O muito que Ella sente

17 Ella

Acordei com uma pequena impressão de estar sendo observada. Abri meus olhos um pouquinho para observar o que há. A imagem de uma mesa de escritório me aparece e logo lembro... estou na casa de Mia e Miguel. Espera... Mia e Miguel? Estou na propria novela mexicana e agora que me dei conta.

Me sento em cima do colchão que dormi e viro meu pescoço para uma direção específica.

- Não quis te acordar. - A voz de Miguel foi meu primeiro sinal de que dormi demais.

Logo a lembrança da noite passada me invade e eu só consigo me remoer por dentro. Meu céu. Aquilo foi incrível... aquilo foi oh meu Deus!

- O que está fazendo? - Pergunto sonolenta.

- Precisava de um livro. Vim buscar, mas ele não está aqui.

Pisquei algumas vezes para observar os livros na estante a sua frente. Estavam virados com a lombada para a parede e as páginas a mostra.

- Esse não é um modo muito comum de expor livros em uma estante. É? - Minha voz sai mais sonolenta que esperava.

- Eu gosto assim. Eu decorei cada um deles pela grossura.

- Parecem todos do mesmo tamanho.

- Não são. - Ele responde rapidamente. - Vamos tomar café antes de irmos.

Ele sorri e abre a porta para passar.

- Falta quanto tempo para saírem?

- Alguns minutos. Da tempo de tomar café ainda.

- Não quero te atrasar. -Me levanto e ajeito minha roupa que agora está toda amarrotada. Pego minha bolsa em cima da mesa, mas antes de ir para a cozinha vou no banheiro ajeitar minha situação pós sono profundo. Graças aos céu eu ando com necesserie de higiene pessoal na bolsa

- E então, quantos empregos você tem? - Miguel pergunta quando me sento na cadeira da bancada.

- Só dois.

Se for contar com a minha ajuda na cozinha do hotel... três.

- Professora de música e pianista. Você parece gostar bastante de música.

- Você não? - Devolvo a pergunta.

- Claro. Maria tentando tocar aquele violãozinho é melhor parte do meu dia.

Ele fala brincando com a maneira ainda recente de Maria aprender a tocar Ukulele.

- Isso é normal. Ela ainda vai arranhar muito por algumas semanas.

- Muito animador escutar isso de você.

- Espere até o dia que ela aprender violino. Vai ser pior ainda.

- Estou ansioso por tal dia. O que quer para o café da manhã?

- O que você for comer está bom para mim.

- Isso soou como se quisesse roubar a parte que iria comer.

Ele me lança aquele sorriso e coloca um copo de suco na minha frente. Observo um pratinho com alguns biscoitos e eles pareciam deliciosos.

- Se eu soubesse que você era professora de Mia, seria mais fácil te convencer a sair comigo. Isso não é engraçado. Saí com você dias atrás e aí está você: tomando café na minha casa. Até que o país não é tão grande.

Aquilo me fez perder a fome no momento que coloquei um pedaço do biscoito na boca. Acabei de lembrar do motivo de estar me aproximando dele.

- Nunca usaria meus alunos para assuntos pessoais. - Isso era verdade.