Pierre
Já faz três dias que Rebecca está desaparecida e eu não sei mais o que é dormir ou comer, eu não aguento mais ficar sentado sem poder fazer nada para ajudar.
— Aonde você vai, papai? — Natalie perguntou quando me levantei do sofá da casa dos meus sogros.
— Eu vou sair um pouquinho, não demoro — beijei sua testa.
Saio da casa e tinha alguns seguranças, Lorenzo me alcançou quando eu estava abrindo a porta do carro, me sentei e ele fez o mesmo no banco do carona.
— Você não vai beber, né? — olhou para mim.
— Eu não estou bebendo, Lorenzo — dei partida.
— O papai fingi acreditar quando você diz isso, mas eu não. Cansei de ti ver assim, Pierre! Quando Rebecca voltar, ela precisa de você forte e com saúde, ela não quer um bêbado! — seu tom de voz era sério.
— Eu estou com medo, Lorenzo — sussurro.
— Eu também estou, Pierre! Rebecca é como irmã para mim e saber que ela está correndo perigo não é fácil, mas nós temos que ter fé e tudo vai ficar bem — disse positivo.
Fé. Sim, eu tenho que ter fé e pensar positivo. Lorenzo me fez mudar de lugar, ele dirigiu até o meu apartamento para eu tomar um banho, troquei de roupa e fomos em um restaurante. Não adiantou eu dizer que estava sem fome.
— Dois pedaços de lasanha quatro queijos e vinho tinto, não, nada de vinho. Pode ser dois sucos de laranja — Lorenzo pede ao garçom e ele assentiu antes de sair.
— Laranjas me lembram a Rebecca — sorrio com a minha própria fala.
— Você nunca me contou como foi esse encontro de verdade, só sei que esbarrou nela e as laranjas que a ela estava segurando caiu.
— Foi só isso mesmo que aconteceu.
— Gostou dela no primeiro instante? — sorriu.
— Sim, acho que me apaixonei por ela no momento que os nossos olhares se cruzaram. Foi diferente de todas e a distância só fez eu ama-la ainda mais. Não vejo a minha vida sem a Rebecca, ela é a minha base — apoiei meus cotovelos na mesa.
— A polícia vai encontrar a Rebecca, Pierre! — afirmou.
— Está demorando demais, Lorenzo! Não quero que aquele maldito faça alguma coisa que a machuque — solto um suspiro irritado.
— Oi, queridos — ouço a voz da Kelly.
— Está nos perseguindo? — Lorenzo pergunta olhando para ela.
— Coincidências acontecem — se sentou sem ser convidada.
— O que você quer, Kelly? Não estamos com cabeça! — passei a mão nos cabelos.
— O que houve? A sua namoradinha o abandonou? Ela não aguentou ver você com ciúmes de mim naquela noite da festa que fui com o Josh. Coitadinha! — sorriu debochada.
— Não fale da Rebecca! Você não é ninguém para dizer algo sobre ela. Se enxerga, Kelly! Eu nunca senti ciúmes de você em dois anos que ficamos juntos e não é agora que vou sentir. Eu amo a minha mulher e nem uma mulher chega aos pés dela. Agora some da minha frente, antes que eu faça uma besteira! — rosnei.
— Espero que aquela vadia morra na mão daquele homem! — saiu brava.
— Não entendi! Como ela sabe da Rebecca e que um homem está com ela? — Lorenzo questionou.
— Não sei! Minha cabeça está doendo demais para pensar nessa mulher, se ela não tivesse ido embora, eu teria arrancado o pescoço dela — respirei fundo.
Nossos pedidos chegaram e nós agradecemos. Lorenzo não falou muito e sei que ele estava pensando sobre o que a Kelly disse, deixei ele ir para a casa com o meu carro e fui dar uma volta. Parei em frente ao prédio de Kelly para ver se via algum movimento suspeito, ela saiu pelo portão umas duas horas depois e toda arrumada, entrou em um táxi e eu entrei em outro pedindo para o motorista seguir. O veículo que ela estava parou e eu saí do meu depois de pagar a corrida, Kelly adentrou em uma loja de roupas masculinas e femininas. O que será que ela veio fazer aqui? A observei pelo vidro e vi uma atendente a ajudando, ela pegou camisas de homem e calças, boné e óculos escuros, roupas de mulher também. Kelly saiu da loja e eu fiquei ali a vendo entrar em outro táxi.
— Papai, você voltou! — Natalie me abraçou pelas pernas.
— Sim, pequena! Você já tomou banho? Está na hora de dormir — a peguei no colo.
— Você pode ler uma história para mim? — assenti.
— Que história você quer hoje? — subo as escadas da casa dos pais da Rebecca, estamos ficando aqui até esse inferno passar, faz bem para as meninas.
— Da branca de neve — deitou a cabeça no meu ombro.
Analu estava dormindo no berço, fiz carinho nos seus cabelos e deitei Natalie na caminha dela, peguei um livro que Rebecca deu à ela que é cheio de histórias. Ela adora!
— A mamãe vai voltar, papai — sussurrou.
— Só espero que não demore muito, filha — beijei sua testa.
— Você é o príncipe, papai! Tem que salvar a sua princesa — me encarou.
Sorrio e aconchego ela em meus braços. Como eu vou salvar a minha princesa se eu não sei onde ela está? Fechei meus olhos querendo que o sono viesse, mas a única coisa que veio foi a frase que a Kelly disse no restaurante “Espero que aquela vadia morra na mão daquele homem!” e as coisas se encaixaram. Kelly faria o possível e o impossível para tirar alguém do seu caminho quando atrapalha seus planos. Será que ela seria capaz de se juntar com aquele monstro para fazer mal à Rebecca? Se ela está fazendo isso é porque não está bem da cabeça.
— Lorenzo? — perguntei quando alguém atendeu a chamada, acordei primeiro que todos na casa, deve ser umas 05h30min da manhã.
— O que você quer, Pierre? Me deixa dormir, mano! — murmurou.
— Eu preciso da sua ajuda, acho que posso encontrar a Rebecca.
— O quê? Como assim?
— Você está aonde?
— Na casa do nosso pai. Por quê?
— Me espera do lado de fora com o seu carro. Ti explico quando chegar — desliguei.
Meu irmão deve estar achando que estou maluco, mas eu preciso tirar essa dúvida, se a Kelly estiver junto com aquele maldito, ela vai pagar por tudo.
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Verdadeiro Amor | Trilogia Amores - Livro I
Romance(+16) Sabe aquele ditado, nem tudo são flores? Rebecca, teve o desprazer de senti-lo na pele. Uma jovem mulher que pensou ser amada, mas que estava apenas se enganando, saiu de um relacionamento que destruiu seu coração e a única coisa de bom que de...