Capítulo 7

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— Você quer uma carona?

— Não, obrigado, eu estou esperando um táxi.

— É bom esperar sentado, então, porque os taxistas estão em greve.

Então é por isso que nunca aparecia um táxi. Eu tenho duas opções: A) Ir para casa apé; ou, B) Pegar uma carona com ele até a minha casa.

Não sei o que é pior.

Se eu pegar uma carona com ele vou chegar bem rápido em casa, e não vou precisar aguentar ele falando com a sua voz incrivelmente doce e chata por muito tempo, mas por outro lado, ele pode perguntar por que saí de sua casa sem me despedir aquele dia, e eu não quero falar isso para ele, bom, eu posso simplesmente não responder e...

— Kookie?

— An? O que foi?

— Você estava aí viajando, olhando para o nada.

— Eu só estava pensando.

— Tudo bem, você vai aceitar a carona ou vai ficar aí se fazendo de cú doce? — Ele fala se rindo. Mas que garoto atrevido.

— Vou aceitar a carona, não estou com muita vontade de caminhar até a minha casa.

Entro no carro dele e fico quieto enquanto olho para a rua, por um milagre ele não abre a boca.

Minha sorte dura pouco, em menos de um minuto ele começa a falar.

— O que você estava fazendo sozinho na rua a essa hora?

— Eu estava com uns amigos. — Falo rudemente, não estou afim de conversar hoje.

— Oh, e como foi sua noite? — Ele insiste em puxar assunto.

— Foi ótima. — Pena que você chegou para atrapalhar o resto dela.

— Que bom, a minha também foi ótima, eu fui ver a minha mãe. — Ele aparenta estar radiante com isso.

— E ela está bem? — Pergunto por educação.

— Sim, ela parecia estar bem melhor, ela está tomando uns remédios experimentais.

— Tomara que dê certo e ela melhore.

— Obrigado.

— De nada.

Por mais que eu não goste do Park não desejo que ele perca sua mãe, realmente gostaria que os medicamentos dessem certo com ela, eu sei como é perder a mãe e não desejo isso para ninguém.

Por um curto período de tempo o Park fica de boca fechada, mas não dura muito tempo, ele logo começa a tagarelar de novo.

— Quantos anos você tinha quando... Seus pais...

— 15 anos.

— E quem cuidou de você?

— A empregada deles.

— Ah, e...

— Pode parar de falar um pouco? Eu estou com dor de cabeça. — Minto, minha voz acaba saindo mais rude do que o necessário, mas eu não aguento mais ouvir ele falar.

Ele deve ser carente, por que meu deus, ele vê um ser humano que tenha ouvidos para ouvir e começa a falar sem parar, só falta falar das suas relações íntimas, ah, mas se ele inventa de me encher com um papo desses eu dou um murro na cara dele.

— Oh, me desculpe, eu tenho remédio para dor de cabeça, você quer?

Eu não estou com dor de cabeça, mas se eu tomar o remédio não vai fazer mal, só vai me dar sono, e o que eu mais preciso é de uma boa noite de sono.

SMA - Síndrome da mão alheia [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora