Capítulo 3

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Pov. Valentina

No dia seguinte, eu acordo com muita dificuldade já que essa noite não foi nada fácil pra mim e eu quase não consegui dormir.

Minha cabeça não parava de funcionar e fiquei pensando durante boa parte da noite em como seria esse estranho com quem eu tenho que me casar, tenho medo que esse homem seja machista, agressivo e abusivo. E penso principalmente em como vai ser a minha vida daqui para frente, numa casa cheia de pessoas estranhas.
 
Me levanto e vou para o banheiro tomar um banho para ver se essa moleza que eu tenho em meu corpo passa, depois do banho eu me arrumo para ir pra escola  e desço as escadas para tomar meu café da manhã.

Quando chego na sala de jantar e vejo que todos já estão em seus lugares na mesa. Olho para os meus pais e percebo que os dois também não tem uma cara muito boa, sinal de que eles também não tiveram uma boa noite de sono.
 
- “Bom dia!” - falo sem muito ânimo enquanto me sento em meu lugar.
  
- “Bom dia” - todos responde ao mesmo tempo.
    
- “Valentina, posso chamar um amigo meu para ir na sua festa?” - meu irmão Lucca pergunta.
  
- “Claro que pode, Lucca.” - respondo com um sorriso fraco.
   
- “Legal!” - ele comemora.
 
- “Ah, se o Lucca pode levar um amigo, eu também quero chamar uma amiga.” - Giovanna diz fazendo bico enorme.
 
- “Voce não pode ver nada mesmo, não é pirralha?” - Lucca diz franzindo o cenho.
 
- “Voce é muito chato!” - minha irmã  mostra a língua pra ele.
  
- “Pode parar vocês dois, sem brigas na hora da refeição, por favor!” -  minha mãe diz acabando com o começo de uma longa discussão entre esses dois.
   
- “É claro que você pode chamar sua amiga Gi!” - digo e minha irmã dá um lindo sorriso para mim.

Começamos a tomar o café da manhã em silêncio. O clima estava bem pesado, eu sei que o meu pai está se culpando pelo o que eu vou ter que fazer pelo bem da nossa família, mas eu não o culpo. Eles sabem que eu faria qualquer coisa por eles e sem duvidar nem uma vez. A decisão foi minha, mas eu não gosto de vê-lo assim.
 
- “Papai.” - eu o chamo e ele olha para mim. - “Depois do café da manhã podemos conversar um pouco?” - pergunto olhando para ele.

- “Claro que sim, princesa.” - ele dando um fraco sorriso.

Depois dessa curta conversa, todos nós voltamos a tomar café normalmente. Quando terminamos, meu pai e eu fomos para o seu escritório conversar. Assim que entramos e ele se vira para mim e me olha.

- “O que você queria falar comigo, princesa?" - ele me olha atentamente.

- “Papai, eu sei que o senhor está se culpando pelo o que eu tenho que fazer pela nossa família, mas eu quero que você sabia que eu faria qualquer coisa por vocês.” - digo sem desviar os meus olhos dele.

- “Eu sei querida, eu te conheço muito bem. Mas mesmo assim eu me sinto culpado, sinto que eu falhei com vocês e é minha culpa por você está tendo que fazer isso.”

- “O senhor não falhou conosco, fez tudo o que pode para tentar evitar que tudo isso acontecesse, agora é a minha vez de fazer algo por vocês.” - eu o abracei. - “Não importa o que aconteça, nada vai fazer eu deixar de amar você papai.” - ele me aperta ainda mais nos seus braços.
   
- “Eu te amo tanto, minha princesa.” - ele me dá um beijo na testa.
  
- "Papai, em relação a esse homem, eu vou conhecê-lo antes do casamento ou só no dia mesmo.” - olhei para ele.

- “Ontem a noite depois que você deu a sua resposta sobre o casamento, eu liguei para ele para dizer a sua decisão. Ele disse que queria te conhecer antes do casamento e a sua mãe deu a ideia de fazer um jantar aqui em casa mesmo, hoje à noite para que vocês possam se conhecer um pouco. Vai vim ele e a família dele.” - ele disse e eu assenti.
 
- “Menos mal, pelo menos não vou ter uma surpresa desagradável no dia do casamento. Já pensou eu der de cara com um Shrek? Pelo menos eu vou ter um tempo para me acostumar com isso.” - digo fazendo graça e meu pai riu.

- “Só você mesmo pra fazer piada com uma coisa dessas.” - ele diz e eu ri.
  
- “Bom, é melhor eu ir, vou acabar chegando atrasada na aula.” - falo e dou um beijo na sua bochecha.
  
Saio do escritório do meu pai e vou correndo para o meu quarto buscar a minha bolsa e quando desço as escadas, dou de cara com a minha mãe.
 
- “Oi querida, estou saindo para levar os seus irmãos na escola, você vai querer carona?” - minha mãe  pergunta com um sorriso.
 
- “Claro, já estou atrasada.” - eu respondo e andamos até a porta principal.
 
Saímos de casa e fomos para o carro, me sentei no banco do carona, minha mãe saiu dirigindo e minutos depois chegamos em frente a escola dos meus irmãos. Eles desceram do carro se despedindo de nós e depois fomos para a minha. Quando chegamos em frente a escola e minha mãe para o carro.
  
- “Obrigada pela carona mãe!” - eu falo e dou um beijo na sua bochecha.

- “De nada querida, boa aula. Eu te amo, minha princesa.” - ela me dá um beijo na testa.

- “Também te amo, mamãe.” - me despeço dela e saio do carro.
  
Ao sair do carro, caminho até a entrada principal da escola e nesse momento eu acabo encontrando com as minhas melhores amigas no corredor, ando até onde elas estavam com um pequeno sorriso no rosto.

- “Bom dia meninas!” - eu cumprimento cada uma.
  
- “Bom dia!” - Samantha e Vivian respondem em uníssono.
  
- “Está ansiosa para a festa de amanhã?” - Vivian pergunta.
 
- “Muito!” - eu falo sorrindo.

Pelo menos durante a festa, eu vou poder esquecer um pouco dos meus problemas e me divertir.

- “Eu também, eu já até escolhi o que vou usar.” - Samantha comenta.

- “Essa é apenas a primeira festa que vamos ir como adultas, depois dela virão várias outras.”

Para elas pode ser apenas a primeira, mas para mim pode ser a primeira e a última. Provavelmente o meu "futuro marido” não vai permitir que eu vá.

É tão estranho só de pensar que eu vou me casar tão cedo, ainda por cima com um completo estranho, antes de poder realizar os seus sonhos e planos futuros.

- “Amiga? Você está bem, você ficou estranha de repente.” - Samantha disse me arrancando dos meus pensamentos.
  
- “Está sim, só estava pensando.”

Ficamos conversando durante alguns minutos no corredor antes que o sinal tocasse. O sinal tocou e nós três entramos na sala de aula.

Esse dia vai ser bastante longo e com certeza essa noite também e ainda vou ter que aguentar aquele bendito jantar com o meu noivo e a sua família, que são uns completos desconhecidos para mim.
    

Casamento Forçado (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora