chasing cars.

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Ela se foi.

Carlos levou ela, sabe Deus pra onde. Rezei pra que fosse pro hospital.

Dizem que quando se enfrenta uma situação traumática, da qual você não sabe o que fazer. Você entra em estado de choque.

Seu coração começa a acelerar, começa a suar frio ,ter alucinações e fica parado feito uma pedra.

Eu fiquei assim. Não sei por quanto tempo. Mas tempo o suficiente pra eu esquecer o mundo ao meu redor.

-Lucy??- so depois de ouvir os gritos de Gabriel que eu despertei

-Vem, a gente tem que ir.

-Aonde?

-Ao hospital. Provavelmente é pra lá que vão levar ela.

-Como tem certeza?

-Carlos adora Megan. Não deixaria ela morrer.

Balancei a cabeça e o acompanhei ,fomos no carro dele até o hospital.

Não tinha ninguém lá quando chegamos. Nem um sinal de Carlos ou Megan. Ninguém.

Pelo menos não em 10 minutos.

Foi esse o tempo que demorou para Carlos aparecer com Megan em seus braços. Inconsciente.

Com eles ,uma trilha de sangue foi deixada pra trás. Sangue de Megan. Derramado por causa dele.

Era o Romeu e Julieta mais irônico de todos os tempos. E a história ainda nem tinha começado.

...

Megan estava em cirurgia. Carlos tinha ido embora. Claro que ele não ficaria, mas não significa que ele não tinha deixado vigias.

Tinha homens dele ali dentro. E dava pra diferençia-los claramente.

Então como um furacão, do nada entraram no hospital,policiais, repórteres,pais, alunos e muitas...muitas macas.

E eu vi. Vi Alex e Camila e duas das macas. Baleados. Sangrando. Morrendo.

Era um enredo de um filme de muito mau gosto.

Lembra do estado de choque? Parece que era algo que eu não me livraria tão cedo.

Mais tarde eu saberia que Alex e Camila não eram as únicas pessoas que estavam feridas.
...

Vitória...

O caos estava formado no hospital. Era gente pra todo lado. Maca. Impresa querendo atenção, policiais agoniados pra saber a verdade.

E no meio dessa história toda eu não fazia idéia de que eu estava muito muito ferrada.

Junior estava andando de um lado pro outro. Procurava notícia até com quem não fazia parte do hospital. Guilherme estava sentado esperando. Certamente ele e Gabriel estavam com raiva.
A julgar pela expressão que carregavam.

E Lucy estava no mínimo...aérea. Era difícil definir a situação dela. Não disse nada desde que chegamos. Não fez nada. Não chorou nem gritou.

Alex e Camila estavam em cirurgia. Assim como vários alunos.

Depois de muito tempo sentada. Eu finalmente olhei pra Guilherme. E ele estava sangrando no ombro.

-Você foi baleado?

-Não. Foi de raspão. Nada de mais. Nem tá doendo.

-Mesmo assim. A gente tá em um hospital. Tem médico pra todo lado.

Colégio interno 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora