Capítulo 11 - I don't wanna lose you now

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Estava a entrar em casa quando vejo o que menos esperava no fundo do corredor. Avó.

“Mana, a avó acabou de cair” Gritava Jessica

Corri até lá e pus a minha avó no meu colo. Estava inconsciente. Não podia perder a pessoa que mais me amou em toda esta minha porcaria de vida. Deus podia levar tantas pessoas, ela não. Imaginam-se a perdera vossa mãe? A pessoa que vos criou e apoiou? Não, pois não? Ela era a minha segunda mãe. Quando a minha mãe morreu só tinha a minha avó e ela só me tinha a mim. Claro tínhamos as pequenas, mas ela deixou um vazio enorme dentro e mim. Agora estava aqui com a minha avó no colo. Bati-lhe na cara e estava sem reação.

“Jess, vai buscar o telefone de casa já! Tam umas almofadas rápido” as duas obedeceram e correram buscar as coisas. Logo pus umas almofadas debaixo da cabeça da minha avó para ligar para à ambulância. À pressa marquei o número. Dei os dados da minha avó e quando pedi que fossem rápidos a senhora do outro lado da linha respondeu-me que em menos de 10 minutos estaria aqui alguém. Assim foi. Levaram a minha avó numa maca, não podia ir com elas com as meninas aqui. Preciso de uma solução. Rose.

Ligo para o telemóvel dela e nada, decido ligar para casa.

“Estou” atende uma voz masculina

“estou tio, é a El.”

“Olá anjinho, está tudo bem?”

“Tio preciso de deixar aí as gêmeas, a minha avó foi para o hospital.”

“Não te preocupes pequena, traz para cá. A Rose já dormiu mas já a chamo e cuidamos elas. Amanhã é domingo, menos mal”

“Obrigado tio, até já, Obrigado”

Logo desliguei a chamada. O pai da Rose era como um tio para mim. Depois da morte da minha mãe ele cuidou muito bem da Rose e como eu ia lá a casa muitas vezes ficou da família. Eles também veem cá muitas vezes. Dois anos após a morte da minha mãe, a Maria, mãe da Rose, morreu num acidente de viação, deixando o pai dela destroçado e apenas com a Rose para cuidar visto que ela é a única filha deles. Desde aí não encontrou mais ninguém. Anda sempre ocupado com a horta e com a Rose. Ele é um excelente pai, eu sei disso.

Apressei-me a ir lá. Estava tão nervosa que pus uma roupa qualquer na mochila de cada uma delas e elas entenderam logo a mensagem e foram buscar umas sapatilhas, um casaco e as suas escovas de dentes.

Corremos todos para o carro. O carro na verdade é da minha avó,aliás, das duas. Ela paga o seguro e essas coisas e eu o gasóleo visto que sou eu que ando com ele há um ano e tal.

Meti as meninas no carro e logo as deixei em casa da Rose com um beijinho na cara antes de correr em auxílio da avó Lúcia. Disse-lhes que deveriam comportar-se bem e elas assim prometeram fazer. Quem me recebeu foi a Ro, que logo me descansou como sempre e me abraçou forte. Logo corri até ao hospital.

 

## Rose POV ##

Deitei as pequenas na minha cama e logo decidi ligar à Mia e aos outros em chamada de conferência

“Meninos” Disse quando todos atenderam

“Ro, viste que horas são?” resmungou o Willy

“Realmente o que queres a esta hora” resmungou junto com Willy o Steven

“Mas vocês calam-se?!” Grita mia. Eles calaram-se “ Acho bem!”

“ Bom, tenho uma má noticia” pausei “ A Luh foi para o hospital”

“O quê?!?!” Disseram todos em coro

“Sim, a El foi para lá há mais ou menos uma hora e deixou as pequenas aqui.”

“Porra!” Ouvi o Steven queixar-se “ Coitada da El”

“Ela não merece tanta merda na vida dela” adicionou Mia

“Meninos, como é, amanhã vamos todos para o hospital juntos?” Falou Max

“SIM “ Respondemos todos

Combinamos depois irmos todos juntos às 8. As meninas ficariam em casa com o meu pai. Há umas horas, quando estava a trocar de roupa, dei-me conta que tinha um cartão do Liam no bolso do casaco. Dizia “ Liga-me sempre que precisares”. Meio em lágrimas decido que é isso que vou fazer, afinal, é isso que preciso neste momento. Preciso mesmo de alguém como ele para me amparar. Carrego no botão verde e espero.

“Estou, quem é?” diz uma voz masculina e rouca como se estivesse a acordar

“Liam, sou eu, Rose” mal acabei de falar ele disse logo

“Rose, estás bem?”

“Bem, aconteceu uma coisa. A avó Luh foi para o hospital” disse meio entre soluços

“O quê?! Tenho de avisar os rapazes e ir para lá” a preocupação é notável na sua voz

“Não podemos lá ir à noite. Eles só deixam lá estar uma pessoa. Nesse caso foi a El, eu fiquei com as miúdas, irmãs dela.”

“Então quando podemos ir?”

“Só amanhã a partir das 8, nós também vamos lá estar todos. A El está de rastos.”

“Lá estaremos convosco” Fez uma pausa “ Imagino como ela deve estar agora.”

“Liam tenho de ir dormir”

“está bem princesa” pausa

“ Liam?”

“Diz pequena” Ele sussurra

“Obrigado por estares do meu lado hoje”

“vou estar sempre princesa, vales milhões”

“Obrigada por tudo. Até amanhã.”

“Até amanhã princesa” e desliguei a chamada

 

É verdade, não consigo mesmo deixar de pensar neste rapaz. Isto não é um rapaz apenas, é um homem... e que homem, meu deus. Ele é tão boa pessoa, super bom coração, é um querido e um protetor excelente para mim... Além disso é super super lindo. Não acham? Exatamente. É alguém assim que precisava na minha vida. Talvez um dia encontre um Liam para mim. Afinal, também já tenho direito não?

É melhor ir dormir. Desliguei a luz e fechei os olhos.

 

## Rose POV OFF ##

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Já estou aqui há 5 horas nas urgências e nem noticias da avó. São 3 da manhã e já me doem as pernas de estar de pé nesta sala. Não há muitas cadeiras aqui. Quando cheguei tinha uma, mas logo a cedi para uma grávida por as pernas. Pelo que percebi o seu marido teve um um assalto e está a ser operado para lhe retirarem uma bala. Ela não pode ir lá para dentro e com aquele barrigão de quase 9 meses, aqui fora também não é o lugar perfeito para ela. Mas não é a única cá na sala além de mim. Estamos aqui umas 15 pessoas. Cada uma com esperança que do outro lado daquela enorme porta de madeira esteja bem quem tanto esperamos. Na frente da senhora grávida está um casar de idosos. Dava-lhes uns 60 anos, mas segundo ele, já têm 80 e 82. Digamos que estão bem conservados não? Eles têm uma neta com 5 anos, órfã de pai e mãe, e como o outro lado da família não quer saber dela, são eles que cuidam da pequena miúda. Ela tem a idade das minhas pestes, e bem, eu ficaria para morrer se uma delas, com aquela idade, estivesse num hospital.

Com isto são quase 4 da manhã e a maior parte das pessoas encontra-se quase a dormir, ou então a chorar para dentro como os velhinhos de que falei há pouco. Passado pouco tempo entra na sala de espera uma enfermeira para ver como as coisas estão conosco. Pergunta se queremos comer algo na máquina ou assim. Todos recusam-se e ela volta a dirigir-se de volta para o outro lado da grande porta de madeira. E assim se passam mais umas 2 horas. Bem, nem sei. Já passou tanto tempo aqui e o meu sono é tanto que nem sei quanto tempo passou desde que perguntei as horas à senhora do guichê que saiu há um grande bocado. Talvez há uma hora atrás.

Para meu espanto, do nada entra um médico na sala de espera, todos se levantam esperando que ele diga algo. Atrás dele, o que me espanta ainda mais, aparece um ....

 

 

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