Never be the same

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1 mês depois...

Lucy...

Era semana de volta as aulas, na verdade segunda semana, ninguém foi na primeira. Mas agora era obrigatório.

Ainda mais se a gente não quisesse passar o ano novo fazendo prova.

Arrumei minhas malas e materiais. Algumas coisas eu tinha buscado depois do tiroteio e outras deixei lá.

Meu pai insistiu em me levar e eu não relutei, não tinha outro jeito mesmo, e ele não ia deixar eu ir com Gabriel nem ferrando.

Até hoje não sei como eles tem os próprios carros e nunca foram multados.

-Vamos Lucyanna- meu pai gritou na garagem.

Dei um beijo na minha mãe e me despedi de Junior que tava com a maior cara de cu da vida.

Provavelmente tinha tretado com Meg. Mas eu nem perguntei.

Eles passaram o último mês se vendo, mas Meg não tava tão bem, então quase sempre não era uma alegria imensa.

E se eu conheço meu irmão ele já tava ficando cansado. Mas ele iria entender, afinal não era como se ela tivesse fazendo doce.
Fui o caminho inteiro pensando no último mês.

A missa de sete dias foi uma coisa "normal". Havia muitas famílias, alunos, professores e a coordenação. Foi muito triste.

A vivian com certeza ia falar alguma coisa hoje, e provavelmente não teríamos aula.

Eu não sei o que aconteceria com a quadra. Porque certamente ninguém iria querer entrar lá.

Eu já não queria ir à escola quanto mais na quadra onde tudo aconteceu.

Eu vi Gabriel no último mês quase todo fim de semana e as vezes no meio da semana. Não dava pra ele ficar entrando e saindo do morro toda hora.

Mas a gente tava mais perto do que nunca, e já tinha saído da fase "não sabemos o que somos" e assumido o namoro.

Vitória sim sumiu, eu não vi ela quase dia nenhum. Só falei pelo celular. E ela disse que estava bem. Mas eu não acreditei óbvio.

Sai dos meus pensamentos quando meu pai avisou que chegamos, não se enganem, demorou mais do que parece.

-Tchau pai.- o abracei

-Tchau, se cuida.

Desci ,peguei minhas malas (só duas, relaxem) e respirei fundo do mesmo jeito que fiz no início do ano e entrei.

Fui pro meu quarto e no caminho ja pude perceber as pessoas me olhando torto, já tinha me acostumado.

O ar era de tensão e medo, como se a qualquer momento fosse entrar alguém atirando em todo mundo.

Entrei no quarto e vi vitória arrumando as coisas no guarda roupa.

-Piranha- largou tudo e veio me abraçar

-Oiii, você estava aonde vitória?

-Aqui ué.

-Não me visitou porque?

-Aí amiga, muita coisa.- ela tava bronzeada e com marquinha de biquíni

-Nossa, e esse bronze todo?

-Um babado né? Só a praia me tirou da bad das férias.

-porque bad? É claro, além do óbvio.

-Nada não. Foi só por causa disso tudo mesmo, as pessoas pegando no pé, o que tavam falando da gente. Enchi meu saco e passei vários dias indo a praia.

-Boa sua. Aida pegou um bronze maroto.

Sorriu e voltou a arrumar as coisas.

A porta abriu e eu vi Guilherme com um celular na mão e a mochila nas costas. E a cara de marrento dele

-E aí cunhadinha- falou brincando e me abraçando

Ele e vitória apenas se comprimentaram com um Oi e um aceno de mão.

-Eu perdi alguma coisa?

-O que?- ela perguntou

-Vocês dois e esse clima estranho.

-Viaja não lucy- Guilherme falou e se jogou na cama dele.-aí que saudades dessa cama.

Eu ri e perguntei se Gabriel já tinha chegado. Ele disse que ja.

-Você vai ver ele?- vitória perguntou com certo desespero na voz

-Vou. Mas volto já...relaxa aí amiga- era impressão minha ou ela não queria ficar sozinha com Guilherme?

-Eu volto rápido. Sério.

-Fica calma morena, eu não mordo não.-Guilherme falou

Ela revirou os olhos e ele riu.

Sai do quarto e fui atrás do Gabriel.

...

Chego no quarto ele tava jogado na cama de costas e eu esperta que sou cheguei por trás abraçando ele.

Ele virou com tudo e me jogou da cama sem querer. Acho que ele estava dormindo real.

-LUCY? Era tu? Nossa mano ,foi mal.

Eu levantei e me deitei de novo.

-Tá assustado em.- falei e ri

-Não é pra menos né, tu chega do nada, nem ouvi a porta abrir.

Passou a mão na minha cintura e me puxou pra perto dele. Eu não parei de sorri, e fiquei admirando a beleza dele.

-Vai ficar só olhando é?- ele perguntou já inclinando a cabeça pra me beijar

Eu sorri e  me aproximei também, e começamos um beijo calmo, sem malícia. Ele me abraçou mais e eu coloquei o braço na suas costas arranhando de leve com minha unha.

-Essa tua mania de me arranhar.- falou entre um beijo e outro.

Eu só sorri e continuei. Até a gente ser interrompido por uma porta sendo aberta.

-Olá casal! Não sabia que tinham transformado isso aqui em motel.

Alex entrou já jogando as coisas dele na cama e se deitando de tênis e tudo.

-Tira o tênis seu imundo.- falei e ele fez uma careta pra mim

-Sai do meu quarto sua nojenta, não vou segurar vela não em, muito menos ficar ouvindo o que não quero.

Eu não pude deixar de rir e Gabriel também.

-É sério. Separa aí, daqui a pouco a outra aparece e fica maior clima aqui.

Se referiu a Camila.

-Vocês voltaram?- perguntou Gabriel.

-Olha minha cara de quem voltou com alguém. Melhor, olha meus contatos.- estendeu o celular na brincadeira.

Nos rimos. Não deu cinco minutos e Camila chegou com um mochila, uma mala e uma bolsa. Tava se matando pra entrar e olhou pra nossa cara.

Alex levantou e foi ajudar ela.

-Obrigada.

Ele balançou os ombros e fez uma cara feia que ela não viu e eu ri.

-Oi Lucy, oi Gabriel.

-E aí cami?!- Gabriel falou e eu fiquei surpresa pelo apelido

-Oi Camila. - ele me olhou confuso e eu fechei a cara mas só de birra

-Coloco aonde isso aqui?- Alex perguntou

-Na minha cama né, dãã.

-Próxima vez largo no chão, ou melhor nem te ajudo.

-E tu achou que era pra colocar aonde me diz?

Ele largou a mochila na cama dela e voltou pra dele.

Me abracei mais a Gabriel e apoiei minha cabeça no seu peito. Logo ele começou a fazer cafuné na minha cabeça e eu dormi.

...

Colégio interno 2.Onde histórias criam vida. Descubra agora