21- Ella

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Caminhei tossindo água até a entrada do prédio. Fui em direção das escadas e Miguel andava do meu lado.

- Qual o seu andar? - Ele pergunta.

Eu logo me lembro que estou sem chave.

- Eu vou me secar no banheiro... deve ter alguma toalha na dispensa.

- Não há toalhas no banheiro ao público.

- É meu único jeito. Estou sem minha chave... vou ter que esperar meu irmão chegar.

- Vem para meu quarto. - Ele oferece e eu olho para ele como se ele tivesse endoidado.

- Seu o que?

- Meu quarto. Olha só para você. Está ficando roxa.

Ele me empurra com uma mão nas minhas costas para apressar meu passo. ele para em frente o elevador e o chama.

Eu entro em desespero.

- Me fala qual andar e eu te encontro lá.

- Seu medo de elevador?

Eu confirmo com um aceno.

- Vai ser rápido.

- Por favor... eu não consigo.

O elevador chega, mas ele não entra, ele apenas me observa antes de bufar e andar até as escadas.

- Penúltimo andar. - Ele diz antes de entrar pela porta.

Eu o sigo e começamos a subir. Antes de acabar o primeiro andar, ele para e me faz parar também. Arregalo os olhos quando vejo ele tirar a camisa preta pela cabeça. De repente a nossa noite juntos me passa pela cabeça e minhas mãos começam a formigar. Meu bom céu. Eu precisava de estabilidade psicológica agora.

- Você está congelando. Sua boca está muito roxa. Tira essa blusa pelo menos.

- Câmeras. - Eu sussurro.

Com dois passos ele me empurrou até a parede e ficou a minha frente. Eu entendi que a missão dele foi me tampar das câmeras, mas isso não impediu meu coração de disparar.Caramba... aquelas mãos em mim foi tão...

- Feche os olhos. - Eu digo antes de me virar de costas para ele.

Eu estava tremendo de frio e isso é bom pois disfarça meu coração dando pulos. Tirei minha camiseta rosa e vesti a de Miguel. Tinha aquela droga de cheiro dele. Ela estava seca e tinha apenas alguns respingos, provavelmente a tirou antes de entrar na piscina.

Me virei e encontrei ele me olhando muito perto. Prendi a respiração quando ele puxou a beirada da camisa e a levantou para enxugar meu rosto em partes ainda molhadas. Ele não parecia muito feliz.

- Por que você tem medo de elevador? - Ele pergunta se virando e começando a subir mais um lance de escadas. Eu o sigo.

- Não sei ao certo. Eu sempre passo mal quando ando.

- Deveria procurar um psicólogo ou algo assim.

- Talvez. - Digo somente.

Fez-se silencio até o nono andar. As vezes nós parávamos e eu descansava um pouco. Eu não era nenhuma atleta e a imagem dele sem camisa só ajudava a piorar meu fôlego que ainda não recuperei completamente depois de cair na piscina. Oh céus! Por que tão bonito?

- Por que você está dormindo em um hotel?

Pergunto quando chegamos ao seu andar. Era um dos andares onde havia menos quartos pois eles eram maiores que os outros.

O muito que Ella senteOnde histórias criam vida. Descubra agora