46 Miguel

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Deixei Ariella arrumar suas coisas sozinha no seu 'quarto' minúsculo enquanto eu procurava por Lara. Eu deveria tirá-la logo daqui, mas preciso me certificar que nada vá ligar ela a esse lugar.

- Lara, Eu acabei de demitir seu tio. - Digo entrando sem bater na sala dela.

Lara me olhou por um instante procurando entender aquilo tudo ou perceber que se tratava de uma mentira. Pretendia ser direto naquilo.

- O segundo diretor? Você não pode...

- Sim. Eu o demiti pois descobri que assediava nossas funcionárias. Acabei descobrindo outras coisas sobre você e gostaria de saber se tenho motivos para não fazer o mesmo que que fiz com seu tio.

Lara era astuta. Eu sabia que ela não jogava limpo, nunca me importei de verdade com isso, mas essa foi a primeira vez que seus assuntos se interferiram aos meus.

Ela se levantou de sua cadeira e lentamente andou até a frente da mesa e se sentou na beirada.

- O que Eu fiz exatamente?- Perguntou calmamente e com um sorriso leve no rosto.

- A lista seria enorme, mas eu não ligo para todos pontos, apenas os que dizem sobre mim e Ariella.

- O que aquela doida te contou?

- Vamos do início. - Sorrio cinicamente em resposta a sua expressão. - Desde quando você paga por algum vestido do hotel? Não sabia que entramos para o ramo da moda.

- Bom, me pareceu oportuno. - Ela diz calmamente e aquilo me enfurece.

- Você é uma vadia, Lara. Uma vadia que merece esse trabalho de merda que você mesma criou. - Me aproximo dela e seguro seu queixo para que me encare. - Eu só não te demito, porque quero que você se lembre que está aqui porque eu deixei. Por dó. Pois é isso que você merece. Dó desse ser humano que você é.

Ela não responde, mas não muda a expressão.

- Não quero foto dela na internet. Se isso acontecer, vou saber direitinho lidar com você.

Ia saindo da sala quando ela começou a falar.

- Ela já descobriu da última?

Eu apenas me virei e esperei que continuasse.

- Eu pedi a um amigo que batizasse a bebida dela. Nada demais, só queria que ela soubesse o quão dada ela é. Parece que a cabecinha fraca dela já descobriu.

- Você a drogou por nada!? - Eu Pergunto aumentando meu tom de raiva.

- Claro que não, fiz uma aposta para saber se ela era virgem. Acabou que ele descobriu antes de precisar chegar no quarto. Não rolou nada.

- Você precisa se tratar, Lara.

Digo antes de sair batendo à porta atrás de mim.

Voltei para o quarto tentando respirar e controlar minha raiva. Eu precisava me controlar antes de encontrar Ariella. Ela tem que pensar que foi uma conversa amistosa.

Bati uma vez na porta e entrei em seu quarto. Ele era minúsculo e suas paredes cheiravam a mofo. Eu tinha certeza que Lara escolheu com carinho esse lugar.

Ariella ainda arrumava uma mala pequena quando cheguei ao seu lado e comecei a enfiar as roupas sem o cuidado que ela estava tendo.

- O que está fazendo? - Ela pergunta atordoada vendo minha pressa em socar todos tecidos que via pela frente na mala.

- Eu estou com pressa.

Continuo a tirar as roupas do armário, amassa-las na mala e jogar os cabides em qualquer canto. Ariella deu um passo atrás e apenas observou até que eu enfim fechei o zíper e levantei a pequena mala de mão dela.

O muito que Ella senteOnde histórias criam vida. Descubra agora