Capítulo 47

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Rebecca

Ergo os lençóis dobrados dentro da última gaveta do meu guarda-roupa e tiro uma caixa de madeira em tamanho médio, caminhei até o fundo do meu closet e me sentei no chão. Ergui a tampa e peguei o cobertozinho rosa claro com o macacãozinho branco, apanhei a carta que estava um pouco pesada e a abri.

Oi, minha bebezinha!

Aqui é a mamãe que vos escreve. Não quero começar essa carta pedindo desculpas, eu fui obrigada a ti deixar para não morrer junto comigo. A vida nunca foi fácil para mim e quando eu achei que tivesse encontrado o amor da minha vida, descobri que ele ainda estava casado e que mentiu pra mim, dois meses depois tive uma surpresa de que eu estava grávida e foi por você que eu lutei todos os dias para conseguir um prato de comida. Um mês após o seu nascimento, eu lhe deixei no portão do orfanato porque com certeza você teria uma chance de ser adotada e viver em uma família de verdade. Doeu muito lhe deixar, esses olhos azuis brilhantes e esse sorriso vão estar em minha memória para sempre. Não consigo pensar como você está hoje, mas imagino uma mulher linda, forte e independente, talvez com uma família e filhos, a pessoa que estiver ao seu lado é muito sortuda. Independente de todas as coisas, saiba que eu a amo e que vou lhe amar para sempre, não importa aonde eu estiver.

Te amo, minha estrelinha.

Ps: Junto da carta tem um medalhão onde você pode colocar a foto das pessoas que você ama, ele era da minha bisavó e foi passando de geração em geração.

Pequei o envelope e o medalhão azul claro com desenhos dourados e uma borboleta dourada, o abri e ele estava vazio, passei a mão pelos detalhes e fechei meus olhos deixando as lágrimas escorrerem por minhas bochechas.

— Amor, vo... O que aconteceu, Rebecca? — Pierre se abaixou à minha frente me puxando para os seus braços.

— Eu estou bem. Só estava lendo a carta que veio comigo quando eu fui deixada no orfanato, não tive coragem nos anos que se passaram. Você quer ler? — falei em voz baixa.

— Deixa eu ler — pegou o papel da minha mão e se sentou — É uma carta emocionante, meu amor! Ela deve ter chorado muito ao escrever. Eu sinto muito — beijou minha testa ao me abraçar.

— Será que ela está viva?

— Não sei, mas se ela quisesse ser encontrada deixaria o nome dela completo junto da carta, eu posso estar erra... — o interrompo.

— Sim, você está certo, e seria impossível encontrá-la sem um nome. Olha o que veio com a carta — lhe mostro o medalhão.

— Que lindo. Tão delicado! — passou o polegar pela peça.

— Sim e ele vai ficar ainda mais lindo quando eu colocar a foto da minha família dentro dele — seguro seu rosto para lhe beijar.

— Não sei se os nossos cinco filhos vão caber em uma foto pequena, mas podemos tentar — murmurou com os lábios colados ao meu.

Sorri e nos beijamos. Quando terminei de me arrumar já era 21h00min e todos estavam na sala, a minha festa preferida do ano é o Natal. O clima fica tão bom em família e amigos, a cidade é toda iluminada e é encantador, as meninas adoraram quando nós as levamos no carrossel, na praça para ver as vitrines natalinas e as mariontes animadas, os espetáculos são extraordinários e encanta as crianças e nós adultos.

Verdadeiro Amor | Trilogia Amores - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora