Capítulo 28

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Pierre

Rebecca foi ao supermercado e eu fui passear pelo parque com a Analu, estava caminhando com ela em meu colo quando uma garotinha trombou em mim, ela era negra e tinha os cabelos enrolados que estavam amarrados em um coque.

— Você está bem? — pergunto, preocupado.

— Sim, não foi nada — ela se levanta do chão, limpando a calça jeans que grudou algumas folhas.

— Eu não lhe vi, me desculpe — me abaixo, ficando da sua altura.

— Você tem uma bebê igualzinha a da minha mamãe — olha para Analu, que sorri para ela.

— É mesmo? E cadê a sua mamãe? — questiono, porque ninguém veio atrás dela.

— Ela não mora comigo, mas um dia eu vou morar com ela — sorriu.

— Você está com quem aqui no parque? — me levanto e sento no banco, a garotinha se senta ao meu lado.

— Com um homem e uma mulher que querem me levar para longe da minha mamãe, mas eu não quero ir com eles — fala.

— Eles ti sequestraram? — nega com a cabeça.

— Eu moro no orfanato, sabe? E eles querem me adotar.

— Você não quer ser adotada?

— Não por eles. Qual é o nome da sua bebê? — pega na mãozinha da Analu.

— Analu e qual é o seu nome?

— Eu sou a Natalie. O nome dela é igual o nome da bebê da minha mamãe.

— Que coincidência! Qual é o nome da sua mamãe?

— Rebecca com dois C — faz um V com os dedos indicando o número dois.

— Isso é mais coincidência ainda — falo um pouco assustado.

— O que é isso que você falou? Coin... alguma coisa — pergunta.

— Coincidência. É algo comum que nós temos. Olha, a minha namorada se chama Rebecca e a minha filha se chama Analu, isso é uma coincidência. Entendeu? — explico.

— Sim, um pouco. Só tenho três anos e eu ainda não entendo muita coisa — deu de ombros.

— Natalie? — ouço a voz de Rebecca e a garotinha corre, abraçando-a.

— Que saudade! — diz e Rebecca se levanta com ela no colo.

— Eu também, pequena! O que está fazendo aqui no parque? — me olha, pelo canto dos olhos.

— Eu vim com a mulher e o homem que querem me levar para a casa deles. A moça foi comprar sorvete e o moço foi atrás dela porque ela estava demorando muito e me deixaram sozinha sentada no banco ali na frente, então eu sai andando para ver se achava eles — aponta para um banco, mais à frente.

— Eles não deveriam ter deixado você sozinha. É uma criança!

— Ela trombou em mim há alguns minutos — me levanto.

Verdadeiro Amor | Trilogia Amores - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora