Eu observei Ariella aninhada em meus braços por um tempo. Aquela sensação era boa. Ela parecia finalmente segura.
Longe do hotel.
Longe de Lara.
Longe do bar.
Ela estava finalmente tendo a vida que merece e eu me sentia feliz por fazer parte disso. Eu amava a forma como ela me fazia sentir. Eu amava estar perto dela, amava seu toque e tudo o que ela fazia. Acha um tesão a habilidade dela com música e sua inocência perante olhares mal intencionados.
- Tá muito frio aqui, Ariel. - Sussurro próximo ao seu ouvido. - Vamos lá pra dentro?
- Está confortável. - Ela diz se apertando mais contra mim.
- Sim, mas preciso te mostrar algo.
- Não pode me mostrar aqui?
- Não, mas te garanto que depois podemos voltar para mesma posição lá no meu quarto.
- Vamos lá. - Eu a importo levemente e ela enfim se levanta resmungando algo sobre estar muito frio.
Eu a abraço de lado e andamos até a entrada da casa onde fechei a porta e o vento não entrava.
- Por que sua casa é no meio do mato?
Ela pergunta curiosa e me fazendo rir.
- Eu gosto da natureza. Não tem um motivo específico.
- Eu também gosto. - Ela comenta. - Mas não é perigoso?
- Não, não aqui. Não vou deixar ninguém sequestrar você. Juro que você é só minha.
Sorrio pra ela e volto a guiar ela pelo corredor até meu ateliê. Ela já esteve aqui noite anterior, mas não tive tempo de mostrar detalhes.
Abri a porta e ela entrou já sabendo o que iria encontrar.
- É bom poder ver os detalhes. - Ela comenta sorrindo e se aproximando de algumas telas expostas.
Haviam alguns quadros realistas, algumas pinturas que nem eu sabia porque fiz, algumas que eu nem lembrava de quando fiz.
- Eu gosto dessa. - Ela sorri observando a pintura de um lago com reflexo de luzes na água.
- Essa é da minha adolescência. Foi uma das minhas primeiras com tinta a óleo.
- Antes você só desenhava?
- Sim. Mas não é isso que quero te mostrar. Vem cá.
Eu a puxo pela mão em direção da minha mesa no canto do ateliê. Alguns papéis estavam espalhados pela mesa. Algumas imagens, desenhos, projetos que meu arquiteto me entregou dias atrás e algumas fotos do atual prédio da escola.
- Essa é a escola atualmente? - Ela pergunta surpresa. Seus olhos se arregalam um pouco quando suas mãos pegam a foto a sua frente. - Parece outra.
- Sim, a pintura mudou a escola completamente. Adicionamos janelas. Tiramos as cortinas. Rebocamos todas as paredes e ainda estamos replantando o jardim.
- Eu não acredito... em tão pouco tempo.
- Nossa equipe não brinca em serviço.
Eu estava orgulhoso do resultado. Tinha ficado do jeito que eu esperava. Cada detalhe está sendo pensado e colocado em prática. Estava ficando incrível.
- Amanhã iremos conhecer o seu apartamento depois tenho que ir levar esses projetos pra escola, se quiser ir comigo. Na verdade eu ia amar se você fosse comigo.
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O muito que Ella sente
ChickLitMiguel tem apenas dois problemas para resolver: O primeiro é encontrar um jeito de criar sozinho a filha que acabou de descobrir que existe. A segunda é esquecer a garota que em breve será sua "irmã". E Ariella, bom, ela tem duas versões dela mesma...