SMA - Síndrome da mão alheia [Jikook]

Especial 25K (P.O.V Tae)

Durante anos passei fugindo. Fugindo da polícia, fugindo do passado, e acima de tudo, fugindo da realidade.

Mas chegou a hora de encarar tudo de frente, consertar meus erros para finalmente poder seguir em frente com a minha vida, sem ter medo de nada nem ninguém.

Depois do pior momento da minha vida, eu soube que ela nunca mais seria a mesma, e eu estava certo, tudo mudou. Antes eu era apenas um homem tentando se curar de seus vícios, e pouco tempo depois eu virei um homem foragido, sem poder ficar em um lugar fixo, não podendo criar raízes, sem poder fazer amizades. Completamente sozinho, e o pior de tudo, é que toda essa merda aconteceu por culpa de uma pessoa que eu amava, eu sei que não foi por mal, mas a raiva ainda existe dentro de mim, é difícil controlar, o que faz a minha sede de vingança crescer cada vez mais, e graças a tudo isso aconteceu algo que realmente acabou comigo. A perda dos meus amores, as únicas pessoas que eu amei de verdade e me amaram de volta.

Sigo em frente pensando em como vou consertar tudo, ou melhor dizendo, estragar tudo para ele, aquele que fudeu minha vida todinha, me tirando a oportunidade de ter uma família, um lar e pessoas que me amam. Eu vou tirar tudo dele, exatamente como ele fez comigo, não me importa se a vida já tenha o castigado, isso é comigo, e eu vou castiga-lo da minha maneira.

***

Eu estava confuso.
Havia acabado de sair da casa de Jungkook, eu estava indo para atormentá-lo um pouco, mas quem acabou saindo atormentado fui eu.
Jungkook tinha uma filha? Ou seria filha daquele tal de Jimin? Eles estavam juntos? A quanto tempo? Seria assim tão sério a ponto deles adotarem uma criança?

Inúmeras perguntas em minha cabeça, e todas sem resposta. Por pouco tempo.
Eu vou dar um jeito de descobrir isso tudo, senão, eu não me chamo Kim Taehyung.

***

Segui andando calmamente, não queria ser visto, não queria que ele notasse que eu estava o seguindo. Seria um problema para mim, e tudo que eu menos preciso agora são de problemas.

Quando já estava cansando de caminhar atrás daquele ser humano imprestável, vi o mesmo entrar em uma porta luminosa, parecendo ser os fundos de algum lugar. Definitivamente não era um lugar bonito.

Dei a volta e entrei pela porta da frente, vendo que ali, naquele espaço, coisas ilegais eram feitas. Como eu descobri isso? Porque uma menina, aparentando ter entre 15/17 anos estava sentada no colo de um velho, com um saquinho de pó em uma de suas mãos. Sorrindo para o velho. Isso é nojento. Será que essa garota não tem mãe?

Passo por eles e olho no fundo dos olhos da garota, ela sorri, mas seus olhos não acompanham, eles estão sem vida, quase opacos. Ela não tem opção, tem que fazer isso. Sinto muito por ela.

Um pouco mais a frente há um pequeno bar, vou até lá e peço uma bebida.

— O que há de bom por aqui? Preciso me divertir um pouco. — Falo para o barman, que me olha e da um grande sorriso malicioso.

— Bom, você já deve ter notado onde está, não é? Se o que há aqui não for diversão suficiente para você, eu posso te passar para a sala VIP, onde acontecem os melhores shows. Mas é claro, você vai ter que pagar por isso.

Eu não queria me divertir de verdade, só queria saber onde ele estava, e se pra isso fosse preciso ir até lá dentro e pagar uma boa quantidade de dinheiro, eu faria.