las Vegas, disse que aqui era o lugar das oportunidades e acabou arrumando um emprego como segurança de um cassino. E depois ele conheceu você.
- Olha se você já vai começar a me culpar pelo o que aconteceu, com licença. - Tento sair.
- Alexa! Espere. - Ela pega no meu braço. - Me desculpe... Me desculpe por ter te humilhado daquele jeito no Bellagio. Eu só queria protegê-lo, eu ainda achava que ele era meu pequeno Tonny. - Ela tira os óculos escuros. - Eu estava enganada sobre tudo que disse a você, na verdade eu tenho é que te agradecer...
- Pelo o que?.
- Por te feito Tonny... o meu Tonny a pessoa mais feliz do mundo. - Ela começa a chorar. - Posso... Posso te dar um abraço?.
- Sim. - Eu a abraço sem entender muito bem o que está acontecendo, mas posso sentir sua dor... sua dor por perder um filho que mesmo não sendo sua mãe biológica sempre o amou como um filho de verdade.
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Era uma Vez em Las Vegas [CONCLUÍDO]
RomanceLexi, uma jovem garota sempre em busca de seus sonhos, tem o desejo de se tornar estilista. Mas como a vida nem sempre é um mar de rosas, Lexi terá de trabalhar duro para alcançar seus objetivos Quando decide se mudar para Las Vegas e tentar a...