SMA - Síndrome da mão alheia [Jikook]

Capítulo 5

— Alô?

— Assistente do Dr. SeokJin, com quem eu falo?

— Sou Jeon JungKook, eu gostaria de marcar uma hora com ele.

— Sinto muito senhor Jeon, não será possível no momento, ele está com a agenda lotada, só terá horários livres daqui a alguns meses, deseja entrar na fila de espera?

— Não! Eu estou desesperado, eu preciso da ajuda dele, você não entende...

— Senhor, o máximo que eu posso fazer por você é passar a ligação para o consultório dele, se ele puder atender...

— Sim, sim, obrigado.

Espero alguns minutos e, por sorte, a ligação é atendida.

— Alô?

— Dr. SeokJin?

— Eu mesmo, em que posso ajuda-lo?

— O doutor Yu me deu seu contato, ele falou que você poderia me ajudar.

— O que você tem? O Yu quase nunca manda seus pacientes me ligarem.

— Eu tenho a síndrome da mão alheia.

— Oh... Isso é muito sério, não entendo por que o Yu lhe mandou me ligar, a síndrome da mão alheia não tem cura.

— Se ele me deu seu contato é porque você pode me ajudar em alguma coisa, por favor, eu estou desesperado, me ajude...

— Acalme-se, eu vou lhe ajudar no que puder, eu vou mandar minha secretária marcar uma hora para você o mais rápido possível, isso pode demorar, a fila de pacientes que eu vou atender está grande, se algum paciente meu acabar desistindo de uma consulta eu encaixo você, caso contrário você terá que esperar como todos os outros.

— Tudo bem, obrigado doutor.

— Eu vou lhe dar uma dica, tente manter sua mão ocupada, compre um brinquedo para ela, uma bola, por exemplo. Enquanto nós não nos encontrar-mos eu vou pesquisar tudo que eu conseguir para lhe ajudar.

— Por favor, doutor, dinheiro não será problema, muito obrigado.

– Por nada, até a próxima.

– Até breve.

Desligo o celular e vou tomar um banho, Yoongi e Hoseok me convidaram para ir almoçar e passar o dia com eles.

Me arrumo rapidamente e chamo um táxi, não vou me arriscar a dirigir hoje, o trânsito está bastante movimentado e não quero causar um acidente por culpa da minha mão.

O táxi chega e me leva para a casa de Hoseok e Yoongi, em alguns minutos chegamos, pago a corrida e desço do carro. Entro dentro da casa deles sem nem bater e os encontro na cozinha, Hobi tirando alguma coisa do forno e Suga mechendo na geladeira.

— Olá, Açúcar, olá, Cavalo.

— Olá, biscoito. – Hobi fala e vem até mim, me abraçando.

Suga me olha de cara feia.

— Ele não é “Cavalo”, e eu não sou “Açúcar”.

Hobi revira os olhos, ele não liga para os apelidos que eu dou. Depois que para com a cara feia, Suga me abraça.

— Está pronto para provar a melhor comida que você já comeu na vida?

— Ele que cozinhou? — Pergunto a Yoongi.

— Sim, mas não se preocupe, eu supervisionei ele enquanto ele cozinhava, aparentemente ele fez tudo certinho, vamos ver se vai ficar bom.

— Ei, eu estou aqui e estou ouvindo vocês falarem dos meus dotes culinários, eu não cozinho tão mal assim, seus imbecis.

— Sinto muito, meu amor, mas você cozinha mal sim, se não fosse eu, nós morrería-mos de fome.

— Ai, magoou. — Hobi faz cara de ofendido.

— Ai não fique assim meu amor, eu sou sempre sincero, mesmo que doa. — Ele fala isso e beija Hoseok, que bonitinhos.

— Vocês poderiam, por favor, deixar para se comer mais tarde? De preferência quando eu não estiver aqui, obrigado.

— Ai nojento, até parece que você não faz isso com seu namo... Ops, você não tem namorado nem namorada.

— Ai, agora pegou pesado, Yoongi — Hope fala.

— Oh, sorry, biscoito, saiu sem querer, foi meu lado mal querendo sair. — Ele fala sorrindo.

— Eu acho que ele conseguiu sair, atacou bem na ferida, e doeu.

— Ai tadinho, não fica assim Jeongguk. — Hope me abraça como se eu fosse um bebê.

— Hey, hyung, eu não sou um bebê, consigo lidar com as feridas sangrando...

— Ei, que mão boba foi essa, biscoito? Solte meu namorado seu abusado. — Suga fala brincando, mas dá para notar uma ponta de seriedade em sua voz.

— Eu sei que sou muito gostoso, mas não precisava apertar a minha bunda, Jeon. — O olho confuso.

— Mas eu não apertei...

— Eu não sou cego. — Yoongi fala.

— E eu não sou dormente. — Completa Hope rindo.

Ah, tinha esquecido da minha querida mão com vida própria.

— Desculpe, eu não notei.

— Tudo bem. — Hoseok fala e Suga revira os olhos.

— Vamos comer? O almoço já está pronto.

— Vamos, eu estou morrendo de fome.

Nos sentamos na mesa e comemos enquanto conversamos animadamente, Hope conseguiu um papel ótimo em sua peça — ele faz faculdade de teatro — e Suga conseguiu uma vaga em uma gravadora, isso vai ajudar muito ele para realizar seu sonho de virar rapper.

Terminamos de almoçar e lavamos a louça, ou melhor, eles lavam a louça, eu nem me ofereço, se eu fosse lavar a louça eu provavelmente iria quebrar algum copo, e eu não estou afim de quebrar nada hoje.

— Vamos lá para o quarto? Podemos jogar videogame.

— Só vou ao banheiro, podem ir indo que eu já vou.

Eles assentem e vão para o quarto.

Vou ao banheiro e faço minhas necessidades, lavo as mãos, ajeito meu cabelo rebelde e escovo os dentes — sim, eu tenho uma escova de dentes aqui na casa deles, fiquei aqui uns dias enquanto minha casa passava por algumas reformas —, me preparo para sair do banheiro mas minha mão acaba tendo um surto, parece que a mesma não gosta muito de banheiros, ela começa a derrubar as coisas do armário, tento segura-la mas não dá certo, minha mão gruda meu pescoço e não solta mais, tento soltar mas não consigo, Ela aperta mais ainda meu pescoço, meu ar começa a faltar.

— Jeon? Você está bem? O que está acontecendo aí dentro? — Yoongi pergunta do outro lado da porta, tento responder mas não consigo, minha voz não sai, estou ficando sem ar.

Ouço Hobi e Yoongi gritando mas não consigo fazer nada, meus olhos começam a se fechar.

Hobi arromba a porta e me pega em seus braços, Yoongi tira a minha mão do meu pescoço com muito esforço, mas consegue.

— Você estava tentando se matar?

É a última coisa que ouço antes de apagar.